FOTOS: Porta-aviões ARA 25 de Mayo da Armada Argentina em operação nos anos 1980
Caças A-4Q da Armada Argentina operando no porta-aviões ARA 25 de Mayo, por volta de 1980. Naquela época, a Armada Argentina possuía um GAE (Grupo Aéreo Embarcado – ou CAW em inglês) mais poderoso que o do NAeL Minas Gerais da Marinha do Brasil, que operava somente aeronaves antissubmarino.
Originalmente construído para a Marinha Real Britânica durante a Segunda Guerra Mundial como HMS Venerable, este porta-aviões da Classe Colossus foi transferido para a Argentina em 1969, onde recebeu seu novo nome em homenagem à Revolução de Maio de 1810, que marcou o início do processo de independência da Argentina da Espanha.
O ARA 25 de Mayo tinha como características principais um deslocamento de aproximadamente 19.900 toneladas quando totalmente carregado, um comprimento de cerca de 192 metros e uma boca de 24,4 metros. Com uma velocidade máxima de cerca de 24 nós (aproximadamente 44 km/h), era propulsado por 4 caldeiras com turbinas a vapor com 40.000 HP (30.000 kW) movimentando 2 eixos.
Durante a Guerra das Malvinas (Falklands) em 1982, aeronaves S-2 Tracker do ARA 25 de Mayo detectaram o corpo principal da Força-Tarefa britânica na madrugada do dia 2 de maio a cerca de 200 milhas de distância, mas o navio não conseguiu lançar seus jatos de ataque contra os navios britânicos devido a uma calmaria.
Próximo à hora da catapultagem dos jatos para o ataque pela manhã, quando era necessário um vento de 30 nós de velocidade, este passou a ser quase nulo, razão pela qual cada avião A-4Q poderia decolar apenas com uma única bomba ou com combustível para alcance de apenas 100 milhas.
O ARA 25 de Mayo, na altura só conseguia fazer 20 nós, velocidade insuficiente para produzir o vento relativo no convés de voo requerido para o lançamento dos aviões com quatro bombas Mk.82. A probabilidade de impacto seria desprezível, não justificando o ataque. A missão foi abortada.
FONTE: @MarianoSciaroni, no X
SAIBA MAIS:
Guerra das Malvinas/Falklands – 40 anos: O porta-aviões ARA 25 de Mayo
Será que esse navio teria, realmente, feito diferença no resultado final da guerra?
Vamos considerar que 6 A4Q conseguissem ter decolado, cada um com 4 bombas Mk. 82, atacando o corpo principal da Força-Tarefa britânica.
A probabilidade de fazer um grande estrago seria enorme.
Imagina o Invincible ser atingido e danificado ao ponto de ficar fora de combate.
Sim, teria feito a diferença “se”…
Contudo, “se” não entra na equação e fato é que não fez a diferença.
É…tudo ia depender se o Invincible fosse atingido. O estrago seria realmente sem tamanho.
Ou um dos transportadores de tropas.
Sir Galahad foi afundado pelos A-4 da Força Aérea.
Segundo um site argentino, 6 aviões seriam designados para o ataque, 4 deles armados com bombas, mas dada a distância não teria sido fácil ainda mais escapar das defesas britânicas.
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Um “SSN” estava perseguindo o NAe, mas como os argentinos estavam afastando-se cada vez mais da área de exclusão decidiu-se não ataca-lo e apenas o “General Belgrano” foi afundado naquele dia.
Nenhum SSN encontrou o 25 de Mayo. E um S2 quase afundou um SSN com cargas de profundidade.
O “Splendid” o encontrou ao menos há vários relatos sobre isso e também há negativas do lado britânico quanto a um SSN quase ser afundado, por outro lado os argentinos “juram” que acertaram o “Onyx” este convencional classe Oberon – similar na época aos 3 Humaitá da Marinha – mas os britânicos também negam !
Há um bom livro sobre isso: A Carrier at risk. Não fala de nenhum SSN ter sequer avistado o 25 de Mayo. Os argentinos nunca juraram ter acertado nada.
Da mesma forma que muitos argentinos acreditam que o “Invincible” foi atingido o mesmo acontece com o “Onyx” que segundo os britânicos teve a proa danificada ao colidir com um objeto submerso enquanto os argentinos o tem como atingido por um torpedo A/S.
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Isso não quer dizer que todo argentino acredite nisso !
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Há muito também sobre sobre a missão do “Splendid” e mesmo deliberações sobre se deveria torpedear o NAe ou não estando ainda fora da zona de exclusão.
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O livro pode ser bom, mas necessariamente não explora todas as
possibilidades.
Mestre Dalton, Os SSN, um deles captou sinais do 25 de Mayo, mas não conseguiu se aproximar e teve de evadir pois foi captado pelos S2 do Porta Aviões. O Fato é que era a missão principal deles, identificar, perseguir e afundar o 25 de Mayo….e não foram capazes disto. Não é minimamente crivel deixar de atacar o navio capital que efetivamente posicionou-se para lançar o ataque a frota britânica…está é uma história de de desinformação inglesa que afronta o bom senso…não havia marinho inglês ou espião na ponte do 25 de Mayo para saber que o ataque argentino não… Read more »
Exato. Foi assim.
