Programa de submarinos ‘Dreadnought’ da Royal Navy recebe investimento de £ 2 bilhões
Contratos de defesa no valor de mais de £ 2 bilhões foram concedidos à BAE Systems e à Rolls-Royce para iniciar a terceira grande fase do futuro programa de dissuasão nuclear submarino – Dreadnought
Com o programa geral apoiando cerca de 30.000 empregos em todo o Reino Unido, desde o projeto até a construção, a Fase de Entrega 3 (DP3) representa o estágio mais significativo do programa Dreadnought até agora.
Somente em 2021, apoiou cerca de 13.500 empregos no noroeste da Inglaterra e mais 16.300 no resto do Reino Unido, contribuindo significativamente para a agenda de nivelamento do governo.
O investimento é o mais recente compromisso financeiro entre o Ministério da Defesa, a BAE Systems e a Rolls-Royce, e é o investimento inicial dentro de um total planejado de quase £ 10 bilhões para toda a fase de entrega.
O DP3 verá o primeiro de quatro submarinos, o HMS Dreadnought, sair do estaleiro Barrow-in-Furness para iniciar os testes no mar, estabelecendo as bases para sustentar a Dissuasão Contínua no Mar (CASD) pelo tempo que a situação de segurança internacional exigir.
O Ministro de Aquisição de Defesa, Jeremy Quin, disse: “A classe Dreadnought será crucial para manter e salvaguardar nossa segurança nacional, com a dissuasão nuclear protegendo todos os cidadãos do Reino Unido das ameaças mais extremas, a cada minuto de todos os dias.
“Projetado no Reino Unido, construído no Reino Unido e apoiando dezenas de milhares de empregos no Reino Unido, o programa Dreadnought é um exemplo importante de nosso compromisso com a fabricação de defesa e continuará a impulsionar a indústria britânica nas próximas décadas”.
O programa Dreadnought também traz enormes benefícios para a Academia de Submarinos da BAE Systems para Habilidades e Conhecimento, com sede no site Barrow-in-Furness. Inaugurada em 2018, a academia está atualmente formando mais de 1.050 aprendizes e graduados, com mais 230 aprendizes industriais, 110 aprendizes de graduação e 90 graduados previstos para ingressar este ano.
A Classe Dreadnought será uma das máquinas mais complexas já construídas e operará em um dos ambientes mais hostis do planeta.
Como a maior classe de submarinos já construídos para a Marinha Real, cada um terá 26,4 milhas de tubulação e mais de 20.000 cabos que se estendem por 215 milhas – mais do que viajar entre Londres e Leeds.
O First Sea Lord, Almirante Sir Ben Key, disse: “Congratulamo-nos com a fé demonstrada na Marinha Real e em nosso povo de que os submarinos continuam sendo o meio ideal de desdobrar com segurança o dissuasor nuclear independente. Este investimento permitirá a transição dos submarinos da classe Vanguard para Dreadnought – um enorme desafio, e um que nós da Marinha Real aceitamos de bom grado.
“Fornecemos mais de cinquenta anos de dissuasão contínua no mar e garantiremos que a Marinha Real forneça a melhor garantia de segurança para o Reino Unido pelas próximas cinco décadas e além.”
Olhando para o futuro, um contrato de £ 160 milhões foi concedido à Raytheon UK para o treinamento da tripulação do Dreadnought na HM Naval Base Clyde. Isso fará com que mais empregos de alta qualidade sejam baseados no Clyde, destacando ainda mais a importância da base e do programa Dreadnought para a Escócia e a defesa do Reino Unido e seus aliados.
FONTE: Royal Navy
É, o bicho é imponente demais!
Alguém aí sabe quais são os planos da MB em relação aos nossos submarinos convencionais? Pelo que parece iremos parar nos 4 da Classe Riachuelo mesmo, infelizmente. Quais ficarão operativos e se juntarão a eles pelos próximos anos? Somente o Tikuna pra manter a força de submarinos com 5 unidades ou o Tapajó ainda tem disposição pra encarar a próxima década?
