Líderes globais, biólogos e empresários reúnem-se na sede da ONU neste 8 de junho; encontro quer inspirar e pedir mudanças colaborativas em prol dos oceanos, que absorvem 30% do dióxido de carbono produzido pelos seres humanos

Esta quarta-feira, 8 de junho, é o Dia Mundial dos Oceanos, que cobrem 70% do planeta e produzem 50% do oxigênio da Terra. Apesar de serem centrais para os seres humanos, os mares sofrem cada vez mais os impactos do aquecimento global, absorvendo 30% do dióxido de carbono.

Por isso, as celebrações do Dia Mundial dos Oceanos em 2022 tem o tema “Revitalização: Ação Coletiva para o Oceano”, focando em comunidades, ideias e soluções que estão trabalhando por esta causa.

Trabalho em prol da natureza

Em mensagem, o secretário-geral das Nações Unidas destaca que mais de um terço dos estoques de peixes são capturados a níveis insustentáveis do ponto de vista biológico.

António Guterres lembra ainda que uma “proporção significativa dos recifes de corais já foi destruída”, além da poluição causada por plástico ter chegado até as ilhas mais remotas e às áreas mais profundas dos oceanos”.

Segundo o chefe da ONU, é preciso, com “urgência, de ação coletiva para revitalizar os oceanos” e para isso ele sugere que seja encontrado “um novo equilíbrio na nossa relação com o meio ambiente marinho, trabalhando em conjunto com a natureza e não contra ela”.

Ilha da Trindade

Portugal e Quênia

Na sede da ONU, em Nova Iorque, será realizado na manhã desta quarta-feira um evento de alto nível com a participação do secretário-geral António Guterres, de biólogos, de especialistas de ONGs e de empresas como a La Mer, além de representantes de Portugal e Quênia. Os dois países organizam a Conferência dos Oceanos a partir de 27 de junho em Lisboa.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Jurídicos também faz um discurso na abertura das comemorações do Dia Mundial dos Oceanos. Antes, Miguel de Serpa Soares conversou com o Centro de Informação da ONU em Bruxelas e destacou a importância dos acordos legais para melhorar a gestão dos recursos marinhos.

“Há um problema do respeito pelo Direito Internacional e da capacidade. Isso não é apontar o dedo aos Estados que não cumprem determinadas obrigações internacionais, mas é para perceber por que é que esses Estados não cumprem essas obrigações. E tentar ajudar, ou criar condições, para que esses Estados possam cumprir com essas obrigações internacionais.”

Segundo Miguel de Serpa Soares, neste momento está sendo negociado um novo tratado sobre biodiversidade para além das zonas de jurisdição nacional, envolvendo os dois terços da superfície dos oceanos que estão fora dessa jurisdição.

A ONU também lembra que os mares são chave para a economia global, sendo que as indústrias ligadas aos recursos marinhos e costeiros deverão empregar 40 milhões de pessoas até 2030.

Todos os benefícios econômicos dos oceanos formam a chamada “economia azul”, que engloba indústrias que dependem ou que existem devido aos oceanos, meios de subsistência, serviços para o ecossistema como sequestro de carbono, proteção costeira e biodiversidade.

Garantir que a economia azul seja sustentável é uma das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 14, que prevê a conservação e o uso sustentável dos recursos marinhos até 2030.

FONTE: ONU News

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