Sob a cobertura da escuridão, um único jato de combate ruge enquanto rasga o convés do USS Bataan, um imenso navio de assalto dos EUA. Momentos depois, um segundo jato segue.

As luzes vermelhas e verdes piscando nas pontas de suas asas logo desaparecem em algum lugar sobre o Mediterrâneo oriental.

Lar de 2.400 fuzileiros navais e marinheiros americanos, essa gigantesca base militar flutuante cheia de veículos blindados, jatos e helicópteros geralmente se desloca rapidamente para transportar tropas para terra.

Mas quando os Houthis do Iêmen começaram a disparar mísseis e a voar drones para atacar navios comerciais no Mar Vermelho, a tripulação do USS Bataan viu-se tendo que se adaptar ao combate aéreo, enviando jatos para tentar derrubá-los.

“Nunca imaginei que estaria fazendo isso quando partimos,” diz o piloto líder Capitão Earl Ehrhart.

Na verdade, apenas dias antes do surto de guerra em Gaza, o Capitão Ehrhart e seus companheiros de tripulação pensavam que estavam indo para casa.

Após meses patrulhando as águas próximas ao Golfo Pérsico, as tropas a bordo do USS Bataan estavam prestes a terminar seu turno de serviço. Mas na manhã de 7 de outubro, tudo mudou.

Dentro de uma hora após o Hamas atacar Israel e matar cerca de 1.200 pessoas, o USS Bataan recebeu novas ordens, para traçar um curso em direção ao Mediterrâneo oriental e se preparar para monitorar a costa de Gaza.

Doze dias depois, outra mudança na missão. Desta vez, para engajar os Houthis.

Em resposta à escalada da violência em Gaza, desde meados de dezembro, os Houthis iemenitas atacaram mais de duas dúzias de embarcações de transporte. Eles afirmam que todas eram de propriedade ou operadas por israelenses. No entanto, muitas parecem não ter nenhuma conexão com Israel.

Em janeiro, os EUA e o Reino Unido também começaram a realizar ataques aéreos em retaliação, incluindo a partir do USS Bataan.

“Os Houthis estavam lançando muitos drones de ataque suicida,” diz Ehrhart. “Eles são uma força robusta e capaz,” ele acrescenta, avisando que não são para ser subestimados.

Para ser eficaz contra esse grupo rebelde, os fuzileiros precisavam se adaptar.

“Pegamos um jato Harrier e o modificamos para defesa aérea,” Ehrhart me conta. “Carregamo-lo com mísseis e assim conseguimos responder aos seus ataques de drones.”

Um piloto de caça experiente, Ehrhart diz que abateu sete drones houthis. Mas ao voar tão perto desses dispositivos explosivos, ele diz, cada interceptação carrega grande risco.

“Eles estão atirando em nós o tempo todo, então precisamos estar ainda mais focados. Nossos sistemas precisam estar preparados para que possamos ficar seguros.”

A sala de controle

A uma curta viagem de helicóptero do USS Baatan fica o destróier USS Arleigh Burke, um segundo navio de guerra dos EUA em alerta máximo.

Abaixo do convés, iluminado pela luz de uma dúzia de monitores de computador, está o Centro de Informações de Combate.

“Aqui é de onde lutamos,” diz o Tenente Comandante Tyrchra Bowman. “Este é o coração do nosso navio.”

Equipada com um sistema de radar de elite, a tripulação do Arleigh Burke são os olhos e ouvidos para todos os navios de guerra dos EUA na área. Eles enviam alertas para qualquer ameaça percebida da terra ou do mar.

Alguns desses alertas vão para o Capitão Ehrhart a bordo do USS Bataan, e indicam quanto tempo ele tem para reagir a um drone houthi vindo em sua direção.

“É basicamente matemática. A sala de comando dirá: ‘Os Houthis lançaram um drone de ataque unidirecional. Temos essa quantidade de tempo.’ Então podemos reduzir de um tempo de resposta de duas horas, até para cinco minutos.”

Nenhum dos militares a bordo do USS Bataan sabe quando irão para casa. Com as tensões aumentando pela região, a missão do USS Bataan agora foi estendida até novo aviso.

Em resposta a um ataque de drone por militantes xiitas iraquianos em uma base dos EUA na Jordânia no mês passado, as forças dos EUA continuam a realizar ataques retaliatórios dentro do Iraque e da Síria. Esses ataques são contra aqueles que o Presidente Biden chama de “grupos militantes radicais apoiados pelo Irã”.

Junto com os Houthis, todos esses grupos fazem parte de um “eixo de resistência” – um termo guarda-chuva para aqueles aliados ao Irã e que afirmam que seus ataques são “os resultados diretos da guerra de Gaza”.

