A guerra naval no filme ‘Mestre dos Mares – o lado mais distante do mundo’ de 2003
Sérgio Vieira Reale
Capitão-de-Fragata (RM1)
Introdução
As armas empregadas na guerra naval durante a Antiguidade e na Idade Média [1] não eram capazes de infligir significativos danos a estrutura do navio inimigo. Nesse sentido, a busca por armas mais potentes, velozes e precisas era incessante.
O aparecimento do canhão
A descoberta da pólvora pelos chineses e o aparecimento do canhão, no final da Idade Média, produziu significativas alterações na História Militar. A nova arma possuía um crescente poder de destruição.
Os primeiros, eram estáticos, possuíam baixa cadência de tiro e eram empregados com projetis de pedras leves para atingirem distâncias maiores. Inicialmente, eram de ferro e com o desenvolvimento da metalurgia passaram a ser de bronze, material mais resistente. O carregamento da munição era feito pela boca do canhão.
Após o sucesso observado nos combates terrestres, foram trazidos para os navios. Inicialmente, eram instalados na proa e na popa devido a propulsão a remos.
Os primeiros canhões ainda não tinham poder de fogo suficiente para avariar a estrutura de um navio.
O progressivo aumento na sua instalação a bordo provocou mudanças na arquitetura das embarcações, bem como forçou lentamente o abandono da propulsão a remos. O peso dos canhões também afetava o desempenho dos remadores.
À medida que o peso dos canhões aumentou surgiu a necessidade de instalá-los no convés abaixo do convés principal pelos bordos; o que também favorecia a estabilidade dos navios. Levado para bordo, o canhão sobre rodas possibilitava o recuo durante o tiro, seu carregamento e seu reposicionamento com a boca para fora do costado.
Outro aspecto a ser ressaltado, é que os navios precisavam se posicionar em relação ao vento para assegurar a iniciativa do ataque.
Desta forma, o navio passaria a ser o novo objetivo da guerra naval, devido a progressiva capacidade do canhão em causar danos estruturais (inclusive na mastreação). Na tática, provocou a decadência da abordagem e do abalroamento.
Mestre dos Mares – o lado mais distante do mundo (2023)
Mestre dos Mares (Master and Commander: The Far Side of the World) é uma adaptação dos livros do autor britânico Patrick O’Brian. O filme, que trouxe realismo nas ações, foi ambientado durante as guerras napoleônicas no início do século XIX.
Ele foi indicado a 10 Oscars, incluindo Melhor Filme e venceu nas categorias de Edição de Som e Fotografia. A superprodução retrata o combate naval entre um navio inglês e um navio francês, ambos com propulsão à vela e casco de madeira.
Napoleão Bonaparte, coroado imperador em 1804, inicia uma política expansionista na Europa, encontrando como principal inimigo a Grã-Bretanha. Seu Grande Projeto era invadi-la, mas seu planejamento falhou.
Naquele período, o principal e decisivo confronto que representou o antagonismo franco-inglês foi a Batalha Naval de Trafalgar [2] em 1805. A esquadra britânica, comandada pelo Almirante Horácio Nelson, lutou e venceu a esquadra franco-espanhola comandada pelo Almirante Pierre Villeneuve. Foi a última batalha naval de navios à vela.
Retornando ao filme, Jack Aubrey (Russel Crowe) é o Comandante do HMS [4] Surprise, cuja liderança é marcante. O navio tem uma tripulação de 197 homens e 28 canhões.
Ele se encontra navegando no litoral norte do Brasil em 1805. Sua missão é de interceptar, afundar, queimar ou capturar o navio francês Acheron. No primeiro confronto, o HMS Surprise é atacado pelo navio francês, que tem 44 canhões e teve a iniciativa das ações. Neste combate, no Surprise, 9 mortos, 27 feridos e diversas avarias, incluindo o leme.
Após reparar as avarias sofridas no primeiro confronto o HMS Surprise volta a reencontrar o Acheron no mar.
Vale mencionar a cena em que a tripulação do HMS Surprise utilizou um artifício para iludir o Acheron em relação a sua real posição no período noturno. O Comandante teve uma ideia criativa para obter o resultado desejado.
Durante as principais ações navais exibidas no filme foram observadas as seguintes táticas e armas: manobras de aproximação entre os navios aproveitando as melhores condições do vento, o emprego dos canhões, abordagem e luta corpo a corpo nos conveses com armas brancas e armas de fogo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- ALBUQUERQUE, Antônio Luiz Porto; SILVA, Léo Fonseca e. Fatos da História Naval. 2.ed. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha. 2006.
- VIDIGAL, Armando e de Almeida, Francisco Eduardo Alves. Guerra no Mar: batalhas e campanhas navais que mudaram a história. Record. 2009.
