Demonstração de ataque de alta intensidade do porta-aviões USS ‘Nimitz’ e da Carrier Air Wing 9
No exercício JTFEX 97-2, em 1997, o porta-aviões USS Nimitz (CVN-68) com o Carrier Group Seven (CCG-7) e Carrier Air Wing 9 embarcados iniciaram uma campanha de ataque de alta intensidade.
Quando completaram as operações de voo, quatro dias depois, geraram 771 surtidas de ataque e colocaram 1.336 bombas no alvo. “The Surge”, como ficou conhecida, não teve precedentes. Demonstrou todo o processo necessário para colocar bombas no alvo num cenário de guerra litorânea; incorporou todas as facetas da guerra de ataque – desde o acúmulo de armas nos paióis até bombas no alvo. Na era pós-Vietnã, nenhum outro porta-aviões e aeronave embarcada gerou tanto poder de fogo em noventa e oito horas.
O Center for Naval Analysis monitorou o JTFEX 97-2 e estudou cuidadosamente o cenário descrito acima, que vem da introdução do documento da CNA “USS Nimitz e Carrier Air Wing Nine Surge Demonstration” datado de abril de 1998. “Surge 97”, como foi chamado, foi precedido por seis dias de um cenário intenso e orientado por eventos, no qual todo o grupo de batalha do Nimitz conduziu operações ofensivas e defensivas. Durante esses seis dias, o USS Nimitz e a CVW-9 geraram cerca de 700 surtidas de asa fixa.
Após esse período de seis dias, as operações foram interrompidas por 16 horas, e o USS Nimitz e a CVW-9 fizeram vários preparativos para “The Surge”, incluindo aumento de pessoal, aumento de planejamento e reabastecimento para garantir que o porta-aviões estivesse totalmente preparado para o exercício. A média resultante de 192 surtidas foi considerada pela Marinha como referência para operações de porta-aviões. Na altura, isto era muito importante, porque a aviação naval tinha sido criticada após a Guerra do Golfo de 1991, com os críticos citando as baixas taxas de surtidas dos porta-aviões como uma razão para reduzir o número de porta-aviões.
Embora houvesse obviamente agendas em jogo para o exercício, as lições aprendidas desse exercício foram claramente demonstradas no Kosovo, na Operação Enduring Freedom e na Operação Iraqi Freedom, nas quais, durante estas operações, a aviação naval certamente se redimiu do ceticismo que pode ter permanecido da Guerra do Golfo. Na verdade, foi a “Surge 97” que destacou a notável confiabilidade do F-18 Hornet, uma métrica significativa que destaca a alta durabilidade e alta sustentabilidade da aeronave. No entanto, para que o USS Nimitz atingisse a taxa diária de 197 surtidas sustentada durante 5 dias consecutivos de operações de voo 24 horas por dia, 7 dias por semana, quase todas as surtidas foram realizadas num alcance inferior a 200 milhas náuticas, com um grande número conduzidas abaixo de 100 milhas náuticas. Como as operações no mundo real demonstraram desde então, isso não é realista. Independentemente disso, as taxas de surtidas sob condições estritas continuam a ser muito úteis para fins de comparação.
Para a “Surge 97”, o USS Nimitz tinha 14 F-14As, 36 F/A-18Cs, 4 EA-6Bs, 8 S-3Bs, 2 ES-3As e 4 E-2Cs, mas dessas aeronaves apenas 9 F-14As , 32 F/A-18Cs, 4 EA-6Bs, 5 S-3Bs, 0 ES-3As e 4 E-2Cs estavam em condições de missão no primeiro dia. É importante notar que em operações no mundo real, neste caso um porta-aviões que esteve envolvido em seis dias de operações intensas, um porta-aviões poderia ter 20% da sua CVW indisponível para operações. É também digno de nota que as aeronaves mais antigas, F-14 e S-3, sofreram as maiores taxas de inatividade.