Se se completarem o que está previsto já pode levantar as mãos ao céu.
Já está quase tudo pronto eles vão deixar aquela enorme fábrica parada.
Caro Eduardo. O estaleiro e a UFEM estão sendo usados para fabricar 4 Scorpenes de 2 mil ton cada. A próxima etapa (e pelos próximos 10 anos), esta infraestrutura será usada para a fabricação do SN10 de 6 mil ton. Portanto, não existe perspectiva da fabrica ficar parada nos próximos anos.
Também haverão manutenções dos submarinos lá.
Olá Esteves. De fato, as manutenções dos Scorpenes e talvez dos Tupi serão feitas no estaleiro ao lado da nova base de submarinos. Contudo, a UFEM será usada apenas para a fabricação de novos submarinos (também defendo que ela seja usada na fabricação de componentes para as FCT e outros programas de construção naval).
Manutenção, é coisa que será realizada no Estaleiro e Base Naval.
A UFEM está operando com capacidades mínimas no último SBR, esperando o ínicio dos serviços referentes ao atrasadíssimo protótipo, onde trabalhará, ainda assim, muito abaixo de suas capacidades. . A UFEM foi dimensionada para operar dentro da quantidade completamente fora da ralidade de submarinos contidos no antigo PAEMB. Essa estrutura foi dimensionada para entregar todos os meios do ProSub até 2021… Nunca operou “full”. Asim como todo o restante das estruturas referentes a este projeto mal elaborado. Muito, mas muito dinheiro foi pro lixo, dentro destes dimensionamentos irreais. . A UFEM poderia absorver com folga, mais encomendas e voltar a… Read more »
Caro Bardini. Você tem razão quando diz que a UFEM poderia ser empregada para produzir componentes para a indústria naval e indústria pesada. Defendo isso há anos. O problema é que todo o setor naval e de infraestrutura está operando em elevada condição de ociosidade. O problema é que a atividade econômica brasileira está atolada em ciclo de estagnação há 7 anos, caminhando para 8, sem que sejam implementadas políticas anticíclicas. A ociosidade da UFEM é apanas complementar á ociosidade de todo o setor industrial brasileiro. A UFEM tem capacidade de atender a uma demanda por peças e estruturas do… Read more »
Não distorce o que eu disse. . A UFEM está ociosa pois foi mal dimensionada, já que tinha de atender as demandas e os prazos idealizados de um programa mal elaborado que hoje, não tem sequer a possibilidade de receber um processo de continuidade. . A UFEM não foi pensada para atender outras demandas, que não fossem as de construção de submarinos. E é aí que morre qualquer relação com o restante da indústria, estagnada desde 2012, vítima de uma processo artificial de crescimento. E isso é corroborado pela insistência lesa-pátria, por parte da MB, em sequer aproveitar aquelas estruturas… Read more »
Caro Bardini, Acho que a UFEM está ociosa porque o cronograma de fabricação dos submarinos foi atrasado, o que pode ser reflexo de problemas técnicos na fabricação dos Scorpene, problemas no projeto do SN10 ou problemas de recursos em função da queda de arrecadação em função da queda da atividade econômica. Ou tudo isso junto. Não existe crescimento econômica artificial ou recessão artificial (a não ser que os institutos de estatística estejam mentindo). segundo a FGV (ver CODACE), entre 2009 e 2014 a economia cresceu 22% (4% em média por trimestre). Foi seguido por um presso de recessão entre 2015… Read more »
Primeiro a MB iria construir um quinto submarino, que seria nuclear, em conjunto com a França; agora não sabe como fazer. Se tivesse direcionado a verba para a construção de mais corvetas Tamandaré (chamadas de fragatas pela MB) ou patrulhas oceânicos, teria sido muito melhor. Nossos almirantes sonham alto, a beira do delírio, e depois vem o choque de realidade. É muito triste de se ver.
