Marinha do Brasil deve afundar o ex-Navio-Aeródromo ‘São Paulo’ com explosivos a 200 km da costa

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O NAe São Paulo, em 2004

O casco de ex-Navio-Aeródromo (NAe) São Paulo da Marinha do Brasil deve ser afundado nas primeiras horas de amanhã (1/2), com explosivos, de maneira controlada, a cerca de 200 quilômetros da costa brasileira, em um local onde a profundidade beira os 5.000 metros, mas dentro da chamada ZEE – Zona Econômica Exclusiva.

Segundo matéria publicada na coluna História do Mar do site UOL, a Marinha informou ter identificado, com base em estudos realizados pelo seu Centro de Hidrografia, um local que permitiria o afundamento do ex-porta-aviões com redução de potenciais impactos ambientais.

O casco do ex-NAe São Paulo foi adquirido pelo estaleiro turco Sok para ser desmantelado, mas em 9 de setembro de 2022, quando estava chegando ao país, teve que dar meia-volta e retornar ao Brasil. A Turquia não autorizou a atracação do navio devido à presença de amianto a bordo.

Desde o retorno ao Brasil, o navio permanecia nas imediações da costa de Pernambuco, monitorada por equipe de emergências ambientais do Ibama que avalia riscos decorrentes do agravamento de avarias no casco. Em 10/01, a empresa proprietária do casco comunicou ao Ibama e à Marinha a intenção de abandonar o navio.

Desde então, a Marinha do Brasil determinou maior afastamento do comboio (rebocador conectado ao casco) da costa, para região com maior profundidade e a designou a Fragata União e do Navio de Apoio Oceânico Purus para realizar o acompanhamento do reboque.

PA Foch virou NAe São Paulo

PA Foch visitando o Rio de Janeiro, em 1999

A França desativou o porta-aviões Foch (R 99) e o colocou à venda em 1999, quando o porta-aviões Charles de Gaulle movido a energia nuclear entrou em serviço. O Brasil comprou o navio francês em setembro do ano 2000 por apenas US$ 12 milhões.

Rebatizado NAe São Paulo (A12), o porta-aviões chegou ao Rio de Janeiro em 17 de fevereiro de 2001. Ele substituiu o Navio-Aeródromo Ligeiro Minas Gerais (A11), adquirido da Inglaterra em 1956 e incorporado em 1960. O Minas Gerais foi desativado em outubro de 2001, após 41 anos de serviço ativo na Marinha do Brasil.

A aquisição do NAe São Paulo visava principalmente a operação dos caças-bombardeiros A-4KU Skyhawk adquiridos pela Marinha do Brasil à Força Aérea do Kuwait em 1998, já que os jatos operavam de forma limitada no NAeL Minas Gerais.

Após um acidente ocorrido com a tubulação de vapor da catapulta em 2005, o navio ficou muito tempo em reparos e aguardava uma grande modernização para recuperar a capacidade operacional.

Em 2017, o Almirantado concluiu que o Programa de Modernização exigiria alto investimento financeiro, conteria incertezas técnicas e necessitaria de um longo período de conclusão e decidiu pela desativação do navio-aeródromo.

Abaixo seguem imagens do navio quando estava em operação na MB e as imagens da maquete do navio modernizado com caças Sea Gripen.

NAe São Paulo e USS Ronald Reagan (CVN 76) em 8 de junho de 2004

Maquete do NAe São Paulo com jatos Sea Gripen, na LAAD 2013
Maquete do NAe São Paulo com jatos Sea Gripen, na LAAD 2013
Sea Gripen da MB na LAAD 2015
Sea Gripen da MB na LAAD 2015
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