Uma milícia xiita iraquiana recentemente convocou seus aliados no eixo da resistência para atacar os portos israelenses.

Tal ameaça desafiará diretamente a missão do USS Bataan.

“Estamos agora vivendo em um ambiente operacional complexo e incerto,” diz o Dennis Sampson, comandante da 26th Marine Expeditionary Unit (MEU) a bordo do navio. “Há numerosos atores em jogo e isso só está aumentando.”

FONTE: BBC

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Paulo Sollo

Os pilotos dos eua vão afiando suas capacidades com o F-22 se tornando um letal matador de balões meteorológicos e o AV-8B um impiedoso exterminador de drones movidos a motor de mobilete que segundo Ehrarth são “uma força robusta e capaz”.

Ainda na espera para ver a estreia da hiperphodastic flying seal f-35. Podem usá-la contra aqueles quadricopteros que lançam granadas de mão sobre os ucranianos.

Mas é que ela é tão avançada para seu tempo que só vão usá-la no Século 22 contra as naves estelares dos Anunakis de Nibiru.

Victor Mackey

EDITADO:
COMENTÁRIO BLOQUEADO DEVIDO AO USO DE MÚLTIPLOS NOMES DE USUÁRIO.

Fábio CDC

Por favor, permita-me 1 curiosidade:
.
Se aqui no Brasil o Senhor e Vossa venerável Família fossem alvos de “drones movidos a motor de mobilete” transportando artefatos explosivos, preferiria ser atingido por eles ou gostaria que a FAB e a MB destacasse seus caças Super Tucano, F-5M, Gripen NG, AMX A-1 e A-4 Skyhawk para elimina-los?
.
Só curiosidade mesmo…

rui mendes

Esses quadricopteros, eu vi, mas foi a lançar granadas sobre Russos.

Bosco

Não duvido que ele tenha utilizado o foguete guiado APKWS.

Eduardo Angelo Pasin

Não vai demorar muito para adaptarem um míssel mais barato como o tamir para essa função

Eduardo Angelo Pasin

Bosco, a ideia de utilizar caça para defesa contra misses e drone kamikaze é recente? ou já é praticado a tempo.

Rinaldo Nery

Nunca ouvi falar. Desculpe me intrometer

Bosco

É recente, Eduardo. Não havia essa previsão de uso de caças para interceptar drones dos tipos 2 e 3 não.

Marcelo Baptista

Deve ficar bem caro, em termos de custos, apesar de ser um Harrier e não um F-35. Talvez Reapers sejam mais econômicos com a mesma capacidade? Óbvio que estão fazendo com o que tem a mão no momento, mas e no futuro próximo?

Bosco

O futuro da defesa contra pequenos drones serão as armas de energia dirigida (laser e PEM). É o melhor custo/benefício. Vai levar ainda uns 2 anos mas estão vindo. Mesmo os caças atuais além de helicópteros e drones de grande porte poderão ser dotados de casulos com laser de alta energia. Os novos radares AESA de GaN que estão sendo instalados em navios, aviões e sistemas de terra também terão capacidade contra drones, incluindo enxames. Não vejo o pequeno drone barato tendo vida fácil (e longa) no campo de batalha contra grandes potências num futuro próximo. Ele irá evoluir para… Read more »

Guilherme

Pode ser recente, mas o conceito me lembrou imediatamente os Spitfire da Inglaterra, interceptando as V1 tocando suas asas e tirando-as do rumo

Groosp

Acho que estão torrando Amraam mesmo.

Abner

Pensei que o Bataan utilizava o F/A-18E/F Super Hornet ou F-35B.

Achei que os jatos Harrier já tinham sido desativados a tempo.

Last edited 9 meses atrás by Abner
Dalton

Abner o USS Bataan é um navio de assalto anfíbio (LHD) da classe Wasp sem catapultas e sem maquinário e cabos de retenção para operar Super Hornet.
.
Ele deverá ser o último LHD a receber melhorias para operar o sofisticado F-35B os demais da Frota do Atlântico já receberam ou estão em processo de receber enquanto os do Pacífico já receberam.
.
Há previsão de que os últimos AV-8Bs serão retirados nos próximos 2 anos.

Jagder

Parece que os Houthis atingiram um navio com carga brasileira nesta segunda feira.

Rodrigo

Carga brasileira que iria para Irã, e agora qual a posição do nosso governo…

Heinz

Vai dizer que os houthis fizeram isso só pra tomarem uma cervejinha.

Fábio CDC

Ah, deixa os meninos, rapaz Rssss

LucianoSR71

São toneladas de milho, a sorte deles é que o navio teve danos leves, se afundasse e os aiatolás ficassem sem cuscuz, mingau e bolo de fubá eles estariam perdidos.

