RV Maria S. Merian, o navio de pesquisas alemão que tentou realizar pesquisa na Plataforma Continental brasileira sem autorização

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O RV Maria S. Merian é o segundo navio de pesquisa mais moderno da Alemanha, batizado em homenagem à naturalista e ilustradora Maria Sybilla Merian. Em março de 2006, a Alemanha operava três outros navios de pesquisa de sua classe, nenhum dos quais tão bem equipado.

O Merian foi financiado pelo governo alemão e é atribuído ao Instituto Leibniz de Pesquisa do Mar Báltico em Warnemünde, com Rostock como porto de origem. Também está disponível para vários outros institutos de pesquisa alemães. Suas tarefas são pesquisa no Ártico, pesquisa na Corrente do Golfo e pesquisa no fundo do mar a uma profundidade de 10 km.

É tripulado por um complemento de 21 e pode acomodar adicionalmente 22 cientistas. A embarcação está equipada com vários laboratórios. Tem espaço para 150 toneladas de equipamentos científicos adicionais em contêineres acessíveis, proporcionando flexibilidade nas atribuições de pesquisa.

RV Maria S. Merian operando na Elevação do Rio Grande, em águas juridicionais brasileiras

O navio é equipado com dois propulsores azimutais, um pump-jet lateral e navegação por satélite, permitindo manter automaticamente uma posição exata. Pode operar sem qualquer emissão de poluentes por 48 horas (além do escape normal do motor), permitindo-lhe realizar pesquisas em áreas ecologicamente sensíveis.

O Merian é capaz de operar em regiões quase polares e pode lidar com gelo flutuante de até 50 cm de espessura. Tem 94,80 m de comprimento, 19,20 m de largura e calado máximo de 6,50 m. A velocidade máxima é de 15 nós (28 km/h) e o alcance é de até 7.500 milhas náuticas (13.900 km) e 35 dias.

A quilha do Merian foi batida em junho de 2003 no cais Maritim Ltd. em Gdańsk, na Polônia, que pertence à empresa alemã Kröger Werft. A construção foi concluída em Schacht-Audorf, na Alemanha, e o navio foi batizado e lançado em julho de 2005.

A embarcação partiu para testes intensivos no Golfo da Biscaia em setembro de 2005 e, em fevereiro de 2006, foi entregue ao instituto com sede em Warnemünde. Sua primeira missão de pesquisa o levou ao Mar Báltico no início de 2006.

Elevado do Rio Grande

FONTE: Wikipedia / COLABOROU: Edson de Lima Lucas

Fragata Independência e o RV Maria S. Merian de bandeira alemã em Águas Jurisdicionais Brasileiras

NOTA DA REDAÇÃO: Segundo a Marinha do Brasil, em uma das últimas patrulhas navais da Fragata Independência em abril de 2023, na área de Elevação do Rio Grande, o RV Maria S. Merian foi abordado. Ao ser interrogado sobre qual era atividade que ele estava exercendo ou exerceria naquela área, a resposta foi que começaria a fazer coleta de amostras do subsolo marinho, a fim de realizar pesquisa científica. Foi solicitado ao navio alemão que cessasse imediatamente as atividades de pesquisa no subsolo marinho na área da Elevação do Rio Grande. A aeronave orgânica embarcada na Fragata “Independência” foi também empregada, a fim de se registrar algumas imagens do dispositivo de pesquisa que iria ser usado para coletar as referidas amostras do subsolo marinho. Imediatamente, o RV Maria S. Merian encerrou suas atividades de pesquisa na Elevação do Rio Grande e se retirou dessa área.

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