Incêndio de 12 de julho de 2020 a bordo do USS Bonhomme Richard (LHD-6) da Marinha dos EUA

O combate a incêndios a bordo de navios de guerra é uma questão de vital importância devido à presença de armamentos, munições e combustíveis. Um incêndio não controlado pode resultar em danos catastróficos, não apenas ao navio, mas também à sua tripulação e às operações. Aqui estão alguns pontos-chave sobre o combate a incêndios em navios de guerra:

  1. Treinamento Rigoroso: A tripulação é rigorosamente treinada para responder rapidamente a qualquer sinal de incêndio. Isso inclui o uso de equipamentos de combate a incêndios, evacuação, primeiros socorros e procedimentos de comunicação.
  2. Sistemas de Detecção e Alarme: Modernos navios de guerra estão equipados com sistemas avançados de detecção de incêndio e alarmes para alertar a tripulação sobre a presença de um incêndio.
  3. Compartimentalização: Para evitar a propagação do fogo, os navios são projetados com compartimentos estanques. Isso ajuda a confinar um incêndio a uma área específica e evita que ele se espalhe rapidamente.
  4. Equipamentos de Combate a Incêndio: A bordo, há uma variedade de equipamentos, incluindo extintores, mangueiras, espumas e outros agentes de extinção, adequados para diferentes tipos de incêndios.
  5. Sistemas de Supressão: Além de equipamentos manuais, navios de guerra modernos são frequentemente equipados com sistemas automáticos de supressão de incêndios, como sprinklers e sistemas que podem inundar áreas com gás inerte, como o CO2, para sufocar as chamas.
  6. Roteiros de Evacuação: Em caso de incêndios incontroláveis, a tripulação precisa saber como evacuar de maneira eficaz e segura. Os roteiros são claramente marcados, e as áreas de reunião são estabelecidas.
  7. Equipamentos de Proteção Individual (EPI): A tripulação tem acesso a equipamentos como máscaras de respiração, trajes à prova de fogo e outros EPIs que os protegem do calor, fumaça e chamas.
  8. Simulações e Exercícios: Regularmente, a tripulação pratica simulações e exercícios de combate a incêndios para garantir que todos saibam exatamente o que fazer em uma situação real.
  9. Manutenção e Inspeção: A manutenção e inspeção regulares de todos os equipamentos de combate a incêndio são cruciais. Equipamentos defeituosos ou mal conservados podem ser ineficazes quando mais necessários.
  10. Cooperação com Outras Embarcações: Em situações em que um navio não pode conter um incêndio por conta própria, ele pode receber ajuda de navios próximos. A cooperação entre embarcações e a capacidade de fornecer assistência mútua são vitais em ambientes marítimos.

O combate a incêndios a bordo de navios de guerra é uma combinação de prevenção, detecção rápida, resposta imediata e cooperação entre a tripulação. Com a natureza potencialmente volátil de um navio de guerra, a ênfase está sempre na segurança e na proteção da embarcação e de sua tripulação.

Como são classificados os diferentes tipos de incêndios a bordo de navios de guerra e quais os equipamentos e métodos específicos para cada tipo?

Em navios de guerra, assim como em outras estruturas e instalações, os incêndios são classificados com base no tipo de combustível ou material que está queimando. Essa classificação ajuda a determinar a melhor abordagem e o equipamento mais adequado para combater o fogo. Aqui está uma breve descrição dos diferentes tipos de incêndios e os equipamentos e métodos recomendados para cada um:

