Marinha dos EUA quer adicionar segundo estaleiro para construir quatro fragatas classe ‘Constellation’ por ano

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Concepção da USS Constellation (FFG-62)

A liderança da Marinha dos EUA quer expandir a construção de sua nova fragata de mísseis guiados para quatro navios por ano, assim que possível, disseram os líderes do serviço ao Comitê dos Serviços Armados do Senado (SASC) no dia 18 de abril.

Até o final do ano, o serviço espera que o construtor naval da classe “Constellation” (FFG-62) Fincantieri Marinette Marine tenha o pacote de dados técnicos pronto para um segundo construtor naval começar a construir mais “Connies”, disse o secretário da Marinha Carlos Del Toro em resposta a um membro do SASC, senador Roger Wicker (R-Miss.)

“Na verdade, estamos aguardando a conclusão do pacote de design técnico, que está previsto para o final deste ano”, disse Del Toro.
“Vamos analisá-lo e, nesse ponto, tomaremos uma decisão sobre se temos a capacidade de realmente pegar esse pacote de dados técnicos e garantir que esteja maduro o suficiente para realmente competir por outro estaleiro para que possamos ter dois estaleiros. ”

Em comentários de acompanhamento às perguntas de Wicker, o chefe de operações navais, almirante Mike Gilday, disse que o serviço gostaria que Marinette e o segundo estaleiro produzissem duas “Connies” por ano.

“Acho muito importante … que possamos chegar ao segundo estaleiro e uma taxa de duas por ano de cada estaleiro”, disse ele ao comitê.

Marinette iniciou a fabricação do primeiro navio, Constellation (FFG-62), no ano passado, após um contrato de US$ 795 milhões em 2020. A Marinha exerceu opções para a segunda fragata Congress (FFG-63) em 2021 e Chesapeake (FFG-64) no ano passado.

A convocação de quatro Constellations  por ano é um afastamento da atual perspectiva de longo alcance da Marinha dos EUA para a linha de fragatas. Com base em duas das três alternativas no plano de construção naval de 30 anos do ano fiscal de 2024, a Marinha não planeja atingir uma cadência sustentada de duas fragatas por ano até a década de 2030.

O atual padrão “dente de serra” alterna a compra entre uma e duas fragatas a cada dois anos até 2027 para um total de sete nas atuais perspectivas orçamentárias de cinco anos.

Embora o plano de construção naval, também divulgado na terça-feira, seja um espaço reservado antes da avaliação planejada da estrutura de força da Marinha, prevista para junho, o novo relatório deu uma ideia de por que o serviço gostaria de acelerar a linha.

“O aumento do número de combatentes multimissão menores, como as fragatas da classe “Constellation” (FFG 62), permite uma distribuição mais eficiente de missões em toda a frota de superfície, liberando os mais capazes (destróieres de mísseis guiados) para missões críticas de ponta, ” diz o plano de construção naval de longo alcance, obtido pelo USNI News na terça-feira.

Os atuais destróieres da classe “Arleigh Burke” foram encarregados de missões de baixa intensidade como parte de desdobramentos individuais, como fornecer plataformas de host para missões de aplicação da lei da Guarda Costeira.

A fragata de 7.300 toneladas é baseada na fragata FREMM das marinhas italiana e francesa, mas foi fortemente modificada para atender aos padrões de sobrevivência militar dos EUA, margens de crescimento e equipamentos fornecidos pelo governo. A subsidiária da Leido, Gibbs & Cox, reformulou o design original.

O projeto da fragata Constellation é baseado na FREMM das marinhas italiana e francesa

A Marinha comprou o combatente de mísseis guiados após intensa pressão do Congresso liderada pelo falecido senador John McCain (R-Ariz.), que era muito crítico do programa Littoral Combat Ship e queria que a Marinha buscasse um navio de guerra com mais capacidades, como capacidades antiaéreas expandidas e papéis de guerra antissubmarino.

Incluído nos termos depois que a Fincantieri Marinette Marine ganhou o contrato original em 2020, estava a propriedade do serviço dos pacotes de dados técnicos necessários para construir o navio para que a Marinha pudesse realizar uma competição pelo segundo estaleiro.