As taxas de surtidas de porta-aviões têm variado desde 1997. Em 2001, a Marinha afirmou que os porta-aviões da classe Nimitz podem suportar 207 surtidas por dia, e em 2004 a Marinha afirmou que os porta-aviões da classe Nimitz poderiam lançar 230 surtidas totais por dia de voo de 24 horas durante quatro dias. Estas taxas de surtidas estão limitadas a 200 milhas náuticas, requerem alguma preparação e não podem ser sustentadas para além de apenas alguns dias. A doutrina e o planejamento atuais operam 2 CVNs juntos, cada porta-aviões apoiando 120 missões por dia de voo de 12 horas, combinando 240 missões em 24 horas por dia por longos períodos de tempo.
Por que isso é importante? Porque a geração de surtidas é uma das, senão a mais importante métrica para as capacidades da aviação naval, e parece ser um dos primeiros aspectos da aviação de porta-aviões ignorado pelos críticos dos porta-aviões nucleares de grande convés. Por exemplo, tomemos a ideia de um CVL, uma alternativa de porta-aviões leve de 30.000 toneladas que suporta 20 F-35Bs. Sejamos super otimistas e digamos que o F-35B é tão confiável quanto o F/A-18C do ponto de vista da manutenção (talvez um aviador muito paciente possa explicar por que esta é uma sugestão super otimista). Na Surge 97, o F/A-18C alcançou a impressionante taxa de surtidas de 4,5 surtidas por dia, mas os fatores de planejamento para o F/A-18C são de 2,0 surtidas por dia. Para os propósitos deste exercício, vamos supor que o F-35B possa suportar 2,0 surtidas por dia em um CVL.
Se presumirmos que 20% das aeronaves não são capazes de missão, e deveríamos, porque é assim que a Lei de Murphy funciona em um porta-aviões, agora temos um CVL suportando 16 F-35Bs capazes de realizar 32 surtidas por dia a uma taxa de surtida de 2,0, e fazendo isso sem os serviços de E-2D ou EA-18G baseados em porta-aviões. Se um classe Nimitz puder suportar 120 missões por dia, precisaríamos de 4 CVLs para corresponder ao número de missões que um único CVN pode suportar, e um CVN vem com E-2Ds e EA-18Gs integrados.
FONTE: USNI Blog / @ThrustWR no X
NOTA DO EDITOR: Para baixar o documento completo “USS Nimitz e Carrier Air Wing Nine Surge Demonstration”, clique aqui.
Na boa, mas o pessoal critica tudo mesmo. Ainda me parece um poder de ataque impressionante. Digno de inveja para qualquer marinha.
Mas mano. Quem está criticando?
Você é o primeiro a comentar.
Nâo tem mais ninguem aqui fora nós dois.
Kkkkkkk
Ele já se antecipou para a galerinha que só vem comentar aqui ou dar joinha negativo em tudo. kkkkkkkkkk
Isso mesmo, hehehehe
O Eduardo já entrou no saloon enfezado e chutando a porta.
Acho que o Eduardo estava falando das críticas que são referidas no texto.
Que tatu!!!!
Voce ja sabe que aqui so tem marreteiro kkk
Na primeira foto você vê aquele que foi o melhor caça da marinha norte americana.
Atrás dele o F-18.
E esse “F-18” caso não tenha reparado pertence ao USMC a palavra “marines” pode ser vista na parte traseira do avião.
Vale salientar que só existem duas fontes de ataques, a de terra e a naval. A rigor as aeronaves (tripuladas ou não) são baseadas ou em terra ou em navios. Como não existem aeronaves altamente persistentes (como o porta-aviões voador da SHIELD) elas são tão somente efetores baseados em terra ou em navios. Basicamente os meios de ataque são: 1- Baseados em terra: 1A- meios de ataque direto (unidirecionais) : mísseis , drones kamikazes, obuses, foguetes, morteiros, etc 1B- meios de ataques indiretos (bidirecionais) : aeronaves tripuladas e não tripuladas (CUAVs) – 2- Baseadas no mar: 2A- meios de ataque… Read more »
Falando de “meios de ataque” acabei de ler que o “hipersônico” PrSM foi colocado em operação no US Army na semana passada.
