Segundo nota divulgada pela fabricante MBDA, a Suécia é ‘uma nação parceira estratégica e valiosa’ – A FMV sueca também divulgou nota informando que o sistema começará a ser instalado na classe Visby a partir de 2025

Nesta sexta-feira, 16 de novembro, a empresa europeia de mísseis MBDA divulgou nota sobre contrato assinado com a agência sueca de material de defesa (FMV) para fornecimento de mísseis CAMM (Common Anti-air Modular Missiles) para as forças armadas da Suécia. Especificamente, o contrato refere-se ao fornecimento para emprego pelo sistema de defesa aérea naval Sea Ceptor, a ser instalado nas corvetas classe “Visby” da Marinha Sueca.   (CAMMs) for the Swedish Armed Forces.

Segundo a MBDA, o sistema Sea Ceptor provê defesa de ponto e de área local, com cobertura de 360°, contra ataques simultâneos e de saturação de ameaças que incluem desde mísseis antinavio supersônicos a helicópteros de ataque e veículos aéreos não tripulados. O CEO da empresa europeia, Eric Beranger, afirmou que o “CAMM proporcionará à Suécia e à Real Marinha Sueca uma formidável capacidade de defesa aérea, o que permite ao país fazer uma nova e forte contribuição à OTAN, juntamente com outros usuários aliados do Sea Ceptor, como a Marinha Real Britânica. Estamos orgulhosos de continuar nossa longa história de parceria com a Suécia e com a indústria sueca, incluindo a Saab”.

Entre o histórico de parcerias mencionado pelo CEO da MBDA, a nota destaca o programa Meteor de mísseis ar-ar, em que a Suécia é “uma nação parceira estratégica e valiosa”, assim como o programa do míssil de cruzeiro Taurus e do míssil Akeron MP. Quanto a outros usuários do CAMM (seja para emprego naval, seja por lançadores em terra), a nota da empresa destacou encomendas recentes da Polônia, Reino Unido, Itália, Canadá e Brasil. A MBDA é uma empresa / grupo multinacional da Europa, pertencente à Airbus (37.5%), BAE Systems (37.5%) e Leonardo (25%).

 

Segundo a MBDA, o míssil CAMM, no sistema Sea Ceptor, pode ser instalado / retrofitado numa grande variedade de plataformas, desde navios-patrulha de 50 metros até fragatas e destróieres. Essa flexibilidade, ainda conforme a empresa, deve-se à tecnologia “soft launch” (em que o míssil é ejetado do silo e seu motor só é acionado quando já está no ar), que permite sistemas de lançamentos compactos e facilmente instaláveis, e ao fato de não necessitar de radares dedicados de direção de tiro, sendo direcionado por dados fornecidos pelos radares de vigilância dos navios.

Com 99 kg de peso, o CAMM tem comprimento de 3,2m, diâmetro de 166mm e alcance superior a 25km,  segundo os dados divulgados pela MBDA.

A FMV sueca também divulgou nota sobre o contrato assinado, informando que a instalação do sistema Sea Ceptor nas corvetas classe “Visby” será iniciada pela Saab Kockums e pela própria FMV no final de 2025. O primeiro navio armado com o sistema deverá ser entregue às Forças Armadas Suecas cerca de um ano depois.

O sistema será integrado aos navios como parte da modernização de meia-vida das corvetas, permitindo que os navios possam defender uma área consideravelmente maior contra ameaças aéreas, combatendo alvos aéreos a distâncias maiores que as permitidas pelos sistemas de armas atuais da classe “Visby”. A fase chamada de “definição de produto” da modernização de meia-vida das corvetas começou em 2021, sendo realizada pela FMV e pela Saab Kockums, trabalho este que resultou, ainda segundo a nota da FMV, na escolha do sistema Sea Ceptor.

IMAGENS ACIMA: MBDA (outros links no próprio texto)

NOTA DO EDITOR: a classe sueca “Visby” (clique aqui para acessar dezenas de matérias anteriores sobre essa classe e saber mais detalhes) é formada por cinco corvetas de características furtivas, entregues à Marinha Sueca a partir de 2002. Com características furtivas e deslocamento de pouco menos de 700 toneladas, as corvetas são armadas com mísseis antinavio RBS 15, foguetes e torpedos antissubmarino, podendo também lançar minas. Porém, para defesa antiaérea, até hoje os navios só contavam com canhões de 57mm automáticos (além de seus sistemas de defesa eletrônica e despistadores), embora fossem projetados para receber mísseis com essa capacidade: chegou-se a noticiar que seria adquirido o Umkhonto sul-africano, mas essa compra não aconteceu. Com a modernização de meia-vida da classe, finalmente terão mísseis para reforçar sua defesa antiaérea.

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rui mendes

Era o que faltava nessa corveta Sueca, ter defesa aérea, era para ser o Sul-Africano Umkhonto, como as patrulhas class Hamina, da Finlândia, será o Camm, muito bem Suécia.

