Projeto do LABGENE

Na sexta-feira, 1 de julho, a NUCLEP informou entregou documentação que conclui a entrega à Marinha do Brasil (MB) de mais equipamentos, considerados estratégicos, para a construção do protótipo em terra da propulsão do futuro submarino nuclear brasileiro.

A entrega foi concluída, conforme a nota da empresa, com os chamados “databooks” de seis Vasos do Sistema de Resfriamento de Emergência do LABGENE. A nota veio acompanhada de fotos, sendo que a NUCLEP detalhou que essa fase de entrega incluiu 2 trocadores de calor (TC1 e TC2), 2 vasos acumuladores (VP3 e VP4) e 2  tanques de inundação

Com isso, a NUCLEP afirma ter cumprido parte importante do contrato da companhia com duas organizações da MB, a Diretoria de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DDNM) e o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).

O LABGENE, sigla para Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica, é o protótipo em terra na escala real do sistema de propulsão que deverá equipar o futuro submarino nuclear Álvaro Alberto.

Como se pode ver na ilustração de abertura e no esquema abaixo, é um sistema dividido em blocos em que o reator (que está no Bloco 40) gera energia térmica que aquece um fluido em circuito fechado. Essa energia é transferida a um conjunto de trocadores de calor / geradores de vapor. Estes produzem vapor em alta pressão que circula em circuito separado, em outro bloco separado do reator, que faz girar turbinas acopladas a turbogeradores elétricos. A energia elétrica alimenta então o motor que vai girar o eixo e hélice do submarino (no caso do protótipo em terra, o eixo é acoplado a um freio dinamométrico que simula a resistência ao giro).

LABGENE e seus equipamentos
LABGENE e seus equipamentos (clique na imagem para ampliar)

Segundo a Marinha, o reator será capaz de gerar 48 megawatts de potência térmica. Esta potência, no processo descrito acima e para o qual deverá ser construído todo um novo sistema destinado ao submarino após a validação do protótipo, produzirá energia elétrica para tanto para a propulsão quanto para os diversos sistemas embarcados. Esta energia seria suficiente, a título de comparação, para abastecer uma cidade de 20 mil habitantes.

Para o protótipo em terra, que é constituído de diversos blocos que se limitam pelas mesmas dimensões que terá o casco resistente do submarino, a NUCLEP é responsável pela fabricação de equipamentos do Bloco 40, parte relacionada ao reator nuclear e seus sistemas associados. Os equipamentos desta entrega finalizada na sexta-feira são, segundo a empresa, “fundamentais para segurança durante a operação do reator, visto que tem a função de resfriamento em situações de emergência”.

Para saber mais, clique nos links a seguir para acessar dezenas de matérias já publicadas a respeito no Poder Naval, indexadas com os nomes LABGENE e PROSUB.

FOTOS: NUCLEP (exceto imagem de abertura, do esquema do LABGENE e concepção artística do submarino nuclear, da Marinha do Brasil)

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