Parada Naval é um dos destaques do Bicentenário da Independência

Para celebrar o Dia da Pátria, neste 7 de setembro, a Marinha do Brasil (MB) realizou diversos eventos por todo o País, como a tradicional Parada Naval e Aeronaval na orla do Rio de Janeiro. O desfile contou com 21 navios, sendo dez da MB e onze estrangeiros, além das aeronaves UH-12 “Esquilo” e UH-15 “Super Cougar” que fez um sobrevoo levando a Bandeira Nacional. O evento, alusivo ao Bicentenário da Independência, teve início no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, e seguiu pela Zona Sul. Ao final, os navios ficaram fundeados em Copacabana para que o público presente pudesse avistá-los por mais tempo.

Diversas pessoas aproveitaram o feriado para celebrar a data e assistir ao desfile com suas famílias e amigos, como foi o caso da agricultora Rita Sanche, que é do Espírito Santo. “Estamos aqui passeando pelo Rio de Janeiro e aproveitando para participar desse dia tão importante para o nosso país”. Para o estudante João Manoel, “é uma honra ver de perto diversos navios da nossa Marinha, como o Navio ‘Atlântico’ e ainda saber que o Submarino ‘Riachuelo’ também está presente”.

A Parada Naval é um desfile de navios que acontece há décadas e tem o propósito de mostrar à população os navios e as aeronaves da MB que protegem o território brasileiro e as riquezas da Amazônia Azul. A participação de navios de Marinhas amigas neste ano – Argentina, Chile, Estados Unidos da América, Camarões, México, Namíbia, Portugal, Reino Unido e Uruguai – reforça os laços de amizade e respeito com os demais países e contribui para a interoperabilidade nas diversas tarefas.

Os preparativos para a celebração do Bicentenário da Independência começaram em 2018, com o objetivo de planejar os diversos eventos relacionados a essa data. Dentre os principais eventos estão o Velas Latinoamerica 2022, a Parada Naval (hoje), a Revista Naval no próximo dia 10 de setembro, assim como a Operação UNITAS LXIII. De acordo com o Comandante da 2ª Divisão da Esquadra, Contra-Almirante André Luiz Andrade Félix, por ser um evento de alta complexidade com muitos atores envolvidos “houve diversas reuniões logísticas com órgãos públicos e privados que nos ajudaram, como a Praticagem RJ, Companhia Docas do RJ e Pier Mauá, Adidos Navais e de Defesa, Força Aérea Brasileira, Aeroporto Santos Dumont e CCR Barcas. Além disso, foram atualizados os levantamentos batimétricos da Baía da Guanabara, a fim de prover o máximo de segurança no evento”.

Navios envolvidos no Desfile

Os navios da MB que participaram da Parada Naval foram: Navio-Veleiro “Cisne Branco”; Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”; Navio-Doca Multipropósito “Bahia”; Fragata “Liberal”; Navio-Patrulha Oceânico “Amazonas”; Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul”; Navio Oceanográfico “Antares”; Submarino “Riachuelo”; Navio-Patrulha “Maracanã”; e o Aviso de Pesquisa Hidroceanográfico “Aspirante Moura”.

Já os navios estrangeiros das Marinhas amigas foram: Navio de Transporte Anfíbio USS “Mesa Verde” LPD-19 (Classe San Antonio) e Navio Destroyer USS “Lassen” da Marinha dos Estados Unidos; Navio Multipropósito ARM “Libertador” do México; Navio Patrulha Oceânico Polivalente ARA “Piedrabuena” e ARA “Libertad” da Argentina; Navios Patrulha (CNS) “Le Ntem” e “Lasanaga” de Camarões; Navio Escola da Armada Portuguesa N.R.P. “Sagres”; Fragata HMS “Forth” da Marinha Real Britânica; Navio Multipropósito “Elephant” da Namíbia; Navio de Salvamento e Pesquisa ROU “Vanguardia” do Uruguai; e a Fragata FF-19 “Almirante Willians” do Chile.

