HMS Queen Elizabeth e o HMS Prince of Wales atracados em Portsmouth

Por Alexandre Galante

Com a crise provocada pelos ataques dos Houthi contra o tráfego marítimo no Mar Vermelho, muitos britânicos estão repetindo a pergunta que os presidentes americanos fazem quando surge uma crise em algum lugar do globo: where are the carriers? (onde estão os porta-aviões?)

O jornal britânico The  Telegraph revelou no início de janeiro que os porta-aviões britânicos não estão prontos para serem enviados ao Mar Vermelho por causa da crise de recrutamento que envolve as Forças Armadas.

‌Houve pedidos para enviar o HMS Queen Elizabeth, o porta-aviões que custou mais de £ 3 bilhões do Reino Unido para a região, como parte do Carrier Strike Group (CSG).

Mas segundo o jornal, o RFA Fort Victoria, o único navio de apoio sólido capaz de fornecer ao CSG a quantidade de munições, aeronaves, equipamento sobressalente e alimentos necessários para um desdobramento completo, não pode navegar devido à falta de marinheiros.

Embora o RFA Fort Victoria seja um componente “crucial” para o Carrier Strike Group, os militares insistiram que o porta-aviões não “depende” do navio e poderia ser desdobrado sem ele.

Eles acrescentaram que tanto o HMS Queen Elizabeth quanto o HMS Prince of Wales estão atualmente em prontidão em Portsmouth.

RFA Fort Victoria, em 2016

No entanto, uma fonte da Marinha alertou que enviar o grupo sem o RFA Fort Victoria seria “abaixo do ideal”.

‌Em tempos normais, o RFA Fort Victoria opera uma tripulação de 100 pessoas, mas atualmente está trabalhando com uma tripulação mínima.

‌Embora o navio devesse estar de volta ao mar no ano passado, tendo passado por extensos reparos desde que navegou com o CSG para o Indo-Pacífico em 2021, ele ainda está no estaleiro Cammell Laird de Liverpool.

Nos ataques realizados em conjunto com os EUA contra alvos Houthi em terra, o Reino Unido empregou caças Typhoon da Royal Air Force, apoiados por um avião-tanque Voyager, decolando de uma base do Chipre.

Segundo o Lord West, ex-Primeiro Lorde do Mar, “um CSG da Royal Navy ‌poderia ter 24 aeronaves F-35 a apenas 160 quilômetros do Iêmen, prontas para partir a qualquer momento e atacar novamente.”

HMS Queen Elizabeth operando em 2020
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