Como seria uma Tamandaré “esticada”?
Adaptamos uma arte para mostrar como ficaria uma futura versão da classe ‘Tamandaré’ com o comprimento aumentado de 107 m para 127 m
Os editores do Poder Naval, dia destes, conversaram sobre como ficaria uma versão alongada da fragata classe “Tamandaré”. E resolveram pegar uma concepção artística da Tamandaré original, divulgada pela TKMS e alterar para ver.
A imagem acima é uma comparação entre a concepção original (o navio de baixo) e versão modificada em Photoshop (o de cima) por um dos editores. Ela simula um aumento de 20 metros no comprimento, passando dos 107 metros atuais para 127, mantendo a já respeitável boca de quase 16 metros (ou mesmo alterando-a minimamente, sem necessidade de fazer mudanças substanciais e mais custosas no projeto).
A relação comprimento-boca de aproximadamente 6,7, que faz a Tamandaré ser uma fragata bastante “bojuda”, privilegiando a estabilidade e a operação de helicóptero em mar agitado, passaria a ser de 7,9, o que ainda estaria longe de passar para a categoria “esguia”, como é o caso da classe “Niterói”, cujo comprimento de 129m e boca de 13,5m tem relação de 9,5. A relação ficaria próxima à da classe francesa “La Fayette”, de 8,1 (125m / 15,4m) e não tão distante da “FREMM”, de 7,1 (142m / 20m).
Seria um “batch 2” da classe “Tamandaré”, que poderia (apenas uma hipótese), ter sua construção iniciada após o contrato atual de 4 navios. Essas novas fragatas, na nossa concepção, m seriam muito parecidas com as anteriores. Basicamente receberiam apenas uma seção extra à meia-nau, com cerca de 15 metros, e outra de 5 metros logo à frente da superestrutura.
Supomos, grosso modo, que o acréscimo no deslocamento carregado ficaria entre 500 e 1.000 toneladas, a depender do “recheio” a ser incorporado ao espaço extra. Idealmente, motores mais potentes seriam instalados, aproveitando o espaço maior para as praças de máquinas, assim como seriam instalados mais tanques de combustível. O desempenho poderia ser ligeiramente maior em velocidade máxima e alcance, com o aumento da potência e da capacidade dos tanques.
O espaço externo à meia-nau, ampliado em 15 metros, poderia ser ocupado por mais lançadores de mísseis antinavio, chegando mesmo a 16 (como mostrado na ilustração) ou uma combinação de mísseis mar-mar e de cruzeiro (mar-terra) em lançadores diferentes.
Também na mesma área seriam instalados módulos extras de silos verticais para mísseis antiaéreos (ainda que não possam ser profundos, pois poucos conveses abaixo haveria o teto de uma das praças de máquinas).
À vante da superestrutura, os 5 metros adicionais permitiriam tanto ampliar ligeiramente o espaço destinado a silos verticais (talvez somando cerca de 32 silos entre esta posição à proa com a de meia-nau) quanto instalar uma plataforma para um segundo canhão de 30mm, somando-se ao que já é instalado sobre o hangar.
Outras características gerais do “Batch 2” seriam semelhantes às das quatro primeiras, para não encarecer demais o valor unitário, que certamente seria maior que o do “Batch 1”.
Versões alongadas de navios, mantendo a mesma boca ou alterando-a apenas ligeiramente, não são incomuns na história do desenvolvimento de navios de guerra.
Entre os exemplos mais conhecidos, estão os contratorpedeiros classe “Gearing” americanos do final da IIGM (alongados mais de 4 metros em relação à classe “Allen M Sumner”) e os Type 42 B3 da Marinha Real Britânica, em que o comprimento passou de 125m para 141m.
Aqui no Brasil, a Barroso é basicamente uma versão alongada da classe “Inhaúma” (passando de 95,7m de comprimento para 103,5m, mantendo a boca de 11,4m).
E você? O que achou da classe “Tamandaré” alongada? Seria uma boa solução de custo-benefício para um novo lote de fragatas de emprego geral? Deixe sua opinião e sugestões, levando em conta que provavelmente o dinheiro não estará sobrando para grandes devaneios.