Programação de eventos no RJ estende-se por todo o dia

Após o desfile na orla, a população vai poder assistir em Copacabana a apresentação da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais e, cumprindo um cerimonial, serão prestadas salvas de 21 tiros partindo do NAM “Atlântico” e respondidas pelo Forte de Copacabana. Além disso, haverá demonstração de salto livre, demonstrações aéreas com a Esquadrilha da Fumaça e a Esquadrilha do Céu. Também terão apresentações da Banda de Música da Força Aérea Brasileira, do Exército Brasileiro e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Desfile cívico-militar na capital do País

Brasília tornou-se palco, mais uma vez, do tradicional desfile de 7 de setembro, evento que também faz parte das comemorações alusivas ao Bicentenário da Independência do Brasil. Depois de dois anos suspenso, o desfile cívico-militar atraiu milhares de pessoas para a Esplanada dos Ministérios e contou com a presença tradicional das forças militares, em terra e no ar, e de escolas locais. Este ano, 576 militares da Marinha desfilaram em comemoração ao Bicentenário.

Logo no início, representantes da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais, da seção regional de Brasília, desfilaram embarcados em viatura Atego. O público presente também pôde apreciar o desfile do Grupamento da MB, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Marcelo Fortunato Heringer Rosa, acompanhado pela banda de música do Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, pela Guarda Bandeira e por seis militares do Estado-Maior da Força Naval.

A moradora de Goiânia (GO), Caroline Sintra, veio em uma caravana composta por 50 ônibus e disse ter participado com muita emoção do evento. “Chegamos com expectativa e viemos prestigiar os 200 anos da nossa Independência”. Além dela, também de Goiânia, Rodrigo Camargo descreveu como foi assistir ao desfile. “Fazia muito tempo que eu não participava. Esse é um momento especial para o Brasil, o Bicentenário da sua Independência, e estar junto com tantos brasileiros foi entusiasmante, um momento que representou muito para mim e para quem veio comigo”.

Em seguida, o público viu a passagem da Companhia de Aspirantes da Escola Naval, estabelecimento de ensino superior mais antigo do País, composta por integrantes da Turma “Patriarca da Independência”. A Companhia contou, pela primeira vez, com as futuras oficiais do Corpo da Armada e de Fuzileiros Navais, consolidando o acesso das mulheres a todos os Corpos e Quadros da MB.

Logo após, duas Companhias de militares da área de jurisdição do Comando do 7º Distrito Naval representaram os homens e mulheres que trabalham a bordo dos navios e demais Organizações da Marinha. O espírito de corpo, a força e o profissionalismo desses militares estiveram presentes ao longo de todo o desfile. A Capitão-Tenente (Bacharel em Direito) Flávia Cristina Bessera Madureira desfilou como Comandante da 2ª Companhia e para ela foi uma grande honra. “Primeiramente por que eu prestigiei a minha Força, a Marinha do Brasil, uma instituição que eu sirvo há mais de sete anos, e segundo, por que estamos comemorando o Bicentenário da Independência do Brasil que, a meu ver, traz a oportunidade de repensar e refletir as conquistas que tivemos ao longo desses anos. A emoção tomou conta, consegui demonstrar o meu patriotismo, um sentimento voluntário de amor e de pertencimento à minha Pátria”, concluiu.

A Companhia de Fuzileiros Navais de Brasília também participou do desfile. Ela representou o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), única tropa brasileira de caráter expedicionário, especializados nas operações anfíbias, que chegaram ao Rio de Janeiro em 1808, acompanhando a Família Real portuguesa. Já o Destacamento de Operações Especiais, composto pelos Comandos Anfíbios e pelos Mergulhadores de Combate, representaram as tropas de elite da MB.

Desfile motorizado

Além do desfile com militares, a Marinha do Brasil foi representada por veículos motorizados. Os destaques foram os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf); as viaturas Lançadoras Múltipla Universal do Sistema Astro-2, de fabricação nacional; e as modernas viaturas blindadas sobre rodas Piranha IIIC, que foram empregadas para a proteção da tropa na Missão de Paz da Organização das Nações Unidas para a estabilização do Haiti e nas Operações da Intervenção Federal na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro, em 2019.

Desfilaram, também, as viaturas blindadas sobre Lagarta M113 MB-UNO, que conseguem transportar 11 militares armados e equipados; e, para fechar o desfile, duas viaturas Marruá com Mísseis Mistral, empregados na defesa antiaérea.

FONTE: Agência Marinha de Notícias

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