Burgos

Com certeza esse Sea Harrier deveria ser pintado os drones abatidos em seu cockpit e quando de sua baixa deveria ir para um museu e ser contado os seus feitos no passado.

Dalton

Não é um “Sea Harrier” que foi adotado apenas pelas marinhas britânica e indiana e sim um projeto significativamente evoluído do “Harrier” o Harrier II AV-8B (Plus) utilizado pelo USMC e pelas marinhas espanhola e italiana.

Burgos

Derivação do Sea Harrier, que seja 👍

Bosco

A diferença básica é que o Sea Harrier é vocacionado para operações tipicamente navais, como a defesa da frota (AAW) e o ataque antinavio (ASuW) enquanto o AV-8B Plus é vocacionado para ataque, apoio aproximado e superioridade aérea sobre o campo de batalha.
Uma característica diferencial básica é que o Sea Harrier está integrado a mísseis antinavios de médio alcance (OTH) enquanto o AV-8B não.

No One

Simplesmente outro patamar! Formidáveis…já falei e volto a repetir. Existem só dois tipos de Marinhas: as que são feitas para desfile, para se exibir e as que trabalham de verdade, incansavelmente, profissionalmente e exibindo capacidades operacionais de fazer inveja .

Last edited 9 meses atrás by No One
No One

Esse piloto não está sozinho, outro caçador merece ser mencionado aqui :

comment image

No One

HMS Diamond exibe orgulhosamente as marcações dos vários abates ….

As unidades russas teriam afundado 9 vezes, rapaz… Sacanagem

Rinaldo Nery

Dependendo do tamanho, não deve ser fácil abater um drone. Para usar um míssil, a assinatura térmica do drone é muito baixa.

Underground

Chegou a era dos drones, grandes e pequenos.
Logo aparecerão os enxames.

Marcelo Baptista

Pros drones pequenos, e melhor na bala, não?

Bosco

A utilização de canhões de caças contra pequenos drones é muito complicada tendo em vista a baixa velocidade do drone e o curto alcance do canhão e a necessidade de um acerto direto. O alcance contra um pequeno drone seria na faixa de uns 500 metros no máximo e o caça estaria a uns 220 m/s . Canhões são bons para a defesa antiaérea baseada na superfície devido à baixa velocidade da ameaça mas em relação aos caças essa mesma baixa velocidade vira um problema. Como o Rinaldo citou a assinatura térmica é pequena , o que reduz muito o… Read more »

Rafael M. F.

Quanto custa um drone desses? E um AMRAAM?

Não seria melhor algum sistema de menor porte? Algo que pudesse ser transportado em quantidade e com um seeker menor e mais simples?

Vale lembrar que drones não fazem manobras evasivas (ainda)

Bosco

Mas é o que se tem pra hoje. Não dá é deixar um drone atingir um navio ou continuar atividade ISTAR para que um míssil antinavio seja lançado. O desenvolvimento de mísseis é demorado e até alterar a “matriz” defensiva leva um bom tempo. Hoje a matriz é voltada para aeronaves tripuladas e mísseis cruise, mas está se adaptando rapidamente. Os americanos desenvolveram o Coyote 2, um pequeno drone antidrone movido a jato capaz de fazer 450 km/h e com um seeker radar e de baixo custo. Já está sendo implantado e em tese pode ser lançado de um caça.… Read more »

Rinaldo Nery

Creio que o canhão seria mais efetivo e barato, se o drone não manobrar. O tiro seria “de passagem” (snapshot) não havendo necessidade de o caçador reduzir. O CCIP e o LCOS pra canhão são bem precisos.

J.Neto

Verdade enquanto estiver vindo 1 ou 2, tá tranquilo,agora um enxame de uns 10 ou 20 vindo de todos os lados, e a tendência é cada vez mais se tornar uma arma comum e barata, acho que as defesa no estilo Phalanx vão são a chave nesses casos

Samuel

Problema é que militar americano é o pescador de farda, pra contar história são bons, na prática apanham de caipira vietnamita e adoram pintar que são heróis hábeis e natos quando na prática confundem van escolar com carro de terrorista e confundem câmera com arma(ou será que é de propósito?)

Carvalho2008

Bem tempo atrás, havia comentado sobre o abate de mísseis e drones com apkws…..custa apenas uns U$20 mil por foguete….é a sucao do momento pois permite mais de uma dezena o caça….basta um pod de designação e iluminação laser….alguns ficaram surpresos…mas é isto aí…ja é carne de vaca…tornou-se comum e um novo padrão…e volto a dizer, um A29 também faria isto…e muito bem…

Também comentei que o QE não precisaria de todos os F35 para sua missão lá….vejam o Batam….deve estar no máximo com 12 harriers….toca a vida….