Antes do material, o maior problema das FFAA é organizacional.
Não haverá melhora significativa sem uma reforma profunda.
Como exemplo: nos anos 70 os holandeses estudaram várias opções em relação a submarinos e chegaram a conclusão que submarinos nucleares são muito caros e só podem ser mantidos pelas grandes potências. Preferiram construir a classe Walrus, excelente submarino. Mas os nossos deslumbrados acham que podem conseguir desenvolver um e desde os anos 80 estamos nessa Odisséia.
O programa está caminhando, lentamente, mas está caminhando.
Está caminhando…
Na direção do precípicio.
Caro Arthur. O ProSub nada tem a ver com o problema do envelhecimento da frota de superfície. Já mostrei aqui diversas vezes que o custo anual do ProSub fica em torno de R$ 1,5 bilhão (ás vezes mas, recentemente menos), que é mais ou menos o mesmo que a FAB empenha anualmente no FX2 e no KC390. Este valor é cerca de 1% dos gastos militares anuais do Brasil. O problema da MB e das forças armadas brasileiras é estrutural e tem a ver com a sua doutrina anacrônica e obsoleta de manter grandes contingentes mal preparados e mal treinados.… Read more »
Mundo real: As estruturas das forças não mudaram e não vão mudar, por mais que façam maquiagem aqui ou ali. As forças são tão corrompidas e sindicalistas, quanto qualquer outra estrutura governamental. O MD não mudou e não vai mudar, assim como o Brasil e seu povo, não mudaram. O ProSub também não mudou, é o mesmo projeto mal elaborado, porém, dentro de um prazo cada vez mais rídiculo. A única coisa que de fato mudou, foi que de 2010 para frente, a MB recebeu mais dinheiro do que sempre teve ao longo das duas décadas passadas, para investir. .… Read more »
Fantasmas…
Professor,
Se 1,5 bilhão por ano não faz falta, por que meio bilhão faz?
Caro Esteves. A resposta para sua pergunta é que não faz diferença. O problema das forças armadas brasileiras não está relacionado com recursos. Hoje, o gasto militar está em torno de 1.3% do PIB, ou cerca de US$ 20 bilhões. È muito dinheiro. Similar aos gastos do Canadá, Austrália, Espanha ou Israel. Portanto, o fato das forças armadas brasileiras serem mal equipadas e mal treinadas é resultado de sua própria estrutura perdulária e anacrônica. Neste contexto, pode-se cancelar o ProSub sem que isso mude o panorama de atraso tecnológico e doutrinário das forças armadas. As forças armadas tiveram três décadas… Read more »
Sim.
Esse segundo vosso comentário pode ser entendido como complementar ao comentário do Bardini, acima.
Se o atraso e a obsolescência não serão alteradas com o PROSUB, os recursos anuais de quase 2 bilhões de reais seriam bem-vindos para a reestruturação das forças de superfície.
Caro Esteves. Pelo contrário. O EB consome metade dos recursos de defesa do país, ou cerca de R$ 50 bilhões anualmente. Portanto, a ausência de um programa de reestruturação da força terrestre é consequência dos problemas estruturais da força, sem qualquer relação com demandas orçamentárias. O EB é obsoleto e anacrônico por opção doutrinária. Como ensina a psicologia comportamental, elevar os gastos do EB significam reforçar a manutenção de sua estrutura perdulária. Pavlov já mostrou como isso funcionava a sineta.