- JUNIOR, Haroldo Basto Cordeiro. DE ARS BELLUM. O estado da arte bélica no inicio do século XX. Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, v. 121, n. 01/03, jan/mar. 2001.
- https://www.papodecinema.com.br/filmes/mestre-dos-mares-o-lado-mais-distante-do-mundo/
[1] Período entre a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e a tomada de Constantinopla pelo Império Otomano em 1453.
[2] Em 21 de outubro de 1805, ocorreu ao largo do cabo Trafalgar, localizado ao sul da cidade de Cádiz.
[3] Navio construído entre 1759-1765, com 104 canhões, foi o Navio Capitânia da esquadra britânica durante a Batalha Naval de Trafalgar.
[4] Her Majesty’s Ship, Navio de Sua Majestade
Filmaço.
Concordo. Já assisti um mol de vezes.
Quem não viu esse filme, recomendo!
Ótimo filme, sempre me perguntei por que não fizeram outros dessa série de livros.
Sobre a citada batalha de trafalgar, sempre lembro da citação do Picard de star trek antes de enfrentar o Borgs, ele faz um comparativos dos dois momentos.
Caro, Um filme destes é caro. Dá para fazer um de vez em quando. Para fazer uma séria, tipo Mandaloriano, teria que buscar outro tipo de produção. De vez em quando, se tenta fazer uma continação de um filme de sucesso… geralmente a continuação é pior que o primeiro filme.
Teve uma série excelente ambientada na época das Guerras Napoleônicas, chamada Hornblower (aqui no Brasil passou na TV a cabo, se não me engano, com o nome “As aventuras de Horatio Hornblower”). Foi exibida por aqui no começo dos anos 2000.
Pena que ficou só em 8 episódios, mas cada um era um filme de 2h de duração. Recomendo.
Eu recomendo bastante essa série. O elenco é bom, a produção é bem decente para algo feito para a TV da época, que meio que faz um elemento naval do mesmo período quando comparado com as aventuras de ‘Sharpe.’
Felizmente, consegui Hornblower completo hehehehe.
Já que comentários migraram para Jornada nas Estrelas, fica o registro de que Gene Roddenberry visualizou o futuro James Kirk como “um Horatio Hornblower da era espacial”.
página 5 do pdf
http://leethomson.myzen.co.uk/Star_Trek/1_Original_Series/Star_Trek_Pitch.pdf
Sim.
Ainda que muito da série original tenha como inspiração a experiência do criador como tripulante de B-17, a grande influência em praticamente toda a organização interna e da figura do comandante da Enterprise é naval.
O filme “A Ira de Khan” é onde a organização, o visual, os combates e as tradições navais foram mais exploradas.
MUITO BOM! Guardei gravado.
Hoje com o CGI o custo até diminuiu pois ao invés de miniaturas e efeitos especiais, grande parte da produção se faz virtualmente. Isso tem permitido séries visualmente muito bonitas como o Mandaloriano ou, só porque estão falando de Star Trek, as recentes séries da franquia. Mas mesmo com toda a tecnologia, depende mesmo é da inteligência humana de bolar e contar boas histórias.
Atualmente com a greve dos roteiristas de Hollywood eu quero ver.
Olá Fermando. O problema da CGI é que o pessoal acha que é videogame. Vira de um lado, vira do outro, Parece uma montanha russa. Recentemente, a refilmagem de MadMax foi feita com modelos reais. Ficou muito mais legal.
Acho que existe uma necessidade eterna sempre de se balancear efeitos práticos com efeitos baseados em CGI. Felizmente hoje em dia estamos longe dos efeitos por computador à lá segunda trilogia (prequels) de Star Wars. Aquilo ficou mesmo parecendo muito mais videogame do que qualquer coisa. Hoje em dia ainda bem, estão bem mais sutis, mais realistas, que tornam-se para nõs mais palpáveis mesmo. Mas ainda assim estamos caminhando. Exemplos atuais interessantes são o ‘Greyhound’ e ‘Midway’ (2019). Sem entrar no mérito se ambos os filmes são bons ou não, Greyhound consegue ter efeitos melhores que Midway. Talvez ajude o… Read more »
Eu não lembro onde eu li, mas eu sempre achei verdade: A trilogia prequel de Star Wars parece um filme feito para PS2. E eu gostei desses filmes.
O Red Tails acho que que mais me incomodou é a história. A história dos aviadores negros de Tuskegee é grandiosa demais para se resumir a um romance tosco como o do filme.
Fernando, eu gostei mais dos episódios I, II e III depois que os novos foram feitos hehehehehe. Aí eles parecem ser até obras primas. Mais ou menos com os filmes novos de Star Trek do JJ Abrams. Depois desses filmes novos, até Star Trek V passou à ser razoável, mas confesso que sou bem chato com isso. O Red Tails foi horroroso, mas tem uma explicação. Foi filme do George Lucas, então você basicamente vê Star Wars. É como se os Mustangs fossem X-Wings. É um filme imaturo que pega carona em um tema importante. Por mais fictício e limitado… Read more »
Pior que é verdade. A trilogia final de Star Wars melhorou muito a prequel.