Burgos

Os Vikings de bobo só a cara e o jeito de andar !!!👍💪⚓️

J.Neto

Corvetas muito bonitas,essas no quesito beleza são nota 10, são feitas de material composto,podem receber um helicoptero e pesam menos de 700 toneladas,fora serem bem armadas, uma versão de 2000 toneladas venderia bem,acredito….

Jadson S. Cabral

O problema de serem muito leves é não serem recomendáveis para o mar aberto. Deve ser um inferno para a tripulação pegar um mar agitado. Acredito que ela seja mais adequada para defesa costeira e/ou de pequenos mares

Felipe Morais

Sim, são adequadas para o Báltico, que banha boa parte da costa sueca.

Regis

E um monte de gente desprezando o sistema sea-ceptor alegando baixo alcance. Pode não ser o melhor, mas supera qualquer coisa que tenhamos hoje.

Hcosta

O problema não é o sistema, sendo um dos mais evoluídos mísseis de curto alcance. O problema é não ter outros com maior alcance para complementar. E os VLS’s não serem compatíveis com outros mísseis.

E, neste caso, uma corveta para operar em mares fechados e/ou perto da costa não terá a mesma necessidade de mísseis de maior alcance do que uma fragata que opera no meio do Atlântico.

Bosco

H,
Mas nem toda marinha pode adotar a doutrina da USN que capacita todo “escolta” para realizar defesa antiaérea de área.
Na verdade a USN é única a fazer isso (salvo engano seguido pela China que parece estar fazendo o mesmo).
O normal é ter navios dedicados à defesa AA de área e navios ditos “antissubmarinos” , só com defesa AA de ponto.

Vinicius Ferreira Soares

Bosco, as Tamandaré serão a ponta de lança da MB por muitos anos. Não temos navios próprios para defesa AA e as nossas corvetas pesadas não são aptas a proteger a frota.

Carlos Gonzaga

Que frota? Não temos frota. Temos poucos navios operando separadamente que deveriam ter AA para própria defesa.

Dalton

Elucubrando um pouco Bosco, nem todo “escolta” necessariamente irá escoltar algo, há muita missão independente e variada também, daí minha preferência pela classificação “combatente de superfície”. . A US Navy abandonou a “fragata” mas, percebeu que números importam então em breve se terá a classe Constellation , navios muito mais baratos que um “Arleigh Burke” com “apenas” 32 silos verticais, não serão muito indicadas para “defesa de área” e atualmente o combatente de superfície mais numeroso na US Navy depois do “Arleigh Burke” é o “LCS” uma fragata leve bem comparável a “La Fayette” por exemplo, sem capacidade de “defesa… Read more »

Bosco

Com certeza o termo “combatente de superfície” é mais apropriado mas eu coloquei “escolta” porque tirei da conta o LCS.
Em relação à Constellation , em que pese ter somente 32 células de lançamento , não é diferente da quantidade de Standards levados pelas Perry. Duvido muito que com 16 NSMs em lançadores dedicados ela leve muitos VL-ASROCs. Chuto 4 , o que sobrariam 28 células dedicados a mísseis AA.
Combinado com a capacidade de levar 4 ESSMs por célula ela terá uma capacidade bem consistente de defesa AA de área e de ponto.

Dalton

Pois é Bosco, mas, o “LCS” também é um combatente de superfície que eventualmente também escolta “algo”, participa de exercícios com marinhas amigas e se está procurando mais missões para eles então são e continuarão relevantes dentro da US Navy. . Como você sabe há quem insista colocar “Tomahawks” nas “Constellations”, seja como for, a capacidade de “defesa de área” não será nem próxima a de um “Burke”, talvez equivalente à alguns navios de outras marinhas que citei e mesmo inferior aos T-45s ainda mais com todos os 48 silos devotados a mísseis de defesa de área complementados por 24… Read more »

Bosco

Vale salientar que é cogitada uma versão ER do ESSM, dotado de um booster descartável, que o deixaria com alcance maior que os atuais SM-2 Block III que é tido como de 170 km e que constituem a base da defesa AA de área da USN.
Quatro caberiam em uma célula do Mk-41.
Em desenvolvendo tal míssil ele decretaria a aposentadoria do SM-2 na USN.

Bosco

Dalton,
Esqueça a versão ER do ESSM. Equívoco meu. Ela é cogitada mas a nível de suposição de entusiastas.
Fui conferir e não achei nada oficial por parte da USN.

Hcosta

É o normal ou foi o normal? Os navios são construídos em menores números, mais complexos, multi funções e inevitavelmente muito maiores. Corvetas mais próximas de fragatas em dimensões e funções, fragatas mais próximas de destroyers, etc… Mas me parece que nenhuma marinha esteja a diminuir as suas capacidades AA. Até mesmo a França, que tinha as primeiras FREMM somente com Aster 15, terá as FDI com Aster 30, uma classe supostamente com capacidades inferiores. A questão é a sua função e especialmente a sua função quando inserida numa frota, no cenário de atuação e as limitações orçamentais. E o… Read more »

GRAXAIN

Solução muito adequada para o tipo de embarcação e dentro do seu envelope de missão.