Os estaleiros da Costa do Golfo Austal USA em Mobile, Alabama, e Ingalls Shipbuilding em Pascagoula, Mississipi, se posicionaram para assumir o papel de segundo estaleiro para a fragata. A Austal, que antes construía apenas navios de alumínio, ergueu uma linha de aço para expandir os tipos de navios que pode construir. Ingalls está concluindo os Cutters de Segurança Nacional finais para a Guarda Costeira e tem capacidade de construção disponível.

Na audiência, Gilday enfatizou que maximizar a produção é o objetivo da Marinha nos sete estaleiros que constroem navios de guerra.

“Dois estaleiros estão no plano”, disse Gilday. “Queremos ter certeza de que estamos medindo duas vezes e cortando uma vez antes que essa decisão seja tomada.”

FONTE: USNI News

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737-800RJ

Às vezes me pergunto: por qual motivo a marinha americana não faz, assim como a chinesa, e investe em belonaves mais leves e baratas de se manter, como fragatas de 4.000 toneladas, como as Type 054 ou a Classe Grigorovich russa?
Dá pra fazer coisa muito boa com essa faixa de deslocamento e construir em grande número…

Dalton

Basicamente, por que a “marinha americana” precisa ir a lugares distantes e isso é melhor feito com navios maiores, com maior alcance, que precisam de melhores sensores grande armamento para não depender tanto de apoio externo e que exigem grandes tripulações. . Por outro lado a China está agora construindo combatentes de superfície que deslocam mais de 10.000 toneladas e um NAe o “Fujian” que diferente de tudo o que já se construiu até hoje por todas as outras nações poderá também ser apelidado de “Super” como os NAes da US Navy já que além do grande tamanho contará também… Read more »

737-800RJ

Sim, embarcações maiores fazem sentido em missões expedicionárias por conta da distância e das condições do mar ao longo do percurso, mas fragatas mais leves de até 5.000 toneladas não teriam serventia fazendo proteção da terceira e quarta camadas — não sei se este conceito é aplicado à marinha americana ou se eles utilizam outro –, ali no Atlântico Norte, depois da área de atuação dos cutters da guarda costeira? Aliás, a Legend Class, de 4.500 toneladas da USCG não teria espaço na esquadra deles com as adaptações necessárias? Na nossa teria… 😅 As classes Knox e, posteriormente, a Oliver… Read more »

Dalton

Eram outros tempos “737”, onde por exemplo se temia a enorme força submarina da URSS e se queria também uma melhor proteção a comboios, então, fazia sentido um número maior de unidades menores, além do que a tecnologia na época, as armas existentes, a geração de energia necessária para sistemas cabia em navios menores e claro, o orçamento era bem maior permitindo um número maior além de “específicos” de navios e tripulações. . A US Navy até que tentou com o “LCS” que começou de um jeito e aí tentou-se adapta-lo para novas missões, mas, que basicamente tornou-se uma fragata… Read more »

737-800RJ

Obrigado pelas respostas, Dalton, de verdade!
O grande diferencial da Trilogia em relação às outras páginas de Defesa, incluindo muitas estrangeiras, são os comentários.
Abraço

Régis

Bem simples amigo: Arrogância Pura. Gostam de mostrar ao mundo “Quem Manda”. Porém tudo tem um preço, e a conta está chegando.

Se eles seguissem sua proposta diminuíriam seus custos, além de poder ganhar mais dinheiro vendendo belonaves novas para nações amigas. Eles sequer usam submarinos convencionais, apenas nucleares. O mercado de venda de navios e submarinos é dominado pelos europeus, russos e agora chineses.

EduardoSP

Tudo tem um preço a conta sempre chega.
Exatamente.
E isso vale para todos os países.

Tomcat

Aff… É cada uma que eu leio aqui…

Macgaren

Concordo, É um verdade ultraje os EUA terem dinheiro para ter todos esses porta éaviões, submarinos e navios.

Alessandro Machado

Já aqui no Brasil 4 fragatas leves levam pelo menos 10 anos para construção.

Fernando "Nunão" De Martini

O prazo estimado é bem menor que 10 anos para as 4 fragatas classe Tamandaré. Por enquanto, está sendo cumprido, veremos daqui a uns dois ou três anos o andamento real, conforme a previsão de que a primeira já tenha sido lançada e as demais estejam em diferentes estágios de construção. Lembrando que a matéria sobre a USN fala de encomendar (e posteriormente entregar) 4 por ano, ao invés de 2 num ano e 1 no outro ano. E isso não é o tempo que leva pra construção de quatro navios (tipo começar a construir em janeiro e entregar em… Read more »

Gladius, não é questão de otimismo ou pessimismo, apenas de ter a informação correta sobre o programa, que diferentemente de anteriores, buscou mais garantias pra não sofrer cortes e atrasos.

