A Marinha Francesa divulgou nota e fotos na quarta-feira, 28 de junho, sobre um fato inédito na operação de seus porta-helicóperos anfíbios da classe “Mistral” (sigla PHA, antigamente chamados de BPC, Bâtiments de Projection et de Commandement – navios de projeção e controle).

Pela primeira vez, um navio da classe fez a travessia do Oceano Pacífico para o Mar das Caraíbas pelo Canal do Panamá. Trata-se do PHA Dixmude, que juntamente com a fragata La Fayette realiza a comissão Jeanne D’Arc 2023, um desdobramento operacional de longa duração passando por vários países do mundo, realizada anualmente tanto para a qualificação de seus novos oficiais (guardas-marinha / aspirantes), quanto para marcar a presença francesa em zonas de interesse estratégico.

Segundo a nota, essa travessia inédita de um PHA francês pelo Canal do Panamá representou um desafio tanto para a tripulação do passadiço quanto para o prático a bordo, durante as 46 milhas náuticas de navegação, cobertas em 13 horas. Isso porque o Dixmude é um navio de 22.000 toneladas e 32 metros de boca, e a travessia inclui eclusas de 33,5 metros de largura. As eclusas do Canal do Panamá permitem vencer os cerca de 30 metros de diferença de nível entre o lago superior, que forma o canal, e os dois oceanos.

Fragata La Fayette no canal do Panamá, realizando a comissão Jeanne D’Arc 2023 juntamente com o PHA Dixmude

A classe “Mistral” de porta-helicópteros franceses é composta de três unidades (além do navio que dá nome à classe e do Dixmude, há o Tonnerre), que além dos exercícios e comissões de rotina se revezam ao longo dos anos para a missão anual Jeanne D’Arc, cumprindo temporariamente a função de navio-escola (embora a fragata destacada anualmente para acompanhar o PHA também embarque os aspirantes franceses).

Boas lembranças do Dixmude

Em 2012, o Poder Naval embarcou numa dessas missões, a bordo do próprio Dixmude, então recém-incorporado à Marinha Francesa, e a matéria resultante foi capa da edição 5 da revista impressa Forças de Defesa. Abaixo, a imagem da capa e abertura da reportagem, além de outras fotos do navio e das operações anfíbias acompanhadas na ocasião pela equipe do Poder Naval:


BPC Dixmude em visita ao Rio de Janeiro em 2012

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Camargoer.

Olá Colegas. O A140 desloca 21,5 mil ton, praticamente o mesmo que o Dixmude, cujo valor de construção é da ordem de US$ 0,5 bilhão. Considerando que o A140 ainda navegue mais uns 10~15 anos, talvez seu sucessor seja um navio da classe Mistral, até porque já foram construídos vários destes navios, o que significa que já foram implementadas melhorias no projeto.

Gabriel BR

Eu ficaria muito feliz

Rawicz

Em se falando de marinha brasileira ele deve navegar por no mínimo mais 25 anos

Heinz

Camargoer, isso se até lá existir Marinha de superfície, e não venha me dizer que uma Marinha com 4 corvetas é um Marinha de verdade.

Last edited 1 ano atrás by Heinz
Welington S.

Seria muito bom se a MB encomendasse mais 4 Fragatas e 4 Sub convencionais.

Camargoer.

Caro W. O contrato das FCT são para quatro navios e duas opções, podendo chegar a seis. Será possível assinar um aditivo ao contrato para aumentar este número. Torço para que cheguem a 8 ou 10. Já sobre os submarinos convencionais, acho improvável que a MB contrate mais Scorpenes. Após a conclusão do S43, a MB estará envolvida com a fabricação do SN10. Acredito que os futuros submarinos serão todos nucleares.

Fernando

Camargoer, fiz esta pergunta em outro post. Apesar da idade, uso e deficiencia tecnologica, nao seria interessante manter a operação dos Classe Tupi como uma 2a esquadra?

Jadson Cabral

Eu queria ver 4 dessas embarcações na MB, tenho o Atlântico como nau capitânia. Isso sem seria uma capacidade de projetar poder aéreo de impressionar, com uma capacidade de desembarque anfíbio que o Brasil merece, com essas lancha gigantes. Pouco mais de 2bi, com conta de padaria, daria para os 4, se esquecem essa coisa de construção local e transferência de tecnologia.

