USS Merrimack (AO-179): o navio tanque prometido, mas não entregue ao Brasil
Por Alexandre Galante
O USS Merrimack (AO-179) foi o terceiro navio da classe “Cimarron” de navios-tanque da frota da Marinha dos Estados Unidos. O Merrimack foi construído nos Estaleiros Avondale em Nova Orleans, Louisiana, começando em 1978 e foi comissionado em 1981 para serviço na Frota do Atlântico.
O custo total do navio foi de US$ 107,1 milhões. O navio foi baseado pela última vez em Norfolk, Virgínia. Entre 1989 e 1991, o Merrimack foi “jumboizado”, o que significa que, após cortar o navio em duas seções após cerca de um terço da proa, uma seção de 35,7 m de comprimento foi adicionada para aumentar a carga de combustível.
O navio podia transportar 180.000 barris de derivados de petróleo e 600 toneladas de munição.
O Merrimack foi desativado em 18 de dezembro de 1998 e retirado do Registro de Embarcações Navais no mesmo dia. Seu título foi transferido para a Administração Marítima. Ele foi desmantelado em Brownsville em 5 de junho de 2013.
Oferta para o Brasil
No relatório da Lei de Assistência à Segurança do Senado dos EUA de 14 de setembro de 1998, no título de Transferência de Embarcações Navais para Certos Países Estrangeiros, o USS Merrimack (AO-179) teve sua transferência autorizada ao Brasil.
Diz assim o texto traduzido do relatório:
“Seg. 201(b)(2) autoriza a transferência para o Brasil em um regime de locação-venda o Jumboized Fleet Oiler MERRIMACK (AO 179). Este navio custou originalmente US$ 102.240.000 e ainda não
serviu até metade de sua vida útil com a Marinha dos Estados Unidos; se as notificações para a transferência forem concluídas até novembro de 1998 – conforme a intenção do Comitê – a embarcação será
vendido por US$ 70.140.000.
A Marinha do Brasil está atualmente tentando expandir o capacidades de seu porta-aviões para incluir asas fixas aviação de ataque (A-4 Skyhawks). Se for bem-sucedida, isso requer capacidades substanciais de reabastecimento em alto mar que podem ser fornecido por um navio-tanque da classe CIMARRON.
A MB considera-se uma marinha de “águas azuis” e, como tal, embarcou em um ambicioso plano de modernização da frota para manter sua superioridade naval sul-americana. O Brasil rotineiramente
participa de exercícios multinacionais e conjuntos com o Estados Unidos, incluindo o exercício anual UNITAS. No espírito de cooperação e promover o clima favorável de relações exteriores Brasil-Estados Unidos, o Comitê vê uma oferta de um navio-tanque ao Brasil conforme justificado.”
Após a oferta, o navio acabou não sendo transferido ao Brasil, o que nos leva a questionar o motivo da não aceitação. Não sabemos se o navio chegou a ser inspecionado por uma comitiva da Marinha do Brasil ou se o preço de venda foi considerado alto.
Um registro no site alemão navysite.de dá uma pista do motivo pelo qual o navio pode ter sido desativado prematuramente pela Marinha dos EUA e não ter sido aceito pela MB:
“Em 30 de maio de 1996, o USS Merrimack sofreu um acidente de caldeira ao desligar a caldeira 1-B aproximadamente às 13h24, horário local. A tripulação estava realizando um desligamento de rotina da caldeira 1-B enquanto realizava exercícios básicos de controle de acidentes de máquinas.
Não houve danos aparentes na caldeira, porém o acidente exigiu uma inspeção e recertificação da caldeira 1-B. Nenhum ferimento pessoal ou vítimas foram relatados. Uma investigação do acidente foi realizada. O navio estava realizando operações de rotina da Sexta Frota no momento do acidente. O USS Stout (DDG 55) estava na área para fornecer assistência, se necessário.”
Caraterísticas Gerais | |
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Deslocamento | 36.977 toneladas carregado |
Comprimento | 210 metros |
Boca | 27 metros |
Calado | 9.8 m |
Propulsão | Caldeiras e turbinas a vapor |
Velocidade | 20 nós (37 km/h) |
Tripulação | 12 oficiais, 148 praças |
Armamento | CIWS Phalanx de 20 mm |