A Emgepron foi capitalizada anos atrás para pagar a construção das 4 fragatas, então por mais que a política traga problemas e tempestades, o fluxo financeiro do programa da classe Tamandaré está bem mais preservado do que ocorreu em programas anteriores ou atuais.

Pode dar errado? Pode. Mas ficou mais difícil do jeito que amarraram desta vez.

Last edited 1 ano atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Camargoer.

Caro. Gramsci escreveu uma vez que é preciso ser “Pessimista na razão e otimista na ação”

Esteves

Gramsci nunca Teve um cavalo.

Camargoer.

Riso. Mas apanhou na prisão como se fosse um pangaré.

Camargoer.

Caro. Cada navio tem um prazo estimado de 3,5 anos. Este tempo é mais ou menos o que se gasta em outros países para fazer um navio de porte similar. A questão é qual capacidade de produção em série. Por exemplo, seria possível construir um navio por vez, isso levaria 14 anos para produzir 4 navios. Outra alternativa é planejar um cronograma no qual um segundo navio seria iniciado assim que o primeiro casco fosse lançado ao mar, aumentando o ritmo para um navio a cada dois anos. Isso demandaria 9,5 anos para fabricar quatro navios. O cronograma das FCT… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“Por exemplo, seria possível construir um navio por vez, isso levaria 14 anos para produzir 4 navios. Outra alternativa é planejar um cronograma no qual um segundo navio seria iniciado assim que o primeiro casco fosse lançado ao mar, aumentando o ritmo para um navio a cada dois anos.” Na verdade é um pouquinho de cada coisa. Em Itajaí, há uma carreira de construção central onde são assentados os blocos construídos em duas oficinas / galpões laterais. Assim, podem ser construídos blocos de mais um navio simultaneamente. Quando um casco fica pronto na parte central, ele é deslocado para o… Read more »

Camargoer.

Obrigado Nunão. Minha intenção era mostrar que é muito difícil construir um navio do porte e complexidade de uma FCT em menos de três anos. O exemplo dos chineses lançarem dois ou três navios por ano tem mais a ver com a capacidade do estaleiro de construir vários navios concomitantemente, como você explicou. Eu lembro que a Ford terminava um Ford T a cada 90 minutos, principalmente porque as peças eram pintadas com grande antecedência. Hpje, uma moderna fábrica de automóveis produz carros a intervalos bem curtos, mas o tempo que eles levam para ser montados é de vários dias,… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Sim.
Qualquer prazo entre 2 anos e meio e cinco anos é bem razoável para um navio desse porte.

Mais do que isso já começa a ser atraso, menos do que isso só com programas muito bem ajustados, maduros e bem financiados, em grande escala.

Dois anos do início da construção ao lançamento ao mar e mais dois no acabamento e integração no cais são tempos adequados.

BK117

Acho curiosa a opção dos ianques de utilizar um grande mastro único “tradicional” do que um mastro “stealth”/”encapsulado” (e um pequeno mastro secundário), como é nas FREMM, nas Tamandaré e mesmo no conceito das novas DDG(X). Qual o impacto disso no RCS do navio?

Dalton

O “impacto” não é considerado significativo, os “Arleigh Burkes” não se renderam a eles
e os LPDs da classe San Antonio a partir do LPD 28 também estão adotando mastros
“tradicionais” o que ajuda a dirimir custos maiores quando se trata de ter um grande número de unidades.

BK117

Obrigado, caro Dalton. Já é algo tão característico deles, que dá pra reconhecer um navio americano só pelo mastro rsrsr. Eu diria que até tem certo charme.

Camargoer.

Caro. O mastro usado pela USN tem aplicação dual, militar e civil. Nos navios, serve para colocar sensores. Para a sociedade civil, serve para pendurar roupas.