Dalton

Os “LHDs” classe Wasp da US Navy apesar de muito maiores possuem a boca com as mesmas dimensões dos da classe Mistral para também passarem pelo Canal do Panamá mas, tendo um convés de voo mais largo e algumas partes que se projetam a travessia torna-se mais complicada e após alguns danos no USS Boxer LHD 4 o segundo da classe a fazer a travessia decidiu-se que todos os subsequentes contornariam à América do Sul acrescentando mais de um mês de viagem incluindo visitas pelo caminho até San Diego. . Como todos são construídos na costa leste dos EUA e… Read more »

Piassarollo

Ótima informação, e acrescentando uma curiosidade sobre o canal, na época d segunda guerra a classe de couraçados Iowa teve que ser construída com um limite de boca de 33 metros, justamente para poderem atravessar o canal e apoiar ambas as frotas do pacífico e atlântico com mais facilidade.

Dalton

Exato Piassa, já que as duas classes novas anteriores “North Carolina” e “South Dakota” ainda terem sido construídas levando-se em conta Tratados estabelecidos, o Iowa mantendo a mesma boca, mas muito mais longos e deslocando 20.000 toneladas a mais, mas, esse paradigma de boca de 33 metros, seria quebrado com a classe Montana de 70.000 toneladas, que você provavelmente conhece, definitivamente cancelada em 1943, após uma falta de pressa em introduzi-la.

Marcelo Andrade

Tenho esta revista, adora as revistas da trilogia, tenho todas!! Sempre gostei dessa Classe Mistral, seria show 2 delas, mas……

Marcelo Andrade

Lembro que visitei o Cruzador Porta Helicópteros Jeanne D`arc em uma de suas últimas comissões aqui no Porto do RJ. Estava acompanhado da Fragata Germinal, classe Floreal. Não me lembro bem o ano, se 1999 ou 2000.

Last edited 1 ano atrás by Marcelo Andrade
Dalton

Depois de uma pesquisa encontrei que acompanhado pelo “Germinal” a visita ao Rio de janeiro se deu em janeiro de 1995 e ao Recife em janeiro de 1996 só retornando ao Brasil no ano 2000 mas aí acompanhado pela fragata Georges Leygues.

Marcelo Andrade

Ah valeu, nossa, errei por 5 anos!!! Blz!!!!

adriano Madureira

O Jeanne D`arc era lindo !

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Alex Barreto Cypriano

Parecido com o Moskva, que li algures ser um dos piores navios já postos no mar. Navio capaz de operar numerosa ala aérea de asa rotativa (máquina sobreestimada justamente pelo seu uso entre os 50 e 70 do XX, hoje nem tão eficaz assim frente ManPADs) não escapa muito do tipo LPH, que já era uma adaptação (e/in)volutiva sobre o tipo CVE, ou do tipo LPD (um San Antonio tem convôo bem limitado à ré, não à toa) ou mesmo LHA/LHD. Melhor ficar com o que funciona bem. A MB opera anfíbio porque são navios pouco complexos, relativamente baratos e… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Aqui, o destampatório necessário sobre o cruzador porta-helicópteros classe Moskva e todos os seus derivados: https://cimsec.org/the-moskva-class-helicopter-cruiser-is-not-the-best-naval-design-for-the-drone-era/

Dalton

O “Jeanne” oficialmente entrou em serviço em 1964 e serviu bem aos interesses franceses por 45 anos, principalmente na função de Navio Escola, mas, dada à necessidade poderia operar com helicópteros A/S algo que o “Moskva” tinha como função principal, que eram e continuam sendo uma dor de cabeça para submarinistas ou transportar militares e equipamento que seriam desembarcados por helicópteros para onde fossem necessário para proteger cidadãos/ interesses franceses e também aliados. . Qual seria à alternativa para a década de 1960 ? Construir um terceiro “LSD” classe “Ouragan” ? Certamente haveria vantagens, mas, também desvantagens ainda mais levando-se… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Concordo, mestre Dalton, não há navio perfeito. Porque não dá pra cobrar o escanteio e cabecear pro gol. Puxando pela memória, os russos quiseram uma trinca de BPC classe Mistral algo modificados pra operar em águas árticas e, ao menos, com hangares mais altos pros Kamovs (Ka-52 e Ka-29). Depois, concluídos alguns botes e da anexação da Criméia, o negócio foi desfeito unilateralmente pela França. Mais tarde os vasos foram transferidos (com anuência da Rússia) ao Egito , que comprou uma penca de Kamovs. Putin recebeu indenização e lucrou a venda dos helis. A Rússia nunca quis uma gator navy… Read more »