  1. Classe A – Incêndios envolvendo materiais sólidos combustíveis comuns, como madeira, papel, tecido e certos tipos de plástico.
    • Equipamento/Método: Água, extintores de água pressurizada, espuma ou agentes extintores a seco.
  2. Classe B – Incêndios em líquidos inflamáveis ou combustíveis, como gasolina, óleo, tinta ou solventes.
    • Equipamento/Método: Extintores de CO2, espuma ou agentes extintores a seco. A espuma é particularmente eficaz porque forma uma camada isolante sobre o líquido, impedindo a entrada de oxigênio e a vaporização do combustível.
  3. Classe C – Incêndios envolvendo equipamentos elétricos energizados.
    • Equipamento/Método: Extintores de CO2 ou agentes extintores a seco. É crucial não usar água ou espuma, pois isso pode causar curto-circuito ou eletrocussão.
  4. Classe D – Incêndios em metais combustíveis, como magnésio, titânio ou zircônio.
    • Equipamento/Método: Agentes extintores a seco específicos para metais combustíveis. Estes são formulados para lidar com as características específicas de queima desses metais.
  5. Classe K (ou Classe F em algumas classificações) – Incêndios em óleos de cozinha e gorduras.
    • Equipamento/Método: Extintores específicos para Classe K ou cobertores à prova de fogo. A água não deve ser usada, pois pode causar respingos e espalhar o fogo.

Além dos métodos e equipamentos acima mencionados, há também sistemas fixos de combate a incêndios que podem ser encontrados a bordo de navios de guerra, incluindo:

  • Sistemas de sprinklers de água: Usados principalmente para incêndios da Classe A, mas podem ser úteis em outras situações.
  • Sistemas de inundação por gás: Estes sistemas usam gases como o CO2 para deslocar o oxigênio em uma área fechada, sufocando o fogo. Eles são especialmente úteis para incêndios da Classe B e Classe C.
  • Sistemas de espuma: Estes sistemas misturam água com um agente formador de espuma para criar uma espuma espessa que pode ser usada para cobrir e isolar incêndios, especialmente incêndios da Classe B.

Cada tipo de incêndio requer uma abordagem específica, e é essencial que a tripulação seja treinada e equipada para lidar com todos os possíveis tipos de incêndios a bordo.

VEJA TAMBÉM:

Resultado da investigação da Marinha dos EUA sobre o grande incêndio no USS Bonhomme Richard

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7 Comentários
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Burgos

Perfeito 👍
Melhor impossível !!!
Pra finalizar agora só falta falar da Parada de Lucas (CAAML).
Aonde os militares da MB aprendem na teoria e prática como apagar incêndio a bordo dos nossos meios flutuantes.

Veterano Naval

https://www.youtube.com/watch?v=SmTbroLDWzA&t=15s

No vídeo acima, no incêndio na Fragata Liberal em 2013, um exemplo do passo a passo na extinção de um incêndio a bordo, desde o primeiro combate, a evacuação do compartimento finalizando com a inundação por CO2.

ADM

Cabe acrescentar a preocupação com o nível da água do CBINC, solução de compromisso entre a camada de espuma sobre o porão da Bravo e o efeito de superfície livre.

Luiz Trindade

Uma equipe bem treinada evita perda de vidas e do navio em questão. Mas algumas questões porém é bom se levantar: Incêndios classe D e K (F) demandam cuidados especiais e muito treinamento pois são incêndios diferenciados;Os locais aonde tem “Sistemas de inundação de gás inerte” devem ter EPI para colaboradores poderem respirar se não puderem sair do local à tempo sob risco de morte por asfixiamento;Os EPI´s mostrados em fotos nem sempre em navio de guerra tem, especialmente da MB. Seria bastante salutar a MB realmente investir nestes EPI´s para combate a incêndios de proporções médias para grandes;E por… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Luiz Trindade
Dalton

Talvez o caso do “Bonnhomme Richard” não tenha sido o ideal para ilustrar essa interessante matéria já que o mesmo encontrava-se em um período de manutenção com a maior parte da tripulação ausente, meios para combater o fogo inoperantes e material inflamável espalhado por todos os cantos, dependendo-se muito mais de meios externos ou seja, uma outra doutrina para se combater um incêndio. . Certamente erros foram cometidos, mas, tivesse o “LHD 6” estado no mar devidamente tripulado, comandado e equipado teria sobrevivido, retornado ao serviço em 2022 com 18 anos de vida restante. A retirada prematura dele, 2021 ao… Read more »

Francisco e de a oliveira

Sr redator, no item 7 o correto no titulo é equipamento de proteçao indiviual (epi) e nao pessoal, sem querer ser chato mas é o que diz a legislaçao, abraços!

Franz A. Neeracher

Muito obrigado, já corrigido 😊👍