Um helicóptero Sikorsky SH-3H Sea King do esquadrão antissubmarino HS-9 Sea Griffins da Marinha dos EUA e um helicóptero SH-3 Sea King do esquadrão HS-1 da Marinha do Brasil, durante o exercício Topex em 1987

O helicóptero Sikorsky SH-3 Sea King é um ícone da aviação militar, desenvolvido durante a Guerra Fria como uma resposta direta à ameaça crescente de submarinos nucleares soviéticos. Sua concepção e desenvolvimento refletem a urgência e a necessidade estratégica da época de contar com uma plataforma avançada capaz de realizar operações antissubmarino (ASW) de maneira eficaz. Projetado e construído pela Sikorsky Aircraft Corporation, o SH-3 Sea King fez seu voo inaugural em 1959 e entrou em serviço na Marinha dos Estados Unidos no início dos anos 1960.

O Sea King foi o primeiro helicóptero da Marinha dos EUA com a capacidade de detectar e atacar submarinos, bem como realizar missões de busca e resgate em alto mar (SAR). Seu design característico, com dois motores turboeixo que forneciam potência para voos longos e estáveis, e um fuselagem grande que permitia acomodar diversos equipamentos de detecção de submarinos, tornou-o uma plataforma ideal para a guerra antissubmarino. Equipado com sonar de imersão e sensores magnéticos, o SH-3 podia localizar submarinos inimigos e lançar torpedos Mk-46 ou cargas de profundidade para neutralizá-los.

Sea King HAS.5 da Royal Navy lançando torpedo Mk.46

Durante a Guerra Fria, o papel do SH-3 Sea King na patrulha marítima e na guerra ASW era vital para a estratégia de defesa dos EUA e da OTAN. Operando a partir de navios de superfície, especialmente porta-aviões e destróieres, o Sea King expandiu significativamente o alcance e a eficácia das operações navais contra a ameaça submarina soviética. A capacidade do helicóptero de operar em condições meteorológicas adversas e durante a noite aumentou ainda mais a sua efetividade como uma ferramenta de guerra antissubmarino.

Destróier USS Buck (DD 761) com um avião P-3B Orion e um helícóptero SH-3A Sea King durante demonstração de guerra antissubmarino, em 1970. O USS Buck seria transferido para a Marinha do Brasil em 1973, tornando-se o contratorpedeiro Alagoas (D 36)

Além de suas missões ASW, o SH-3 Sea King também se destacou em outras funções, incluindo transporte VIP, evacuação médica e operações de busca e resgate. Sua versatilidade e confiabilidade o tornaram um dos helicópteros mais respeitados e de mais longa duração em serviço. A versão VH-3A foi especialmente adaptada para o transporte do Presidente dos Estados Unidos, servindo orgulhosamente como “Marine One”.

VH-3A Marine One

Internacionalmente, o SH-3 Sea King foi adotado por várias marinhas ao redor do mundo, incluindo o Reino Unido, Itália, Canadá e Brasil, entre outros, muitos dos quais personalizaram o helicóptero para suas próprias necessidades operacionais. No Reino Unido, por exemplo, o Sea King foi modificado para se tornar uma peça central das operações ASW da Marinha Real, recebendo atualizações significativas de equipamentos e capacidades ao longo dos anos.

Embora muitas das plataformas originais do SH-3 tenham sido aposentadas ou substituídas por modelos mais modernos como o SH-60 Sea Hawk, o legado do Sea King continua vivo, com algumas variantes ainda em operação em tarefas especializadas ao redor do mundo. Sua contribuição duradoura para a segurança marítima e a guerra antissubmarino durante um período crítico da história militar permanece um testemunho do design inovador e da engenharia avançada da Sikorsky Aircraft Corporation.

