Depois que a Argentina ocupou as Ilhas Malvinas/Falklands em 2 de abril 1982, os britânicos despacharam rapidamente sua frota para navegar até o Atlântico Sul e recapturá-las.

A cadeia logística de 8.000 milhas incluía apenas uma base, na Ilha de Ascensão, no Atlântico central. A ilha foi fundamental para a retomada britânica das Malvinas, fornecendo a base onde a Força-Tarefa se reuniu e se organizou após sua saída apressada do Reino Unido.

Ascensão era usada principalmente como base pelos EUA, que tinham uma estação de rastreamento da NASA e um centro de inteligência de sinais na ilha.

O aeródromo Wideawake da ilha, com uma pista de 3.000 metros, foi de importânia vital.

No auge da operação, Wideawake veria mais de 300 movimentos de aeronaves em um dia, tornando-se um dos aeroportos mais movimentados do mundo.

Aeródromo Wideawake na Ilha de Ascensão, em 1982


O navio RFA Fort Austin (A386)

Quando a Guerra das Malvinas começou, o navio de suprimentos RFA Fort Austin estava operando no Mediterrâneo ocidental para o exercício anual Spring Train, e recebeu ordens para seguir para o Atlântico Sul.

Em 9 de abril, o RFA Fort Austin se tornou o primeiro navio a passar pela Ilha de Ascensão, indo para o sul para encontrar o HMS Endurance. O Fort Austin levou a bordo um trio de helicópteros Lynx, armados com o míssil antinavio Sea Skua.

O Sea Skua ainda não havia sido totalmente liberado para serviço, mas esses helicópteros forneceram proteção vital ao navio de suprimentos desarmado ao entrar na zona de combate.

Helicóptero Lynx com míssil Sea Skua

Três dias após a partida de Ascensão, o Fort Austin se encontrou com o HMS Endurance, e transferiu mais de 200 cargas por cabo e helicóptero.

No dia seguinte, durante uma série de transferências que foram da manhã à meia-noite, outras 300 cargas foram para os navios Antrim, Plymouth e Tidespring, rumo ao sul para libertar a Geórgia do Sul.

Na tarde do dia 14, menos de um dia depois, começou uma terceira série de transferências, 380 cargas para a principal força-tarefa de superfície dos navios Sheffield, Brilliant, Glasgow, Coventry e Arrow.

O RFA Fort Austin levou a bordo 200 cargas para retornar à Ascensão durante esse processo, desde munição de treinamento até excesso de tinta e possivelmente incluindo várias cargas nucleares de profundidade transferidas de outros navios. O Fort Austin descarregou na Ilha de Ascensão e recebeu outras 480 cargas em 48 horas antes de seguir para o sul novamente. Ele foi um dos muitos navios-tanque e navios de abastecimento que mantinham a força operando.

RFA Fort Austin e RFA Fort Grange, em 1982

Armas nucleares

Helicóptero Wasp com uma bomba de profundidade nuclear WE177A

Quando a ordem para seguir para o sul foi dada, vários navios de guerra tinham bombas de profundidade nucleares WE.177A a bordo. Entre eles estavam as fragatas Type 22 HMS Broadsword e HMS Brilliant e os porta-aviões HMS Hermes e HMS Invincible.

O Ministério da Defesa explorou várias opções para transferir essas armas nucleares das fragatas para a segurança dos paióis a bordo dos navios Fort Austin, Hermes e Invincible.

Uma publicação do MoD descreve uma série complexa de manobras para evitar a presença dessas ogivas nucleares em áreas que quebrariam a obrigação do Reino Unido com o Tratado de Tlatelolco, muitas vezes referida como Zona Livre Nuclear da América Latina.

Em nenhuma circunstância os navios que transportam armas nucleares podem entrar em águas territoriais ao redor das Ilhas Malvinas. Após o término do conflito, as armas foram transferidas no mar para os dois RFAs Fort Austin e Resource para transporte de volta ao Reino Unido.

FONTE: Naval Gazing / Wikipedia

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Nilo

Não trouxeram bomba nuclear para enfeitar arvore de natal.
Se fosse necessário usariam, sem pudores, isso fica para o Brasil.
Depois que saímos da governança dos Braganças, relativisamos nossa soberania com auspício das Forças Armadas.

