Porta-aviões ‘São Paulo’ parte hoje rumo à Turquia para desmanche
O porta-aviões São Paulo (ex-PA Foch) deve partir hoje rumo à Turquia para ser desmanchado.
Imagens feitas hoje mostram o rebocador Alp Centre de bandeira holandesa se posicionando para levar o São Paulo até Aliağa.
Segundo o site Airway, o casco do navio-aeródromo foi arrematado em março de 2021 por R$ 10,5 milhões por representantes do estaleiro turco Sok Denizcilikve Tic, especializado no desmonte de navios desativados.
O Instituto São Paulo/Foch no Brasil tentou impedir o NAe São Paulo seguisse para a Turquia para desmontagem, visando transformá-lo em um museu.
O Navio-Aeródromo São Paulo, entrou em serviço originalmente como PA Foch na Marinha Francesa em 1963, como o segundo navio da classe “Clemenceau”. A construção começou em 1957.
O PA Foch foi desativado em 2000, quando a Marinha Francesa recebeu o porta-aviões Charles de Gaulle. Em seguida, foi transferido para o Brasil e rebatizado NAe São Paulo – A12.
Na Marinha Nacional da França, o PA Foch participou de diversas operações navais, das quais se destacam:
- A Operação “OLIFANT”, no ano de 1982, quando atingiu a marca de 178 dias de mar, com períodos de até 37 dias consecutivos entre atracações, com a finalidade de assegurar a presença francesa próxima ao Líbano;
- Missão de ajuda humanitária “CAPSELLE”, em agosto de 1989, próximo ao Líbano;
- Operação “BALBUZARD”, no período de 1993 a 1995, quando, supriu a ausência do “Clemenceau”, que se encontrava em prolongado período de reparos;
- Operação “TRIDENT”, realizada entre os anos de 1997 e 2000; e
- Operação “MYRRHE” 2000, conduzida nos Oceanos Índico e Atlântico, e no Mar
Mediterrâneo.
Em 37 anos de serviço na Marinha Nacional da França, o NAe “Foch” atingiu as expressivas marcas de 3.000 dias de mar e 1.009.095 milhas navegadas.
Substituto do NAeL Minas Gerais
O NAe São Paulo foi adquirido pela Marinha do Brasil para substituição do NAeL Minas Gerais.
Em sua vida ativa na MB, o NAe São Paulo se destacou nas seguintes operações:
- URUEX I / ARAEX VI, em abril de 2002, realizadas em águas uruguaias e argentinas;
- TROPICALEX-02, realizada em setembro de 2002, quando visitou o porto de Santos e operou com as seguintes aeronaves: AF-1 Skyhawk, três SH-3A/B Sea King, três UH-14 Super Puma, dois UH-12 Esquilo, dois IH-6B Jet Ranger e dois S-2T Turbo Tracker da Escuadrilla Aeronaval Antissubmarina da Armada Argentina;
- CATRAPO-02, realizada em novembro daquele mesmo ano;
- ASPIRANTEX-03, em janeiro de 2003, capitaniando um Grupo-Tarefa (GT) constituído pelas Fragatas Constituição, União, Rademaker, Contratorpedeiro Pernambuco, Navio de Desembarque Doca Ceará, Navio-Tanque Almirante Gastão Motta e o Submarino Tapajó, ocasião em que visitou o porto de Fortaleza;
- TROPICALEX-03, em maio de 2003, realizada na área entre o Rio de Janeiro e Salvador, como capitânia da Força-Tarefa 705, composta por um Navio de Desembarque de Carro de Combate (NDCC), cinco Fragatas, dois Contratorpedeiros, três Submarinos, dois Navios-Tanque, dois Navios-Patrulha, além de aeronaves do 1º Esquadrão de Esclarecimento e Ataque, do 1º Esquadrão de Instrução, 1º Esquadrão Antissubmarino, do 1º e 2º Esquadrões de Emprego Geral e do Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque;
- HELITRAPO e CATRAPO, em fevereiro de 2004;
- Operação PASSEX-RONALD REAGAN, em junho de 2004, quando fez parte do GT 706.1, junto com o Submarino Tapajó, sob o Comando da 1ª Divisão da Esquadra, operou com o NAe Nuclear USS Ronald Reagan e o Cruzador AEGIS USS Thomas S. Gates; e
- ESQUADREX-04, em agosto de 2004, realizada na área marítima entre o Rio e Vitoria.
O NAe São Paulo permaneceu 18 anos em serviço na MB, fazendo 206 dias de mar, 53.024,6 milhas navegadas e 566 catapultagens.