Nesta semana, a Marinha Real Britânica (Royal Navy – RN) informou a parada para manutenção de dois importantes meios, o destroier de defesa áerea HMS Defender e o submarino nuclear lançador de mísseis balísticos HMS Victorious

A nota sobre a chegada do HMS Defender a Portsmouth enfatizou que o navio é um dos destroieres “mais ocupados da Marinha Real” e que essa parada de dois anos para manutenção e revitalização é um marco na vida operativa que  acumulou, até hoje, mais de dez anos de serviço, mais de 300.000 milhas náuticas navegadas e operações em praticamente todos os mares e oceanos, exceto o Antártico, tendo sido o primeiro destroier Tipo 45 a realizar operações bem para o Norte do Círculo Polar Ártico.

Segundo o comandante do navio, commander (equivalente a capitão de fragata) Peter Evans, o HMS Defender foi o o destroier Tipo 45 de maior disponibilidade nesses dez anos, tendo operado “por todo o mundo”. O navio esteve presente nas principais operações conjuntas da RN com  marinhas aliadas, tendo sido rotineiramente o navio de escolha para escoltar porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos. A nota também enfatizou que, somente no último ano, o HMS Defender realizou quatro operações e quatro exercícios.

 

Nesse meio-tempo, ainda segundo a Marinha Real, o navio disparou 7.000 vezes o seu canhão principal e destruiu três drones (alvos) utilizando o sistema de mísseis anti-aéreos e antimísseis Sea Viper, de longo alcance.

Alguns números mencionados na nota, porém, estão mais para o humor britânico do que para os apontamentos operacionais: a nota afirma que, na última década, os tripulantes do navio comeram mais de 42 km de linguiças e quatro vezes o deslocamento do navio (8.500 t) em feijões.

Sobre a parada de dois anos para manutenção de maior porte (equivalente ao PMG – Período de Manutenção Geral na Marinha do Brasil), além de todos os trabalhos mais pesados que não podem ser feitos nos períodos menores de manutenção rotineira, a parada incluirá a realização do chamado “Type 45 Power Improvement Plan”. Trata-se de um programa de melhoramento da planta propulsiva dessa classe de destroieres da RN (seis unidades, também chamada de classe “Daring”), focada, entre outros itens, na troca dos dois motores diesel originais do navio por três mais eficientes.

Também está incluída uma modernização do sistema Sea Viper para lidar com as mais recentes ameaças. Por fim, entre as melhorias principais, está o aumento da capacidade de células lançadoras de mísseis em 50% (provavelmente, neste caso, a nota esteja se referindo à instalação de células do sistema Sea Ceptor, adicionais às já existentes do sistema Sea Viper, em área reservada já existente para essa ampliação)

Já sobre o HMS Victorious, o destaque escolhido foi a manutenção de empregos

A nota da Marinha Real Britânica sobre a parada de manutenção e modernização do submarino HMS Victorious seguiu uma linha diferente em relação à do destroier HMS Defender. Ao invés dos números acumulados e alguns detalhes dos sistemas a revisar e modernizar, a nota focou em outro tipo de manutenção: a de empregos.

Segundo a RN, o programa de manutenção do submarino, que pertence à classe “Vanguard” de submarinos nucleares lançadores de mísseis balísticos, será feita nas instalações da Babcock em Devonport, sustentando mais de 1.000 empregos na região, desde os que trabalharão diretamente nele até outros envolvidos em produção, projeto, comissionamento e cadeia de suprimentos. A chegada do HMS Victorious coincide com significativos investimentos na base, criando mais empregos locais.

Ainda segundo a nota, a manutenção e modernização trará aprimoramentos para que o submarino adentre a década de 2030 realizando patrulhas operacionais.

A RN relembrou que, desde 1969, pelo menos um submarino nuclear lançador de mísseis balísticos é mantido continuamente no mar como elemento de dissuasão, e que a partir do início dos anos 2030 a frota de quatro submarinos da classe “Vanguard” (cujo primeiro exemplar entrou em serviço na primeira metade da década de 1990) começará a ser substituída pela nova classe “Dreadnought”.

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