Dalton

Apenas um destacamento de 6 unidades do Esquadrão VMA-231 a bordo do “Bataan” Carvalho que está sendo secundado pelo NAe USS D Eisenhower e outros meios da US Navy na região, então fica “fácil” ! . Quanto a não precisar “de todos os F35” não é assim que funciona, o “Eisenhower” também não precisaria de toda sua ala aérea, mas, é importante levar todo o treinamento feito antes do desdobramento para uma missão a outro patamar e nunca se sabe por certo que problemas poderão surgir inesperadamente. . O “QE” a princípio iria participar de um exercício com a OTAN… Read more »

Carvalho2008

A matéria a época falava de um dos QE irem ao mar vermelho…

Carlos

Com todo respeito ao trabalho do piloto, mas os nossos pilotos da FAB tem mais mérito quando interceptam aviões de pequeno porte na fronteira, abatendo-os ou não.

Bosco

Depende! Um avião ainda que um pequeno monomotor civil tem um RCS respeitável , uma assinatura térmica igualmente alta e voa a uns 250 km/h , que é o dobro da maioria dos pequenos drones.
Interceptar um pequeno drone (classe 2 e 3) tem algumas peculiaridades que fazem o serviço ser bem complexo.

Rafael M. F.

Sete abates? Já virou ás…

Aliás, no Vietnam, os drones derrubados pela VPAF iam para contagem de abates de um piloto. E não eram poucos, a USAF, USN e a CIA abusaram de usar drones – Lightning Bug, Firebee, D-21…

Tem até livro sobre o assunto:

https://www.amazon.com/Drone-War-Vietnam-David-Axe-ebook/dp/B097K8YFSZ

Last edited 9 meses atrás by Rafael M. F.
JapaSp Jantador

Americanos estão pegando muita experiência e colocando seus sistemas à prova. Poderão tirar conclusões para novas tecnologias e doutrinas de defesa

Bosco

No painel de popa desse navio (USS Bataan) dá pra ver 4 sistemas de armas:
1- lançador Mk-49 com 21 RAM
2- lançador Mk-29 com 8 ESSMs
3- CIWS Phalanx de 20 mm
4- canhão Mk-38B de 25 mm.

Dalton, sabe o que é aquele “painel” inclinado acima do lançador Mk-49 na segunda foto de cima para baixo?

Bosco

Os americanos têm utilizado muito para os sistemas defensivos de navios a distribuição diagonal dos sistemas de armas conteiráveis (mísseis e canhões)
É uma solução interessante para reduzir a quantidade de sistemas de armas e em conseguinte , reduzir os custos, sem perda de cobertura e sem comprometer muito a efeitividade.
Os navios que utilizam essa distribuição são os LHA/LHDs, CVNs e os LPDs.

Last edited 9 meses atrás by joseboscojr
Alex Barreto Cypriano

É, mestre Bosco, inclusive acrescentaram uns Mk 38 nos extremos do convôo do USS Gerald R Ford. Minha opinião é que ficou horrível, esse tipo de instalação vai contra toda beleza clean do design (dá um baita trabalho pra obter essa qualidade).

Bosco

rsss
Tem navio que parece que fica torto.
O LPD classe San Antonio é um.
Ele tem um canhão Mk-46 centralizada na proa e esse mesmo canhão a bombordo na popa.
Tem um lançador Mk-49 RAM na proa a bombordo e um na popa a estibordo.

Alex Barreto Cypriano

rsrs, eu teria puxado o mk46 pra estibordo e deixado a posição central pra qualquer outra novidade. De toda forma, não é porque está em um dos bordos que não pode disparar por sobre o outro, se houver arco livre.
comment image

Bosco

Não tinha visto essa foto. O lançador Mk-49 nessa posição deve poder conteirar algo em torno de 240º . O míssil pode ser lançado a mais de 45º fora da linha do alvo (adota o modo LOAL) e ainda assim o sistema inercial o coloca no curso em direção à ameaça. Quase que um único lançador Mk-49 no LPD-17 dá conta de cobrir toda a circunferência em volta do navio ficando apenas uma área de 30º . No caso , por serem dois, há uma ampla área de sobrecobertura. No LCS o Mk-49 pode conteirar 140º para cada lado. Em… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Não sabia dessa capacidade. Muito obrigado, mestre Bosco. Sempre achei o RAM e o SeaRAM excelentes.

Dalton

Bosco “chuto” que seja antena que recebe dados sobre o tempo de satélites, SMQ-11.

Bosco

Acho que foi gol.

Burgos

Foto do radar SMQ-11, mas parece que o do USS Bataan tá usando um tipo de protetor balístico na frente da tela do radar 🤷‍♂️

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Rodrigo Maçolla

Sou fã do Harrier, grande máquina voadora por vezes substimado “Ei pepsi cadê meu avião? “