Corramos para as montanhas. Já não podemos mais dizer que os EUA não têm armas hipersônicas de ataque. É o fim dos tempos.
O maldoso EUA agora também possui as imparáveis armas hipersônicas do Juízo Final.
Aficcionados têm um problema de visão associado com uma limitação mental autoimposta: só vêem, e só desejam ver, aquilo que lhes é de devoção, num paroxismo de fetichismo idólatra. Sintoma/patologia que já foi ‘weaponizada’ contra os próprios aficcionados faz tempo, desde a primeira revista/jornal/blog de assuntos militares – cuja característica principal é a de não tocar nunca em assuntos militares vitalmente importantes ou de maneira que escape ao mero exercício de propaganda. Por exemplo, o Tomcat tem história: nasceu de uma necessidade bem definida, desenvolveu-se com o aporte da ciência/tecnologia, atingiu a maturidade de capacidades e, subitamente (com uma alteração… Read more »
A questão Alex é: quantos, além desse ex-secretário, pensam da mesma forma e quantos inclusive da ativa pensam que se deve continuar a construir NAes de propulsão nuclear e deslocando cerca de 100.000 toneladas carregados. . Você provavelmente já leu sobre os benefícios de um “Nimitz” e agora “Ford” e os franceses aparentemente não ficaram tão satisfeitos com o “Charles de Gaulle” que apesar de menor que um “Midway” o fato de ter propulsão nuclear converteu o espaço que seria usado para combustível para si em espaço para mais combustível para aeronaves tanto que o “PAN” continuará “nuclear” mas o… Read more »
Eu vejo que você parece ser uma cara inteligente na sua opinião se EUA e Rússia entrassem numa guerra sem envolvimento da otan você acha que EUA venceria a guerra com facilidade ou não ?
Obrigado pelo “inteligente” Ronny, mas, não vejo um não envolvimento da OTAN
afinal os europeus acima de tudo é que devem escolher o que é melhor para eles mesmos, então um conflito necessariamente ocorreria na Europa com apoio do que os EUA possuem lá e o que eventualmente poderia enviar como reforço.
Sim, mestre Dalton, é um assunto complexo apenas propor um CV convencional complentar, mas o fato é que a USN não tem mais porta-aviões, no mix convencional/nuclear, em número considerado adequado para cobrir todos os cenários eventuais. O USS Gerald R. Ford é fenomenal especialmente pela coragem de mexer no decisivo que ninguém presta atenção: nos elevadores (a matéria acima luminosamente aponta as diferenças de importância dos elevadores 1 a 4, conectadas que estão ao uso do hangar e do convôo), não apenas nos deck-edge mas nos de armas e seus circuitos de transporte dentro do bote, mas continua sendo… Read more »
Alex, a US Navy mal consegue manter 11 NAes e “apenas” 9 Alas Aéreas mal havendo também aviões extras para treinamento e reposição de perdidos em acidentes e a “solução” seria diminuir o número de “grandes nucleares” e acrescentar uns poucos “menores convencionais” cada um com metade da capacidade mas exigindo o mesmo número de “escoltas” para o que se teria que investir em mais “escoltas” ,mais navios logísticos, mais estaleiros mais pessoal e aviões…acho que não dá ! . O “Ford” é muito mais que “elevadores” quando comparado a um “Nimitz” seus novos reatores poderão fornecer energia para novas… Read more »
Perfeitamente, mestre Dalton: mal conseguem sustentar o que já têm e vêm usando intensamente esses meios, tanto e de tal maneira que as tripulações começam a mostrar sinais de desgaste mental e são aconselhadas a ter uma rotina de sono regular ou mandatória (!). O Ford representa um completo rearranjo interno em relação ao Nimitz, mas a missão é a mesma apenas com incrementos nos índices operacionais justamente pela introdução de novas tecnologias, algumas que deram bons problemas. Os EUA fazem e subsidiam guerras e morticinios desde 45 sob os mais variados pretextos, refiro-me e.g. ao morticinio da ditadura chilena,… Read more »
