Segundo a Marinha do Brasil, a construção do navio polar no Brasil já gerou 600 empregos diretos e 6 mil indiretos

A Marinha do Brasil (MB) deu um importante passo na construção do Navio Polar (NPo) Almirante Saldanha ao realizar, hoje (17), a Cerimônia de Batimento de Quilha da embarcação,  no Estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo.

Na tradição naval, este evento é caracterizado pelo posicionamento de um dos blocos do navio, que faz parte da “espinha dorsal” dele, e pela colocação da moeda na estrutura que corresponde à quilha da embarcação.

Simbolicamente, é uma forma de trazer sorte para a embarcação que está sendo construída.

O evento contou com a presença do Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro; do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire; e do Diretor-Presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), Vice-Almirante (IM) Edesio Teixeira Lima Júnior.

Também estiveram presentes o Chefe de Missão e Encarregado de Negócios da Embaixada da República de Singapura, Desmond NG; o Vice-Presidente Executivo da Seatrium para as Américas, Marlin Khiew; o CEO da Sociedade de Propósito Específico Polar 1, Thangavelu Guhan; o Vice-Governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço; e o Prefeito de Aracruz, Luiz Carlos Coutinho.

O Ministro da Defesa externou a satisfação de acompanhar uma importante etapa de mais um projeto conduzido pela Marinha do Brasil, com elevada capacidade gerencial e espírito empreendedor. “Hoje tenho o privilégio de comparecer a essa tradicional cerimônia de batimento de quilha do Navio Polar Almirante Saldanha, cuja construção é realizada com muito orgulho em solo brasileiro e também representa investimentos em nosso país. Este é o exemplo do Brasil que eu acredito e que dá certo”.

O Diretor-Geral do Material da Marinha,  Almirante de Esquadra Arthur Fernando Bettega Corrêa, falou sobre a expectativa em torno do navio. “Esperamos ver, em breve, operando nas águas da região Antártica e no País como um todo. A Marinha e a EMGEPRON trabalham juntas na fiscalização e governança do projeto, que segue as boas práticas de gerenciamento de programas e prevê a realização de estudos e planejamentos necessários ao gerenciamento do ciclo de vida do navio e ao apoio logístico integrado”.

Para o Diretor-Presidente da EMGEPRON, Almirante Edesio, o fomento à indústria naval colabora com o desenvolvimento do País. “Com a construção das Fragatas Classe “Tamandaré” em Itajaí e do Navio Polar Almirante Saldanha aqui no Estaleiro Jurong Aracruz,  passamos a ser conduzidos por uma terceira onda de expectativas e oportunidades de alavancagens operativas, tecnológicas, logísticas e industrial com repercussão direta sobre a matriz econômica brasileira, que resultará em considerável efeito multiplicador sobre a economia”.

O CEO da Seatrium reforçou que este é um novo capítulo na história da empresa, que reforça o compromisso com a investigação científica, a sustentabilidade e a responsabilidade partilhada de proteger e preservar o meio ambiente. “Em parceria com a Marinha do Brasil, temos orgulho de estar à frente desse empreendimento. O navio polar, que estamos construindo, será um farol de progresso científico e de colaboração internacional. Este projeto não consiste apenas na construção de um navio, trata-se de construir pontes entre nações, entre áreas de conhecimento e entre o presente e o futuro”, destacou.

NAVIO POLAR

Conduzido pela MB desde 2019, executado pela Polar 1 e gerenciado pela EMGEPRON, o projeto culminará com a construção, pela primeira vez no Brasil, de um navio com capacidade de operar nas águas geladas da região Antártica. A entrega do NPo Almirante Saldanha está prevista para 2025.

O navio terá cerca de 103 metros de comprimento, hangar para 2 aeronaves de porte médio, autonomia de 70 dias e tripulação de 95 pessoas, incluindo 26 pesquisadores. Na fase de construção, já foram gerados 600 empregos diretos e 6 mil indiretos, além do fomento à indústria naval brasileira e à base tecnológica nacional.

NPo Almirante Saldanha, quando ainda era designado navio de apoio antártico

O modelo do NPo Almirante Saldanha reúne o que há de mais avançado em tecnologia naval, prevendo a construção por meio de blocos, confeccionados separadamente e, posteriormente, unidos, dando forma ao navio. Assim, é possível instalar acessórios e fundações de forma antecipada; facilitar a colocação de equipamentos a bordo; e permitir trabalhos em diversos estágios de maneira segregada.

O NPo Almirante Saldanha irá substituir o Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel. Ele terá capacidades aperfeiçoadas, possibilitando: a redução do tempo necessário para o reabastecimento da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), com a inclusão de guindastes modernos e de maior capacidade de carga e manobra ao novo navio; maior segurança na aproximação do navio com a praia, para desembarque de material e de pessoal, em função dos sofisticados sistemas de navegação e de controles; e a ampliação da área passível de ser visitada pelos pesquisadores, incluindo as regiões oceânicas e terrestres.

PROHIDRO

A construção do Navio Polar faz parte do Programa de Obtenção de Meios Hidroceanográficos e de Apoio Antártico (PROHIDRO), que prevê a obtenção de navios hidroceanográficos a serem empregados na Amazônia Azul e em águas polares para que a MB possa cumprir as suas atribuições referentes às atividades hidrográficas, oceanográficas, meteorológicas, cartográficas e de sinalização náutica, garantindo o suporte à aplicação do Poder Naval, além da prestação de apoio de transporte e logística da EACF.

Entre os ganhos esperados com a iniciativa estão o aprimoramento na coleta de dados geoespaciais marinhos nas águas jurisdicionais brasileiras e nas águas internacionais de interesse do País, a melhoria na eficácia dos auxílios à navegação e o apoio à pesquisa nacional no ambiente marinho.

FONTE / FOTOS: Marinha do Brasil (Agência Marinha de Notícias)

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