Dalton

Uma “trinca” não e sim um quarteto, com dois construídos na França e outros dois construídos na Rússia justamente após a conclusão do incidente com a Geórgia que poderia ter sido resolvido mais facilmente houvesse navios do tipo LHD. . Quanto a Rússia não querer uma “gator navy mais capaz” , há duas unidades bem maiores que um “Mistral” em construção e outras duas unidades classe Ivan Gren Modificados que se juntarão as duas já em serviço porém ao invés de 6.500 toneladas o que já foi um aumento quando comparado aos navios da classe Ropucha deverão deslocar quando carregadas… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Sim, mestre Dalton, seriam 4 Mistral russos, 2 construídos na França (com ToT de construção modular) e 2 na Rússia. A memória me falhou. Estão em construção desde 2020/21 os anfíbios do Projekt 23900, aparentemente muito capazes e armados à moda russa. Serão comissionados, tudo em conformidade, em 2028/29. Os anfíbios russos são velhíssimos, os classe Alligator, com 48 a 57 anos, e os (torturantes) classe Ropucha, com 32 a 47 anos, exceto os Ivan Gren.

Cansado

Esse navio é muito bonito, mas não teria chances num conflito com a nossa Marinha.
Todo mundo sabe que nossos submarinos, nos exercícios internacionais, já venceram os gringos várias vezes, se não estou enganado até o Nimits já foi afundado pelos nossos.
A Marinha do Brasil está que nem a FAB nos anos 90 quando, nos exercícios internacionais, nossos F-5 derrubaram de tudo, parece que até F-15 dançou.

Alex Barreto Cypriano

Navio anfíbio (e corveta/fragata litorânea) não é pra era A2/AD-GreatPowerCompetition, era cria pra era CoIn. Na WWII não haviam navios anfíbios como os conhecemos dos 50 em diante, eram navios de passageiros adaptados ao transporte de tropas e muitas lanchas de desembarque. As funções dos navios anfibios (assalto anfíbio, auxílio humanitário, principalmente) os colocam como meios de aplicação de força policial contra insurgentes, sejam internos, sejam externos, no bojo da policialização dos militares (paralela à militarização das polícias) durante a contraofensiva do Capital que mudava de pele nos 70/80 do XX. Mas o advento do século XXI trouxe o acme… Read more »

Bardini

Muitos acreditam que a capacidade de movimentar tropas e equipamentos, em termos de França, se baseia apenas no seus 3 LHDs. No entanto, os franceses tem a disposição os serviços prestados por navios operados por civis, via contrato com a Compagnie Maritime Nantaise. Isso, sem contar com as questões logísticas que envolvem as movimentações da OTAN e seus meios contratados… . Portifólio: https://www.compagnie-maritime-nantaise.com/en/fleet/ . Destaque para a classe de dois novos e fenomenais Con-Ro: . . . . Um caminho que poderia ser racional ou até mesmo ideal, para que a MB “reequipe” parte de seu grupo de apoio, seria… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Bardini
Dalton

Excelente lembrança, só acrescentando, não a você que sabe, mas, para mais alguém curioso que o mesmo ocorre em outras marinhas como a Royal Navy que conta com os serviços de 4 unidades semelhantes da classe Point.

Alex Barreto Cypriano

Navio tijolo: quadradão, feio e grande. A melhor coisa nele é justamente o conector L-Cat. Por falar em conector, a MB ou o Corpo de Fuzileiros são irresponsáveis ao colocar ‘turista munido de celular’ pra translado marítimo em CLAnf, ainda mais com escotilhas abertas (mesmo que o mar estivesse calmo). CLAnf já mata gente especializada em operá-lo e fuzileiros preparados, imagine um turbulento bando de curiosos, arrivistas vagamundos e basbaques novidadeiros.

Alex Barreto Cypriano

Vi de passagem na TV, ontem. Vou tentar encontrar e postar aqui. Mas quem viu, e entende do riscado, deve ter ficado de boca aberta…

Alex Barreto Cypriano

Mestre Nunão, não encontrei nada pra comprovar minha afirmação (da qual, entretanto, estou convicto). Se os editores julgarem imprescindível a prova e decidirem editar ou remover meu comentário pra evitar algum desconforto, não me incomodarei ou sentirei ofendido. Grato.