Marinha e Stella Tecnologias vão avaliar SARP-E para o NAM Atlântico
Avaliação de características e requisitos para desenvolver o Sistema de Aeronave Remotamente Pilotado Embarcado (SARP-E) para o navio tem prazo até agosto de 2024
No dia 18 de agosto a Marinha do Brasil assinou um Memorando de Entendimento com a empresa Stella Tecnologia, que produz sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (SARP), para avaliar características e requisitos técnicos necessários para desenvolver um SARP-E (embarcado). O objetivo é a operação a partir do navio-aeródromo multipropósito Atlântico.
A Stella informa em seu site dois produtos já desenvolvidos, o Atobá (imagem acima) e o Albatroz. O Atobá tem peso máximo de decolagem (MTOW) de 500 kg, comprimento de 8m, envergadura de 11m, carga paga de 150kg e autonomia de 20 horas. O alcance informado do datalink é de 250km.
Já o Albatroz (imagem abaixo), ainda segundo o site, oferece o mesmo MTOW e alcance do datalink numa plataforma com dimensões menores (4m de comprimento x 7m de envergadura) e carga paga também menor, de 6kg. Por outro lado, a autonomia é consideravelmente maior, de 28 horas. Ainda segundo a empresa, ambos podem embarcar múltiplos sensores – evidentemente, dentro dos seus respectivos limites de carga paga.
Porém, quando se acessa as brochuras em pdf do Atobá e do Albatroz, os dados divulgados dferem do site. No caso do Atobá, a principal diferença é a autonomia, de 28 horas no pdf (contra 20h na página). Já para o Albatroz, os dados são bem diferentes no pdf em três itens: a autonomia de 12h (contra 28h no site), a carga paga de até 60kg (comparado a 6kg no site) e o peso máximo de decolagem de 150kg (contra 500kg no site).
É plausível que os dados do pdf correspondam melhor às demais dimensões divulgadas. Sobre a carga paga, o limite de 60kg é para equipamentos presos ao centro da parte inferior da fuselagem. No nariz, o limite é de 25kg, segundo a brochura.
A grande diferença entre os dois (a qual não muda tando no site quanto nas brochuras) pensando no desenvolvimento para eventual emprego no NAM Atlântico, é o comprimento da pista para decolagem e pouso: 400m no Atobá e apenas 150m no Albatroz – este último dentro do limite do comprimento do convoo do navio (cerca de 200m). O Albatroz também é mostrado com gancho de parada, na ilustração divulgada pela empresa.
Além desses dois SARP, a empresa desenvolve o Condor, bem maior e mais pesado, para autonomia de 40 horas, mas que deverá necessitar de pistas maiores, com 600m.
Confira abaixo o extrato do memorando, publicado no Diário Oficial da União (DOU) alguns dias depois da assinatura. Clique aqui para ver a publicação original no DOU.
As imagens do NAM Atlântico e dos SARP da Stella são em caráter meramente ilustrativo.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 22/08/2023 | Edição: 160 | Seção: 3 | Página: 28
Órgão: Ministério da Defesa/Comando da Marinha/Diretoria-Geral do Material/Diretoria de Aeronáutica
EXTRATO DE MEMORANDO DE ENTENDIMENTO
NUP: 63003.001877/2023-11. Objeto: Avaliar as características e requisitos técnicos necessários ao desenvolvimento de um Sistema de Aeronave Remotamente Pilotado Embarcado (SARP-E) capaz de operar a partir do Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico” (NAMAtlântico).
Espécie: Memorando de Entendimento (MDE) nº 70-1/2023.
Partícipes: Diretoria de Aeronáutica da Marinha. CNPJ: 00.394.502/0163-00 e Stella Tecnologia CNPJ: 23.401.603/0001-09.
Sem repasse financeiro.
Fundamento legal: Art. 184 da Lei 14.133/2021. Assinado em 18 de agosto de 2023 pelo Diretor, Contra-Almirante EMERSON GAIO ROBERTO.
Vigência: 18 de agosto de 2023 a 17 de agosto de 2024. 21 de agosto de 2023. EMERSON GAIO ROBERTO – CONTRA-ALMIRANTE – DIRETOR.