Sérgio Vieira Reale
Capitão-de-Fragata (RM1)

O Barco – Inferno no Mar (Das Boot) – 1981

Diretor: Wolfgang Petersen
Ator Principal: Jürgen Prochnow

Considerado um dos mais eletrizantes filmes de guerra, diz respeito a vida de bordo num submarino alemão (U-96) Type VIIC em patrulha durante a Batalha do Atlântico na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A história se passa em 1941, os navios mercantes ingleses navegavam em comboios protegidos por escoltas. A Guerra Submarina era intensa para impedir a chegada de suprimentos ao Reino Unido.

A Marinha Alemã, normalmente à noite, empregava a Tática da Matilha, que envolvia o emprego de vários submarinos para atacar os comboios.

O filme, lançado em 1981, é alemão e foi  baseado no livro Das Boot (1973) de Lothar-Günter Buchheim. Ele havia sido do serviço de comunicações da Marinha Alemã e participou de uma patrulha no verdadeiro submarino (U-96).

Segundo Winston Churchill, Primeiro Ministro do Reino Unido: “A Batalha do Atlântico foi o momento em que ele mais temeu pela sorte do Império Britânico e nada o assustou mais do que o denominado perigo dos submarinos”.

A Alemanha após derrotar a França em 1940, passou a ocupar várias bases no Atlântico, Lorient, Brest, La Rochelle e Bordeaux. Estas bases permitiam o acesso ao Atlântico facilitando a ação dos seus submarinos.

O Comandante do submarino é o principal personagem. Ele foi inspirado no Capitão-de-Fragata Heinrich Lehmann-Willenbrock, que foi comandante de submarinos, e atuou como consultor no filme.

No comando do verdadeiro U-96 ele afundou 27 navios mercantes. O U-96 partia de La Rochelle (base de submarinos alemães), cidade ocupada e localizada na costa Atlântica da França, para atacar o comércio marítimo dos aliados (Guerra de Corso).

No início da guerra, os U-boats tiveram sucesso nos ataques contra os aliados. Em 1939, afundaram o Encouraçado Britânico OAK na base naval de Scapa Flow, onde 833 homens morreram. Por outro lado, quando eram localizados sofriam ataques aéreos e de contratorpedeiros por meio de cargas de profundidade.

O filme é intenso e o realismo é percebido na mudança na aparência e no comportamento  dos atores com a passagem o tempo. Ver o chefe de máquinas se descontrolar durante um ataque sofrido pelo U-96 é um exemplo de como um tripulante poderia ficar naquele ambiente de pressão.

Destaque para o Tenente Werner, correspondente naval, que faz o registro e o acompanhamento da rotina da tripulação e das ações do submarino.

Vale ressaltar a perspectiva humanista com que os atores retrataram os aspectos psicológicos durante a patrulha. A ansiedade, a tensão, o medo e a vibração estão presentes ao longo do filme. A filmagem, realizada num cenário fechado, ilustra como é a vida da tripulação de um submarino em confinamento.

No final, Das Boot foi indicado a seis Oscars. O diretor Wolfgang Petersen foi indicado como Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado.

Em 2018, uma série, que é a continuação do filme, foi lançada. Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, os tripulantes do submarino alemão U-612 enfrentam muitos desafios no mar. Já em terra firme, a Resistência Francesa luta contra a ocupação nazista.

Modelo do submarino U-96 – Type VIIC

Set de filmagem no Bavaria Film Studios

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VEJA TAMBÉM:

A visita do Poder Naval ao submarino U-995 (Type VIIC) na Alemanha

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