Já a Star Trek do Abrams, ele foi abusado, resetou a franquia inteira. Eu gostei dos filmes individualmente, mas não gostei dele ter matado todo o futuro da Federação.
Tanto é que nenhuma série vai pelo caminho da cronologia do Abrams, todas ficam na antiga. E nem sei se sairão mais filmes nessa cronologia, embora o elenco seja excelente.
Se for pra ter filme de Star Trek agora acho que será com o pessoal de SNW
“Tanto é que nenhuma série vai pelo caminho da cronologia do Abrams, todas ficam na antiga. ”
até as novas kkkkkkkkkkkkkkkk
aquela segunda temporada de Dicovery é praticamente eles admitindo que deu m*** na primeira e precisaram chamar os personagens clássicos pra salvar o dia
a existência de SNW meio que confirma isso tb
Irônico o Capitão Jean Luc Picard ser francês ou seja, estar do lado derrotado, e citar e se comportar como o Almirante Nelson. Na cena ele inspeciona toda a Enterprise antes da batalha, exatamente como Nelson fazia.
Mas o ator, Sir Patrick Stewart não poderia ser mais britânico.
São meus 2 ep favoritos de todas séries Star Trek, os borgs levam destruição e desolação para dentro do federação, capturam o picard, causam devastação gigantesca mantando milhões com apenas 1 nave a ponto de quase chegarem a sede da federação.
Posteriormente sempre são citados comos os vilões sem qualquer remorso e sanguinários.
Não sei porque os bogs sempre me lembraram do império mongol.
Parabéns pelo resumo do texto Galante !!!
Esse filme já assisti várias vezes , mas quando passa eu me pego assistindo de novo (excelente filme).
Para quem gosta do seriado Star Trek como anunciado pelo Camargoer está em cartaz no streaming da Paramount+ entitulado “stranger new worlds” em 2 temporadas a 3ª já se encontra em desenvolvimento, no tempo do Cristopher Pike que é anterior ao James Tiberius Kirk.
Recomendo para quem gosta 👍
Quem gosta de Star Trek está vivendo uma era de ouro para a Franquia. Além da Strange New Worlds citada, que é excelente aliás, tem também a série animada “Lower Decks” que conta as histórias do ponto de vista dos subalternos. Recentemente foi encerrada a “Picard” sobre o capitão Picard 20 anos depois de suas aventuras nas Enterprises D e E. Teve o melhor final de série que eu me lembro de ter assistido.
Tudo na mesma fonte, o Paramount + que é o dono da franquia.
Já assisti a todos !!!
Aguardando a novo ano da série Lower Decks, Prodigy e Discovery
Discovery eu deixei passar. Não consegui gostar. Mas é a única, todas as outras pra mim são excelentes.
Assisti “Picard” e o penúltimo episódio da 3a. temporada, quando a tripulação reativa a Enterprise, com o capitão Picard e o comandante Riker na ponte de comando , para defender a Terra da ameaça dos Borgs é de emocionar. Confesso que assisti com lágrimas nos olhos.
Eu não queria dar o spoiler mas já que você já deu. Em uma das cenas do último episódio eu imaginei o Data falando um “Tower, this is Ghostrider requesting a Flyby” para depois ser full Lando Calrissian fugindo da Estrela da Morte.
Foi legal demais.
Picard foi top cara Bom D+ isso sem falar que eles corrigem um monte de besteiras que foram feitas nas temporadas anteriores, alem de passar por todas as series “clássicas” Nova geração, Deep space nine , voyage!!!!! muito show, nostalgia pura !!!!
Strange New Worlds me surpreendeu muito positivamente pois voltou a raiz Trek de desbravadores, humanidade e dilemas…são roteiros que se aproximam muito da tônica da série original conseguindo uma tripulação mista com elementos novos…
Inclusive foi muito interessante o crossover de Lower Decks and the Strange New Worlds, que rolou nesta temporada.
E tambem o arco com os Gorns está bem interessante.
