Tensões na Guiana: Venezuela responde com exercícios militares ao deslocamento do navio HMS ‘Trent’ britânico
Em resposta ao deslocamento do navio de guerra britânico HMS Trent para a Guiana, cuja chegada está prevista para sexta-feira (29), conforme informado por um membro da chancelaria da Guiana, a Venezuela, sob as ordens de Nicolás Maduro, iniciou exercícios militares envolvendo mais de 5.600 militares nesta quinta-feira (28). Essa ação marca uma ruptura no acordo de paz estabelecido há aproximadamente duas semanas entre Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, em São Vicente e Granadinas. Naquele encontro, ambos se comprometeram a evitar um conflito armado sobre a disputa territorial de Essequibo, uma área rica em petróleo e que representa dois terços do território guianense.
A questão de Essequibo, que é uma controvérsia antiga, ganhou nova vida no início de dezembro quando o governo venezuelano incitou um plebiscito para anexar a região, aumentando as preocupações sobre um potencial confronto militar. Maduro, em um pronunciamento televisivo e radiofônico, reiterou o compromisso da Venezuela com a diplomacia e a paz, mas advertiu contra ameaças à soberania venezuelana, criticando o Reino Unido como “decadente” e “corrompido”. O governo venezuelano já havia solicitado a retirada imediata do HMS Trent de suas águas, pedindo que outras potências militares não se envolvessem no impasse territorial.
Os exercícios militares venezuelanos, que começaram nesta semana, contaram com a participação de 5.682 militares, além de caças F-16 e Sukhoi Su-30 russos, navios de guerra, patrulheiros oceânicos e veículos anfíbios. O HMS Trent, habitualmente ativo no Mediterrâneo, foi recentemente deslocado para o Caribe para operações contra o tráfico de drogas. O Ministério da Defesa do Reino Unido não confirmou a chegada do navio às águas da Guiana, mas em comunicado prévio, mencionou que o HMS Trent realizaria “uma série de compromissos na região da Guiana”.
FONTE: AFP, via O Globo