BK117

😂 😂 😂 😂 😂

A parte de “pendurar roupa” também serve à aplicação militar, afinal é o melhor design para pendurar aquelas bandeiras enormes que eles costumam colocar nos navios rsrsrsrsrsrs

Parece também aquelas antenas externas de TV. A recepção deve ser ótima, pra aproveitar o BBB enquanto persegue um submarino de alguém hehehe

Esteves

Não existe mais varal…desses de quintal erguidos com bambus.

Acabou.

Nativo

Copiando o ritmo dos copiadores kkkkk e isso aí “s força do meu inimigo é a minha maior força “.

Last edited 1 ano atrás by Nativo
Alex Barreto Cypriano

Um ataque cibernético por ramsomware ao estaleiro Marinette causou atraso na construção da primeira Connie. Nem foi lançado e já sofreu ataque,,,

Esteves

Não sei, não sei se escrevo tonteria mas…puxando pela memória fantástica do Esteves, lembro de matéria aqui sobre a construção naval Yank. Entregam as encomendas a 2 estaleiros, um privado e outro público preferencialmente, para compararem prazos, qualidade, custos e preço final.

Seria interessante entregar as 2 Tamandarés adicionais a outro estaleiro.

Last edited 1 ano atrás by Esteves
Camargoer.

Olá Esteves. Isso dá uma boa discussão. A primeira tem a ver com a viabilidade comercial do estaleiro de Itaguaí. Considerando o capital investido pela empresa, ela tem a expectativa de retorno.. Imagino que este valor esteva embutido no primeiro contrato para as quatro primeiras FCT. Se a MB exercer a opção das FCT#5 e #6 isso elevaria os ganhos da empresa. Talvez nesta perspectiva, eu não sei dizer se o valor das FCT#5 e #6 seriam menores que das quatro primeiras, contudo é bom lembrar que no caso do Guarani, a redução no número de unidades resultou no aumento… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Camargoer, A ideia de construir em Itaguaí alguns blocos de casco para montagem em Itajaí é boa. Em caso de total falta de perspectiva de mais submarinos ou de mais atraso no Álvaro Alberto (o qual, de qualquer forma, não ocupa toda a capacidade ociosa do complexo), seria uma solução, já que estamos falando de navios modulares. Teria que treinar o pessoal da UFEM a soldar cascos de navios (acho que não seria uma boa ideia fazer isso na Nuclep, esta sim precisa ficar focada nas seções de casco de submarinos e tem outros serviços também). Mas ainda preferiria manter… Read more »

Esteves

Letras miúdas. Professor Camargo precisa de fontes maiores.

Camargoer.

Sinto falta daquela opção de edição após publicação. Escrever de uma tocada sempre tem erros.

Esteves

Pensei em algo mais simples, se, se, o projeto e o produto Meko pertencessem à nossa Marinha. Se o vencedor Tivesse sido a CCT, poderíamos entregar um lote em cada estaleiro e, pensei lá em PE. Itajaí e Itaguaí tem suas atividades, o Arsenal também. Conhecer os custos construtivos fazendo os navios daria um poder de barganha maior à Marinha. Levar o surto construtivo (eita passado) para o NE, mais próximo dos EUA, Europa, AC…não sei se isso iria na contra mão do pensar sobre os nossos ativos de maior valor no Suldeste Foi somente 1 ideia porque li que… Read more »

Camargoer.

Olá Esteves. Concordo com você. O problema é que o custo para produzir duas ou trẽs FCT simultaneamente é muito alto. Contudo, a sua ideia é muito boa para ser aplicada para as NaPa 500Br. O projeto é da MB e o custo de 12 dela equivale a uma FCT. Seria ótimo contratar dois ou três estaleiros diferentes para construírem estes navios usando o mesmo banco de dados eletrônio do projeto, inclusive, compartilhado modificações e registrando o histórico de cada navio.

Sincero Brasileiro da Silva

Acho que com o passar do tempo a USNavy terá nas Arleigh Burke seu maior navio de combate de superfície e a Constellation o segundo!

Dalton

Além dos 3 “Zumwalts” que deslocam totalmente carregados cerca de 15.000 toneladas e que terão seus inúteis canhões retirados e trocados por grandes silos para mísseis planeja-se um novo grande combatente de superfície o DDG(X) que deslocará menos que um “Zumwalt” porém mais do que um Arleigh Burke III que deverá entrar em serviço gradualmente dentro de 10 anos.

ADM

Contrata o EISA…