Last edited 2 anos atrás by Nilo
Dalton

Enquanto a Guerra Fria durou navios da Royal Navy e US Navy por exemplo embarcaram armas nucleares, então em 1982 era prática normal, mas,com a pressa que os navios foram arregimentados para a campanha não houve tempo adequado para remove-las mas isso foi feito com os navios já em curso antes de se chegar às Falklands. . Nunca houve intenção de usar armas nucleares no conflito, a maioria ou totalidade eram bombas de profundidade destinadas à atacar submarinos soviéticos e caso os britânicos perdessem um de seus 2 preciosos NAes o conflito poderia ter se prolongado seja com o empréstimo… Read more »

Willber Rodrigues

“Nunca houve intenção de usar armas nucleares no conflito”
Nunca houve, porque nunca foi necessário.
E se a Armada Argentina tivesse sido mais competente e preparada, e afundasse mais 3 ou 4 navios ingleses, se os argies tivessem derrubado uns 5 ou 6 Harriers e se o desembarque britânico nas Falklads tivesse sido um fracasso? Será mesmo que os ingleses co tinuariam não usando suas nukes?

Dalton

Os argentinos apenas invadiram porque acreditaram que a Royal Navy não teria meios para recupera-la devido à distância. Jamais teriam invadido se as ilhas fossem dos EUA mesmo que desabitadas. Fora isso, os argentinos não tinham 3 metros de altura como se costuma dizer e certamente as falhas e limitações eram conhecidas dos britânicos. . E onde exatamente os britânicos usariam as “cargas de profundidade nucleares”? . Bombardear Buenos Aires e matar centenas de milhares ? . Mesmo que os argentinos tivessem condições de fazer muito mais do que fizeram e não tinham os britânicos teriam outras opções até mesmo… Read more »

Nascimento

Nada leva a crer TAMBÉM que os britânicos não tinham planos de usá-las. Buenos Aires? Não, iriam usá-la contra a frota argentina, isso já bastaria. Se os britânicos teriam mais meios convencionais pra lutar? Óbvio que teriam, mas valeria a pena perder tantos meios pelas Falklands? https://www.theguardian.com/world/2005/nov/22/books.france Falas do presidente francês: “Excuse me. I had a difference to settle with the Iron Lady. That Thatcher, what an impossible woman!” the president said as he arrived, more than 45 minutes late, on May 7 1982. “With her four nuclear submarines in the south Atlantic, she’s threatening to unleash an atomic weapon… Read more »

glasquis 7

Nada leva a crer que Inglaterra tivesse levado armas nucleares. Além disso, o emprego de armas nucleares contra uma nação sul-americana significaria o fracasso imediato do acordo de não proliferação de armas nucleares. A Argentina foi de uma inestimável incompetência e ingenuidade. As guerras tem história e a Argentina esqueceu disso. Não ouve um estudo sobre as probabilidades de ramificação do conflito. Jamais analisaram as reais capacidades da força adversária e finalmente realizaram uma invasão desprovida de qualquer capacidade de sustento. A prepotência não ganha guerras, apenas serve pra ditadores militares amedrontarem a população civil e nada mais. Galtieri assim… Read more »

Esteves

Levar, levaram. Usar, se. Usariam se as baixas britânicas tivessem sido insuportáveis. Usar aonde é outro problema que seria resolvido contra os meios que provocassem as baixas. Os ingleses não iam esticar a guerra tão longe de casa podendo resolver com 1 ou 2 explosões atômicas. A junta militar que governava a Argentina era desprezada fora do continente. Talvez até dentro. Destruir uma ditadura que sequestrava pessoas nos pontos de ônibus para lhes roubar patrimônio…quem ia se importar? Russos do outro lado do mundo? As civilizações pré colombianas (e outras) construíam pirâmides para alcançarem os deuses. Para tocarem o céu.… Read more »

glasquis 7

Devaneios e nada mais do que isso. Essa historia de que a Inglaterra tinha armas nucleares e as usaria caso estivesse perdendo a guerra foi a primeira desculpa que o alto comando argentino inventou para se justificar. Seria até vergonhoso pros militares ingleses sequer cogitar usar armas nucleares contra uma força tão incapaz e mobilizada de forma tão amadora como as tropas argentinas nessa guerra. O Piloto Pardo em duas oportunidades resgatou balsas de naufrágios argentinos e só encontrou corpos de conscritos dentro, todos mortos por congelamento. Isto devido a que não foram treinados nem mesmo para saber usar as… Read more »

Esteves

Qualquer dia você me fala mais sobre isso tudo.

