Marinha do Brasil deve afundar o ex-Navio-Aeródromo ‘São Paulo’ com explosivos a 200 km da costa
O casco de ex-Navio-Aeródromo (NAe) São Paulo da Marinha do Brasil deve ser afundado nas primeiras horas de amanhã (1/2), com explosivos, de maneira controlada, a cerca de 200 quilômetros da costa brasileira, em um local onde a profundidade beira os 5.000 metros, mas dentro da chamada ZEE – Zona Econômica Exclusiva.
Segundo matéria publicada na coluna História do Mar do site UOL, a Marinha informou ter identificado, com base em estudos realizados pelo seu Centro de Hidrografia, um local que permitiria o afundamento do ex-porta-aviões com redução de potenciais impactos ambientais.
O casco do ex-NAe São Paulo foi adquirido pelo estaleiro turco Sok para ser desmantelado, mas em 9 de setembro de 2022, quando estava chegando ao país, teve que dar meia-volta e retornar ao Brasil. A Turquia não autorizou a atracação do navio devido à presença de amianto a bordo.
Desde o retorno ao Brasil, o navio permanecia nas imediações da costa de Pernambuco, monitorada por equipe de emergências ambientais do Ibama que avalia riscos decorrentes do agravamento de avarias no casco. Em 10/01, a empresa proprietária do casco comunicou ao Ibama e à Marinha a intenção de abandonar o navio.
Desde então, a Marinha do Brasil determinou maior afastamento do comboio (rebocador conectado ao casco) da costa, para região com maior profundidade e a designou a Fragata União e do Navio de Apoio Oceânico Purus para realizar o acompanhamento do reboque.
PA Foch virou NAe São Paulo
A França desativou o porta-aviões Foch (R 99) e o colocou à venda em 1999, quando o porta-aviões Charles de Gaulle movido a energia nuclear entrou em serviço. O Brasil comprou o navio francês em setembro do ano 2000 por apenas US$ 12 milhões.
Rebatizado NAe São Paulo (A12), o porta-aviões chegou ao Rio de Janeiro em 17 de fevereiro de 2001. Ele substituiu o Navio-Aeródromo Ligeiro Minas Gerais (A11), adquirido da Inglaterra em 1956 e incorporado em 1960. O Minas Gerais foi desativado em outubro de 2001, após 41 anos de serviço ativo na Marinha do Brasil.
A aquisição do NAe São Paulo visava principalmente a operação dos caças-bombardeiros A-4KU Skyhawk adquiridos pela Marinha do Brasil à Força Aérea do Kuwait em 1998, já que os jatos operavam de forma limitada no NAeL Minas Gerais.
Após um acidente ocorrido com a tubulação de vapor da catapulta em 2005, o navio ficou muito tempo em reparos e aguardava uma grande modernização para recuperar a capacidade operacional.
Em 2017, o Almirantado concluiu que o Programa de Modernização exigiria alto investimento financeiro, conteria incertezas técnicas e necessitaria de um longo período de conclusão e decidiu pela desativação do navio-aeródromo.
Abaixo seguem imagens do navio quando estava em operação na MB e as imagens da maquete do navio modernizado com caças Sea Gripen.