A História Naval e o Cinema: Dunkirk (2017)
Sérgio Vieira Reale
Capitão-de-Fragata (RM1)
“Um milagre de salvamento, alcançado pelo valor, pela perseverança, pela perfeita disciplina, pelo serviço impecável, pelos recursos, pela habilidade, é óbvio para todos nós”. WINSTON CHURCHILL[1]
Dunkirk é um filme de guerra lançado em 2017, por meio de uma coprodução britânica, norte-americana, francesa e holandesa, que foi dirigido pelo britânico Christopher Nolan. O filme refere-se à operação de retirada das tropas aliadas, que estavam encurraladas pelas forças armadas alemães em Dunquerque[2], na França, em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).
A Segunda Guerra Mundial inspirou diversas obras cinematográficas. Essas grandes produções sempre contribuíram para aumentar o conhecimento sobre o maior conflito militar da história.
Dunkirk é o quarto maior sucesso de bilheteria sobre temas que envolvem a Segunda Guerra Mundial. O filme transcorre de forma não-linear, traz uma mensagem de luta pela sobrevivência e é um magnífico espetáculo visual. Não existem muitos diálogos entre os personagens e o inimigo é invisível. Ele não aparece claramente.
A narrativa é estruturada em três períodos: uma hora de combate aéreo realizado pelo piloto Farrier (Tom Hardy) contra a aviação alemã, um dia no mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) utliliza seu barco para ajudar na retirada e uma semana em terra focada no soldado Tommy (Fionn Whitehead).
DUNKIRK (2017)
Diretor: Christopher Nolan
Atores Principais: Fionn Whitehead, Mark Rylance, Kenneth Branagh e Tom Hardy
Esta obra começa mostrando soldados aliados caminhando em uma rua deserta na cidade. Folhetos caem do céu sobre os mesmos com a frase “nós cercamos vocês”. “Renda-se + Sobreviva!”.
Desta forma, nasceu a Operação Dínamo, que foi realizada pelo Reino Unido sob o comando do Vice-Almirante Bertram Ramsay. A operação ocorreu, entre 26 de maio e 4 de junho de 1940, para fazer a retirada de milhares de soldados belgas, franceses e britânicos do Porto de Dunquerque e das praias francesas na região.
Na operação de retirada, participaram navios de guerra e cerca de 800 embarcações civis. Os aliados estavam sob constantes ataques aéreos dos alemães, que eram combatidos pela resiliente Força Aérea Real. Muitas destas embarcações, que deram apoio na evacuação, levavam os soldados das praias até as embarcações maiores. Os grandes navios não tinham como se aproximar das praias em função da profundidade local.
As seguintes perdas foram observadas nas tropas aliadas, em especial, nas forças armadas britânicas: 80.000 homens, 177 aeronaves, 9 contratorpedeiros e um navio hospital. Consta que foram retirados cerca de 338 mil homens.
A Operação Dínamo foi considerada uma grande retirada estratégica, pois sem o contingente que foi resgatado o esforço de guerra dos aliados seria prejudicado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITES CONSULTADOS
- BELOT, R. de. A GUERRA AERONAVAL NO ATLÂNTICO. Rio de Janeiro: Record, 1972.
- https://cinemaemcena.com.br/critica/filme/8391/dunkirk
- https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/11/cultura/1502450952_743895.html
- https://www.papodecinema.com.br/filmes/dunkirk/
- https://observador.pt/2017/07/20/churchill-chamou-lhe-o-milagre-de-dunquerque-o-que-foi-e-porque-inspirou-um-filme/
[1]Ex-primeiro-ministro britânico (1874-1965)
[2]Cidade portuária localizada no norte da França