Brasil inicia conversações com AIEA sobre combustível para submarino nuclear planejado

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SN-BR

O Brasil iniciou discussões com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) com o objetivo de abrir caminho para o uso de combustível nuclear em um submarino pela primeira vez, disse o chefe da agência da ONU, Rafael Grossi, no dia 6 de junho.

O Brasil está desenvolvendo um submarino de propulsão nuclear sob contrato com a empresa de defesa francesa Naval Group. O Brasil está projetando seu reator.

Até agora, nenhuma parte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, como o Brasil, tem um submarino nuclear, além dos cinco membros permanentes (P5) do Conselho de Segurança da ONU, também conhecidos como Estados com armas nucleares: Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.

Os submarinos nucleares, que podem permanecer no mar por muito mais tempo do que outros submarinos, representam um desafio de proliferação porque operam fora do alcance dos inspetores da AIEA.

“Outro desenvolvimento importante é o relacionado à comunicação formal do Brasil para iniciar discussões com a Secretaria da (AIEA) sobre um arranjo de Procedimentos Especiais para o uso de material nuclear sob salvaguardas na propulsão nuclear e na operação de submarinos e protótipos”, disse Grossi em uma declaração para uma reunião trimestral do Conselho de Governadores da AIEA.

Pastilhas de dióxido de urânio usadas no reator nuclear. Apenas duas pastilhas geram energia para manter uma residência média funcionando por um mês
As varetas, contendo o urânio, conhecidas como Varetas de Combustível, são montadas em feixes, numa estrutura denominada ELEMENTO COMBUSTÍVEL. A Vareta de Combustível é a primeira barreira que serve para impedir a saída de material radioativo para o meio ambiente.

“Parabenizo o Brasil por sua abordagem transparente e decisão de trabalhar em estreita colaboração com a Agência neste importante projeto.”

No ano passado, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Austrália, conhecidos coletivamente como AUKUS, iniciaram uma discussão semelhante com a AIEA sobre os planos para a Austrália adquirir submarinos nucleares por meio da transferência de tecnologia dos EUA.

A Austrália também é parte do TNP. Nem ela nem o Brasil têm armas nucleares.

O único país não-P5 a ter um submarino nuclear é a Índia. Possui armas nucleares, mas não é signatário do TNP e, portanto, não está sujeito a verificações e inspeções abrangentes da AIEA.

Grossi expressou sua “satisfação com o engajamento e transparência demonstrados pelos três países (AUKUS) até agora” em suas discussões.

FONTE: Reuters

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