Nilo

François Mitterrand: “Com seus quatro submarinos nucleares no Atlântico Sul, ela ameaça lançar uma arma atômica contra a Argentina se eu não lhe fornecer os códigos secretos que fará surdos e cegos os mísseis que vendemos aos argentinos.” Ele lembrou ao Sr. Magoudi que em 4 de maio um míssil Exocet atingiu o HMS Sheffield. “Para piorar a situação, foi disparado de um jato Super-Etendard”, disse ele. “Todo o material era francês!”. Ela me culpa pessoalmente por esse novo Trafalgar … Eu fui obrigado a ceder. .” The Guardian: O Ministério da Defesa da Inglaterra admitiu pela primeira vez que os navios britânicos… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Nilo
Esteves

Quais as chances de acontecer com submarinos Scorpenes?

Nilo

Hoje há um distanciamento maior entre França e Inglaterra, mas ainda fazem parte da OTAN, posssibilidade existe em um momento crucial de hipotetico conflito a França repassar segredos a Inglaterra dos SUBs, assim como o contrário, o mesmo com EUA ou Alemanhã. A MB jogou no lixo dos arquivos mortos, o projeto de torpedo nacional. Dircurso: “..TPNer é parte dos objetivos estratégicos de longo prazo da Marinha do Brasil..torpedo brasileiro é essencial para que o Brasil possa armar com independência e livre de fatores externos os futuros submarinos do PROSUB….Mectron firmou uma parceria com a Atlas Elektronik, empresa alemã…” A… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Nilo
_RR_

A ARA atuou como foi possível, dentro do que lhe era possível ante a falhas gravíssimas de planejamento e de equipamento… Seus submarinos mesmo estavam longe de estarem verdadeiramente operacionais (e mesmo que estivessem, seria improvável serem capazes de acompanhar os navios da RN em movimento). No mais, a FT britânica nunca expos seu único elemento de superioridade aérea, seus NAe, mantendo-os afastados o máximo possível das Falklands (o que obrigava os ingleses a operarem no limite do raio de ação dos ‘Harrier’). A única ocasião na qual fizeram isso, foi no lançamento de um elemento SAS na costa argentina… Read more »

José Martins

Perfeito seu comentário, dois pesos duas medidas, na realidade os comentários a grande maioria são parciais, como torcidas de time A ou B, na realidade se a Guerra bater a porta do Brasil um dia (espero que nunca aconteça) as grandes potências que muitos acham que são os bonzinhos, os libertadores etc, não hesitarião em usar seus arsenais nucleares se houver algum revés ou ajudar externa, não existe bom ou ruim l, apenas jogo de interesse, nada mais além disso, muito dinheiro e protecionismo, nada mais.

José Martins

Outro detalhe, ninguém levaria as armas nucleares para não usar, cada um acredita na mentira que quiser, infelizmente; se os Argentinos tivessem sido mais eficientes na sua empreitada, com certeza sentiriam o perigo nuclear.

Jorge Knoll

O sucesso dos ingleses, em parte ao Brasil ao permitir, autorizar que Bombardeiros Vickers C-10 e o cargueiro Hércules C-130, ingleses, fossem abastecidos no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre.
E também, ao Chile, que permitiu que militares ingleses, se ficçassem no Chile e com aparelhos interceptassem as comunicações de aviões, navios argentinos, com antecedência soubessem os pontos a serem bombardeados, alertando suas tropas e defesa anti-aérea nas Malvinas, e até navios se preparassem rechassá-los, com sucesso, causando grandes perdas nas FFAA Argentina.

Antonio João Caldas

Excelente texto.