Ok, Professor. Ok. Exatamente por isso não há sentido em apoiar a elevação da despesa com Defesa para 2%, 2,5%. Qualquer aumento na despesa significará crescimento também na ineficiência do gasto. Para existir resultado é necessário reformar e reestruturar. Ninguém nesse país quer perder privilégios mesmo que esses privilégios signifiquem escorar continuamente o atraso tecnológico. Programas de obtenção de meios acontecem em vários países. Alguns aprendem porque apesar dos gaps orçamentários, compram algum conhecimento casos da Turquia, da Índia, da Indonésia, Israel e outros. Programas como o PROSUB precisariam transferir aprendizado, mas isso tem mais com nossa própria descontinuidade e… Read more »
Caro Esteves. Os recursos alocados para cada força deveria refletir o seu papel em uma estratégia integrada de defesa. Hoje é 50%. Poderia ser 65% ou 40%. De fato, a MB tem um problema de continuidade de seus programas aquisição de meios. Já mencionei em outros momentos que o problema da frota de superfície hoje é resultado da interrupção do programa de corvetas Barroso. Nos últimos 15 anos, desde o lançamento da Barroso, a MB poderia ter construído 2 (ou 3) corvetas deste modelo, o que teria minimizado o problema de renovação da frota. O mesmo sobre o Tamoio. A… Read more »
Para o gasto com o PROSUB representar mudanças no nosso conhecimento e diminuição da dependência deveria ter existido juntamente com a construção dos submarinos…o programa de torpedos, de mísseis, de sistemas, de sonares, de periscópios, de baterias, de propulsão…junto, dentro da ICN. Em contratos paralelos. Correndo junto. Base industrial de defesa = todos juntos. Quando o submarino for incorporado, leva o protótipo do torpedo para testes. Mas, claro, os franceses não permitiriam. Quando for necessário usar os submarinos como arma de guerra que de fato são…contra meios de guerra e não contra pescadores de sardinhas…haverão restrições óbvias como houveram na… Read more »
Oportunidades. 30.000 empregos.”Fabricacao” de defesa e continuidade à impulsionar a indústria britânica nas próximas décadas. Aprendizado. Inovação. Desenvolvimento de habilidades e conhecimentos. 30.000 empregos. Ameaças. Guerra. Negócios britânicos ao redor do mundo. Desemprego doméstico. Obsoletismo. Baypassados por economias emergentes da Ásia. Diminuição da influência britânica nos oceanos. Existindo domínio do conhecimento, fazer passa a ser uma decisão econômica para atender a dinâmica de pontos fracos X pontos fortes em uma análise simplista mas necessária para começar a pensar em investir 2 bilhões de libras ou não. Dinheiro não vem do Pai. 160 milhões de libras foram antecipados à Raytheon para… Read more »
Esses novos submarinos parecem mesmo muito promissores.
Mas os britânicos não pensam em olhar para trás e desmantelar os submarinos nucleares já desativados, que vão se acumulando?
Aliás, o UK está sozinho nessa situação?
As demais potências que já desativaram submarinos nucleares também têm esse passivo a enfrentar?
Os russos têm vários nessa situação. Até onde sei os americanos também, não sei os franceses.
É preciso acordar nosso povo mostrando que o dinheiro aplicado nas indústrias de defesa são na verdade investimentos que retornam em avanço tecnológico e segurança nacional e na melhoria da qualidade de vida do nosso país. Façam um comparativo e mostrem que vale a pena investir nas Forças Armadas do Brasil, precisamos de autonomia tecnológica. FÉ NO BRASIL PESSOAL 🇧🇷 🇧🇷 🇧🇷 🇧🇷
Caro Hugo. Acho que a conta é mais complicada. È sim possível criar um setor de defesa que consiga impactar no setor civil, como a Embraer. Por outro lado, essa transferência tecnológica é mais difícil em outros setores, como na fabricaçaõ de submarinos. Também é fato que a construção local de meios navais (submarinos ou fragatas) apresentam ganhos econômicos sobre a importação simples, inclusive pensando nos custos relacionados com a manutenção dos equipamentos. Basta lembrar que as turbinas dos MirageIII eram revisadas na França. Alíás, a manutençao das turbinas do F39 é uma boa pergunta. Há um debate equivocado sobre… Read more »