Caro Burgos, Strange New Worlds é muito boa! Aliás, dessa nova safra eu só não gostei de Discovery. É muito mal escrita, a série perdeu o fio da meada umas mil vezes e felizmente vai terminar depois da temporada que vai ao ar ainda esse ano. Mas Strange New Worlds, Lower Decks e até Prodigy são excelentes! Picard… bem… Picard tem seus altos e baixos. Gostei de como terminou. Mas para não dar spoilers aos que não viram o final, vamos dizer que eu estava empolgado para aprender à dançar o Foxtrot, mas agora vou ter que aprender à jogar… Read more »
Gostei muito do Discovery tambem, mas devemos admitir que ele perseguiu mais a formula capa e espada de star wars…foi muito focada em batalhas de naves e menos filosofia ou ciencia….mas tá otimo…o espaço é enorme….e ….Vida Longa e Prospera a Federação!!!!! seja o seculo que for…..rzrzrzr
O principal problema com a vela quadrada na antiguidade greco-romana é que não dava pra desviar muito o navio da direção do vento, útil apenas vindo por trás. Os remadores gregos ainda eram homens livres, inclusive bem pagos e tratados, mas com o império romano se passou a usar escravos. Com o advento da vela latina (triangular) tornou-se possível navegar mais livremente inclusive contra o vento, ainda que trabalhosamente em zigue-zague. Bem mais tarde apareceram navios de velame e cordoalha mais complexa, com mais mastros, dois, três e até quatro. Carracas, galés, galeões… Misturavam-se velas quadradas e latinas e ainda… Read more »
Fico impressionado com o desenvolvimento naval havido nesses 200 anos. De navios de madeira movidos a vela carregando canhões que funcionavam a pólvora a porta-aviões e submarinos nucleares capazes de ficar meses submersos e armados com mísseis atômicos. Fico imaginando como será a navegação daqui a 200 anos.
Bem capaz que seja assim, Galante. Recentemente foi noticiado que um grupo de pesquisadores coreanos conseguiu produzir levitação magnética utilizando supercondutores à temperatura ambiente. Então nem dá pra imaginar os saltos tecnológicos que teremos daqui pra frente.
Não conseguiram provar os supercondutores a temperatura ambiente. Mas seguimos na luta.
Ah, Galante, não esqueça dele, o eterno B-52.
A mais bonita de todas… A Constitution Refit <3
E diga-se de passagem, a melhor época de uniformes da Frota heheheheh
Como disse Ryker…..o qe vc tem contra as gordinhas…?rzrzrzrz
Chegaremos lá….
Apenas acho que se um um tivermos cruzadores interestelares, essas naves não terão o prefixo “USS”.
Foi um belo trocadilho que acharam….
United Star Ship…..espertinhos…rzrzrzr
Bela lembrança .. Esse é um dos meus filmes preferidos… Temo que na industria cinematrográfica de hoje filmes do tipo fiquem cada vez mais raros de serem produzidos…
Posso esta enganado, me corrijam se estiver, mais no livro o acheron e Americano, e não Francês como no filme.
Você está certo, lembro de ter visto em um documentário sobre o filme que teria havido razões comerciais para não se ter um navio americano como inimigo, mas, no livro esse mesmo navio naufraga antes de um combate com o HMS Surprise.
Além da bilheteria nos EUA, a produção do filme foi na escalada para invasão do Iraque, esforço anglo-americano que enfrentou oposição ostensiva da França. Ficou fácil trocar o inimigo.
Acho que não ao menos nunca li sobre tal correlação. As filmagens ocorreram no ano anterior à invasão em 2003 sendo o filme exibido apenas no final de 2003 e Hollywood normalmente não é muito simpática às forças armadas americanas um exemplo o “Último Samurai” com Tom Cruise, um belo filme, historicamente falho e exagerado até porque o exército japonês teve como “mestres” os europeus.
Ótimo filme para os entusiastas da guerra naval. Se eu assiste “n” vezes, imagina o
Dalton.
Até que não, mas, fiquei com vontade de rever 🙂
Esse filme é daqueles que você assisti umas dez vezes e não se cansa!
As cenas de batalha naval foram muito bem produzidas! O excelente filme que mistura, além das batalhas, os dilemas inerentes ao comando de um navio de guerra! Filmaço!
Esse filme me surpreendeu por ter uns garotos de uns 12 anos na tripulação como aspirantes ou guarda marinha. Não sei como funcionava antigamente, nem a precisão histórica do filme, mas essa idade não era muito pouca pra botar um garoto a bordo de um navio de guerra não? Inclusive um deles assume o comando do HMS Surprise durante a abordagem ao Acheron. E graças a capacidade de improviso do garoto o Surprise não é afundado.
Grumetes, muito comum na época.
Poucos dias depois do Cap Jack sair do porto foi atacado pelo navio Frances,e viram que a distancia entre eles foi grande dai concluiram que os canhões de 6 pol não eram pareo para os de 8 pol do Acheron,danificado foi para a costa do Brasil,para reparar o navio,e receberam informações de que o casco do navio Acherom tambem era melhor em velocidade,tambem foi comprovado ,pois tentaram seguir o Acheron e nao conseguiram,com sorte localizaram o navio frances e atraves de um estratagema conseguiram aborda-lo e capturaram o navio.