Bem ou Mal, uma ORDEM INTERNACIONAL ainda EXISTE, por mais IMPERFEITA que seja, ainda e MELHOR que a “tal Nova Ordem” em que cada país que tem mais Dinheiro para comprar armas e tem Diferenças com seus Vizinhos vai dar um “ultimatum” para seu vizinho mais Fraco Militarmente CEDA… O que terá por CONSEQUÊNCIA UMA CORRIDA ARMAMENTISTA como a que ocorreu na Europa Pre-GRANDE GUERRA (A 1° WW), e sim os EUA tem INTERESSES SIM, TODO MUNDO TEM, então, reconheca-mos que a NATUREZA HUMANA e muito eivada dessas Qualidades Moralmente Questionáveis. Dito isso “para Limpar a Mesa”, que “não existe… Read more »
Ricardo: “(…) do PONTO de VISTA Naval, pouco envolvimento teve a USN no caso dos Regimes Militares do Cone Sul (…)”; eu não disse que ela teve. “(…) sua Referência abertamente tomando lado do HAMAS (…)”, eu não citei Hamas e não me alinhei a ele (embora talvez até devesse se não desconfiasse que o Hamas foi o melhor inimigo que o dinheiro israelense poderia ter comprado). “(…) ISRAEL VEIO PARA FICAR e é melhor e mais produtivo FAZER A PAZ com os Judeus.” Não existem judeus apenas em Israel, eles existem, dos ortodoxos aos emancipados, em todos os lugares… Read more »
Nossa! Que português castiço! A maioria aqui não vai entender! Kkkkk
Em um espaço onde se vê, e se lê erros crassos na escrita da nossa língua, usar uma linguagem rebuscada assim é infrutífero, além de parecer pedante. Dá uma ideia de que o intento é mostrar-se.
Pensei o mesmo, mas não postei pra não parecer crítico. Concordo com a opinião relatada, menos com a forma. Outro aí fala de Sheakespeare…
Exatamente!
Difícil crer que se admoeste a exibição de rara correção em detrimento dos direitos do erro ordinário. Escrevo de todos os jeitos porque a forma portante é indiferente pra verdade portada entendida. Pior que o erro é o desentendimento que prefere a vela abaixo da mesa…
Nooooozzaaaa, que inclível…
Tá de palabênss
Vejo que é fluente em Mandarim……coloca aí uns 10/12 anos pra china ter algo minimamente similar
Agola magoei, vô xoláaaaa
Jogo é jogo… Treino é treino. Por isso que acredito muito na Marinha Americana que vem treinando e jogando várias partidas reais desde a década de 40 do século passado
É lamentável ver cómo algumas das grandes nações fazem grandes investimentos em armamentos pra destruição do ser humano em lugar de investir esse dinheiro no bem estar dos povos o qual disminuiría essas guerras e teríamos um planeta mais equilibrado e sem fome, obrigado
Juan,
A Guiana não investe em armas sendo um povo pacífico mas parece que a benevolência deles não coibiu um ditador vizinho de querer invadi-la e tomar-lhes parte do território.
O que você sugere nesse caso?
Perfeito Bosco lembrando que quando o Iraque invadiu o Kuwait o mundo todo seguiu os EUA, só que a grande maioria dos países colaborou simbolicamente, os EUA fizeram a maior parte do trabalho graças justamente aos “grandes investimentos em
armamentos”.
Seu pensamento seria perfeito se tivéssemos certeza de que ninguém, nenhum governante ou povo, fosse querer invadir ou dominar o que não é seu. Mas, como isso é impossível, devido à natureza humana, sua ideia é utópica.
Vida longa os USA ; OTAN neles
Resumo da analise: Nada estaria boiando no Mar da China… isso ja basta…