Armada do Chile: Como formar a Força Naval mais competente e equilibrada da América do Sul através da compra de navios usados?
A Armada do Chile é uma das mais bem equipadas e treinadas da América do Sul. Cerca de 30.000 homens (se incluirmos os seus fuzileiros navais), 4 submarinos, 8 escoltas, 3 barcos rápidos com mísseis, 4 navios anfíbios, 2 navios auxiliares de frota, etc.
Mas tem uma peculiaridade. Grande parte destas unidades da linha da frente (seria necessário acrescentar várias dezenas de barcos-patrulha e auxiliares de todos os tipos) foram adquiridas de segunda mão a marinhas estrangeiras.
Vamos começar com as escoltas. O Chile opera três fragatas Type 23: a “Almirante Cochrane” (ex-HMS Norfolk), “Almirante Lynch” (ex-HMS Grafton) e “Almirante Condell” (ex-HMS Marlborough).
Esses navios foram incorporados à Armada do Chile entre 2006 e 2008, vindos da Royal Navy, onde entraram em serviço em 1990, 1997 e 1991 respectivamente.
Caso semelhante é o da fragata Type 22 Almirante Williams (ex-HMS Sheffield), nau capitânia da Armada do Chile. Em serviço na Marinha Real desde 1988, ingressou na Armada do Chile em 2003.
O Chile também opera duas fragatas da classe Karel Doorman de origem holandesa, a “Almirante Blanco Encalada” (ex-HNLMS Tjerk Hiddes) e a Almirante Riveros (ex-HNLMS Van Der Hulst). Ingressaram em 2005 e 2007, com uma média de 14 anos de serviço na Marinha Holandesa.
A última aquisição, em 2020, foram duas fragatas da classe Adelaide/Oliver Hazard Perry da Marinha Australiana. São elas a “Almirante Latorre” (ex-HMAS Newcastle) e o “Capitán Prat” (ex-HMAS Mebourne).
São navios semelhantes à classe espanhola Santa María, ao serviço dos australianos desde 1992 e 1993. A principal diferença é que foram intensamente modernizados num programa não isento de polémicas e derrapagens de custos.
A modernização incluiu um lançador vertical de oito células Mk41 para ESSM, a capacidade de lançar o SM-2, uma atualização para o Phalanx… até que os destróieres da classe Hobart chegassem e fossem desativados. O Chile viu aí a sua oportunidade.
O Chile também opera três barcos lançadores de mísseis Sa’ar 4, que adquiriu quando estiveram em serviço na Marinha Israelense por um curto período de tempo. Deslocam 450 toneladas e fazem 30 nós de velocidade, capazes de lançar mísseis antinavio Harpoon ou Gabriel.
Em relação aos anfíbios, o Chile opera 3 LSTs de mais de 1.000 toneladas construídos localmente, mas em 2011 adquiriu o LPD francês “Foudre”, em serviço desde 1990, e rebatizou-o de “Sargento Aldea”.
O Chile também opera dois navios de abastecimento. Um deles é o navio-tanque “Almirante Montt” (ex-USNS Higgins), da classe Henry J. Kaiser. Ele ingressou na Marinha dos EUA em 1987 e na Armada do do Chile em 2010. Até 40.000 toneladas de deslocamento, das quais 28.000 podem ser combustível. É o maior navio de deslocamento da Armada do Chile.
O outro navio logístico é o “Araucano”, navio civil fabricado pela Suécia em 1984 e convertido em navio-tanque de esquadra também em 2010. Desloca 26 mil toneladas.
O Chile também opera quatro submarinos, todos de primeira mão. Os mais antigos são os “Thompson” e “Simpson”, Type 209/1400 alemão. Eles foram entregues em 1984.
Os mais modernos são os dois Scorpène, “O’Higgins” e “Carrera”, construídos pela DCN e Navantia e entregues em 2005 e 2006.
Aviação Naval
Em outra ordem de coisas, a Armada do Chile ainda opera 4 P-3ACH, que estão sendo modernizados pelo programa “Albatros IV” (a ponto de terem mudado suas asas para ganhar 15.000 horas de voo).
Além disso, desde 2010, opera três unidades do C-295 Persuader.
A Armada do Chile também opera 5 helicópteros Cougar, 9 Dauphin, 4 Super Puma e 5 Airbus H125, além de cinco aeronaves EMB-110 Bandeirante.
FONTE: @fuerza_naval, no X