Augusta SH-3D Sea King da Armada Peruana pousando na fragata da classe Lupo BAP Mariategui (FM 54)
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Leonardo Cardeal

Um monstro de enorme. Tive o privilégio de ver um durante os bons anos dos Portões abertos do campo de Marte

Afonso Bebiano

Na semana passada, eu estava voltando da Região dos Lagos e pude mostrar aos meus filhos o exemplar do Sea King que fica exposto em São Pedro da Aldeia, sede da Força Aeronaval.
O design desse helicóptero é inconfundível.

Marcos

Podem falar o que quiser mas a feiura icônica (ou beleza exótica) do Ka-27 tornam ele o Helicóptero ASW mais legal de todos.

Willber Rodrigues

Sea King e Westland Lynx são meus helis embarcados preferidos.

Maurício.

Sea King, um baita helicóptero, um dos meus favoritos, na minha opinião, o mais bonito que a marinha já operou.

Um Simples Brasileiro

Acho fantástico!

Rinaldo Nery

O HS-1 ocupava o hangar vizinho ao nosso em São Pedro da Aldeia. Sempre achei esse helicóptero majestoso. Era bonito vê-lo voar. Acompanhei a instalação do primeiro Exocet neles, pelos franceses. O irmão do Oscar Schmidt e do Tadeu Schmidt voava no HS-1. Gente fina. Depois foi cmt do CIAAN. Hoje é prático em Vitória.

Burgos

Quando embarcado no D 26 como Marinheiro fizemos o HIFR noturno (acho que a sigla é essa pq eu já nem me lembro mais) dessa Anv. Preparando a estação em menos de 30 minutos, a anv deu erro de leitura no mostrador e quando corrigiram o tempo de voo ela tinha menos de 20 minutos de voo ou seja risco de pane seca e não tinha autonomia para voltar para São Pedro da Aldeia. Detalhe: dentro do tanque existe 2 placas de Gel balístico se essas grudasse uma na outra aí já era !!! Vai aspirar ar em vez de… Read more »

Burgos

Segue o link explicativo sobre HIFR

https://m.youtube.com/watch?v=vgBJ2SskDfg

Marcelo Soares

A primeira foto da matéria é belíssima!

Aéreo

Uma pena estes helicópteros nunca terem operados a bordo da Classe Niterói, que por questões de resistência do piso do convoo era incompatível com o SH. Na matéria há uma bela foto da Classe Lupo que mesmo sendo 1000ton menor que as Niterói em deslocamento operaram este belo helicóptero.

Fernando "Nunão" De Martini

Não é só resistência (obviamente que é fundamental, e cada navio é projetado pra certa categoria de helicóptero), mas também tamanho do convoo, que na classe Niterói é relativamente pequeno. Já o convoo do NE Brasil, derivado da classe Niterói, foi dimensionado para receber helicópteros maiores, dessa categoria. Uma pena que não tenham desenvolvido uma Niterói Batch 2 depois do NE Brasil, com convoo capaz de operar o Sea King. Com propulsão diesel mais potente que a do NE Brasil e armamento mais modesto pra início de operação (podendo ampliar depois) teria formado uma leva nova de escoltas antissubmarino melhor… Read more »

Rinaldo Nery

Não cabe no convôo…

Andrei souza

Meu saudoso pai operou muito com essas máquinas no esquadrão HS 1 em São Pedro da aldeia, fiquei emocionado em ver essa matéria sobre essa máquina, SG os/av jaimisson.

adriano Madureira

É uma lenda ! Quando ele aparece na caçada ao outubro vermelho, naquela cena de mar revolto e raios no céu, e Alec Baldwin pula ao mar para entrar no Dallas,cena inesquecível de um dos melhores filmes já produzido.

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Sergio

Bonitão, impressionante. Entrei em um desses em exposição numa feira na aviação do exército/Taubaté, lá no distante 1994. 30 anos!

NEMOrevoltado

Seria legal uma reportagem sobre o Ka-27 e o Ka-32 que executaram funções semelhantes.