A Royal Navy no Confronto Indonésio (1962-1966)
Houve uma rebelião (com apoio secreto da Indonésia) em Brunei em Dezembro de 1962 e as forças britânicas e da Commonwealth foram rapidamente reforçadas. Apesar do fracasso da insurreição, durante 1963 a Indonésia embarcou em uma guerra de guerrilha destinado a desestabilizar a nova Federação da Malásia e expulsar os ingleses da região. Isso ficou conhecido como o confronto indonésio.
A Frota do Extremo Oriente da Royal Navy teve uma presença significativa com o desdobramento de pelo menos um porta-aviões mais unidades de escolta. Deve-se notar, no entanto, que as forças ao “leste de Suez” também eram necessárias em Hong Kong, Golfo de Áden e África Ocidental, por isso a cobertura da África era escassa em momentos cruciais.
O Confronto levou ao maior e mais longo desdobramento da RN do pós-guerra. No auge, no final de 1964, mais de um terço da frota ativa foi desdobrada na área, compreendendo na ordem de 50 navios, incluindo auxiliares.
Os níveis de força variaram dependendo da escala das operações indonésias e problemas em outros lugares. Mas em geral, além dos dois porta-aviões e um navio de comando, também havia pelo menos um destróier da classe “County”, quatro outros destróieres, cerca de doze fragatas, e adicionalmente cinco submarinos da 7ª Divisão que foram baseados em Singapura.
O trabalho de patrulha costeira foi realizado por três flotilhas de caça-minas. Anualmente, havia ‘FOTEX’ dos exercícios envolvendo navios das marinhas da Commonwealth. Um dos maiores foi o ‘FOTEX 65’ de março de 1965, que envolveu os porta-aviões Eagle, Victorious, Melbourne e Bulwark com uma série de embarcações de escolta.
Até meados de 1964, a maioria das operações limitava-se a Sarawak, e o papel da marinha era principalmente na costa, com o fornecimento de patrulhas, guardas e apoio de helicóptero. No entanto, a partir de agosto de 1964, com as forças britânicas e da Commonwealth em ascendência, a ênfase mudou para a terra. Em um ataque, paraquedistas indonésios pousaram através de uma lacuna na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ).
Para combater este ataque, o HMS Kent (destróier classe “County”) foi usado como um radar móvel de busca aérea. A situação, no entanto, trouxe as unidades britânicas e da Commonwealth à beira da retaliação. Os planos na época variavam de ataques contra as bases das Forças Especiais da Indonésia à destruição da Força Aérea Indonésia. O mais significativo evento naval deste período foi o trânsito do porta-aviões HMS Victorious através do Estreito de Lombok. O período de setembro de 1964 a setembro de 1965 foi de equilíbrio.
O aspecto primário do Confronto foi o uso de diplomacia e ameaças veladas (de ambos os lados) acompanhadas por conflito real mínimo. Os britânicos desejavam contê-lo em nível e custo mais baixos possíveis. Os indonésios queriam prolongá-lo para que os britânicos perdessem o interesse e fossem para casa, e eles não queriam provocar ataques em casa nas ilhas. Por fim, foi o presidente Sukarno quem perdeu, após a tentativa de golpe de setembro de 1965, que efetivamente tirou-o do poder. Isso resultou em um acordo de paz em agosto de 1966, apesar do fato de que oficialmente não houve guerra!
Apesar da ênfase colocada no poder naval, deve ser lembrado que havia numerosos esquadrões da RAF, RAAF e RNZAF empregados na área fornecendo apoio de combate e transporte. Forças terrestres incluídas foram os 42 e 43 RM Commando, King’s Own Yeomanry Light Infantry, o Regimento de Paraquedistas e, claro, os Ghurkas, para citar apenas alguns exemplos.
FONTE: “White Ensign”, por R.A. Doty
Desconhecia esse conflito, obrigado pela matéria. Se a situação ficasse quente, será que a Inglaterra iria “pro pau” tambem, ou ela não aguentaria os custos do desdobramento, e diria que esse conflito não tem tanta importância assim pra lutar nele?
PS: com todo o respeito aos editores, mas o novo layout da Trilogia tá bem confuso. Matérias antigas se misturando com novas, e as vezes é difícil achar as últimas notícias. Pelo menos, na versão mobile.
Muito obrigado pelo feedback, Wilber. Fizemos algumas modificações para melhorar a visualização no mobile. Veja se ficou melhor agora. Abs!
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Impressionantes as fotos e excelente materia. Quase parece o canto de cisne da Royal Navy, daí em diante foi sempre a descer em quantidade de navios…
Acho que o canto do cisne foi nas Falklands.
Em quantidade, sim. Ninguem mais tem condições de sustentar a mesma quantidade de navios da WWI e WWII.
Mas em qualidade, ela continua a frente de 90% das Marinhas do mundo.
Me lembrou uma brincadeira que circulava nos fórum de defesa. Um navio navio da marinha americana cruza com uma belonave da Royal Navy. Um dos tripulantes da primeira embarcação saudou os britânicos perguntando ” como vai a segunda maior marinha do mundo?” Então, um dos britânicos respondeu “bem, muito bem, como vai a segunda melhor marinha do mundo ?” Rsrs
Uau, q matéria sensacional, fotos incríveis, q história interessante, na época os ingleses eram top, mas hoje…
A foto do porta-aviões cuja legenda é o HMS Eagles, está errada. A foto é do HMS Victorious.
Obrigado Vinícius, corrigimos. Abs!