Não haveria estragos porque seriam abatidos, como o foram os da Força Aérea. Poucos ataques da Força Aérea obtiveram sucesso, tais como os do afundamento do Sir Galahad e da Antílope.
imagina se fossem os aviadores navais…
Não creio Mestre Nery O fato éra que as defesas britânicas vazaram e vazavam… Não estavam aptos a defesa de ataques a baixa altura em subsonico alto….todos os ataques vazaram…com ou sem CAPS…os acertos e impactos de bombas ocorreram….provavelmente, 75% dos caças seriam abatidos 1 sobrevivente para cada 4…ou talvez até zero sobreviventes, considerando o pós evasão, mas o acerto de bombas efetivamente provou-se naquele conflito como altamente provável…. O problema era que cada avião deveria levar ao menos 3 bombas….mas levando apenas 1…a analise revelou-se naquele contexto como improvável…. Efetivamente, o improvável foi um Nae chegar na distância de… Read more »
Discordo. Houve vários impactos de bombas que não explodiram, fato. Há excelentes matérias aqui explicando o porquê isso ocorreu. Mas o número de aeronaves abatidas foi elevadíssimo. Todos os ataques foram realizados acima de 500kt. Até pelo medo do piloto, que acelerava o avião! Os Dagger chegaram a romper a barreira do som após os ataques. Como exemplo, no ataque ao Invincible, de quatro aeronaves A-4, só uma sobreviveu.
Ok, mas a bomba perfumaria o casco ou não? Se iria explodir, são outros 500….a defesa britânica era um balde furado de vazamentos e assim, o ataque seria válido…muito provavelmente… Da mesma forma, como na lenda que 1 dos skyhawks teriam acertado o invencible….pode ser que sim, pode ser que não… mas a probabilidade era razoavelmente alta…e dentro do mito que a Marinha tinha a regulagem melhor das bombas… Cita-se, que já ao término da guerra, um dos 4 A4 teria acertado o Invencible, e que teria ocorrido conforme registros, uma redução muito acentuada de operações aéreas britânicas após isto… Read more »
O problema é esses caças argentinos passarem pelos Harrier’s e seus Sidewinder’s…
Se bem que, pela falta de aeronaves de alerta antecipado dos ingleses, talvez ( um grande “talvez” ) os argentinos tivessem pego os britânicos com calças nas mãos.
E passaram sempre pelos Harriers…apesar de perdas….sempre passaram
Não fez diferença alguma porque em 1982 já era pra lá de defasado.
E, diferente da força aérea argentina, esses caras sabiam como lançar as bombas no tempo certo. A chance de erro, como vimos várias vezes no GT estacionado nas Faklands seria muito menor.
Quem disse que o aviador naval era melhor no bombardeio? Tem fonte?
Acho que a referencia da lenda das picuinhas entre marinha e força aérea, em que a Marinha sabia ajustar melhor as espoletas das bombas…vai saber…
O 25 de maio como o Minas Gerais, ja estava velho e cansado, não tinha mais o que fazer🤷♂️
Ainda assim o A11 teve mais períodos de manutenção e conseguiu um pouco mais de sobrevida que o 25 de maio.
Ainda servindo no “Bruxo” (D26), fiz uma comissão (Fraterno) e vi ele atracando em Puerto Belgrano 👍
Eu embarquei em junho de 1984 no saudoso Contratorpedeiro Espírito Santo D38 e em ago1984 tive o privilégio de ir a bordo e conhecer o ARA 25 de Mayo já desativado no porto de Buenos Aires, e outros navios da Armada Argentina como o ARA Drumond, também conheci o Adido Naval e a Casa Rosada. Em fev1995 eu embarquei no saudoso Porta-aviões Minas Gerais A11 e de fev1995 e jul1997 fizemos várias operações aéreas com os Argentinos e Uruguaios, dessa forma atracamos muitas vezes nos Portos de Montevideu e Puerto Belgrano na Argentina. Em jun1996 fizemos a melhor viagem…Porta-aviões Minas… Read more »
Sei do problema do vento… mas se tivesse vento , o ataque não poderia ser tentado pelos Super Étendard?
Os Super Étendard ainda estavam sendo recebidos. Dos 14, só cinco haviam chegado.
Não deu tempo de treinar nada a bordo do navio.
Planejamento zero.
1980, eu usava calças curtas neste período.
Minha vida era jogar bola, soltar pipa, jogar bolinha de gude, estudar, e brincar.
Como o tempo passa.
Em 1980 eu ainda estava no saco do meu finado pai, que nos deixou ano passado.
Em maio de 1982, época da Guerra das Malvinas ou Falklands, eu estava tomando leite de mamadeira, completando no mesmo mês da guerra meu 1º ano de idade.
Sim o tempo passa, farei 43 mês que vem.
Gracias ao Sr Alexandre Galante por sempre que fazem uma matéria sobre a “Operación Rosário” escrever com respeito e ater-se aos fatos.
A Argentina teria feito melhor se tivesse usado a grana dessa lata velha e de sua ala aérea, mantendo em dia a manutenção de seus submarinos e de seus torpedos, e adquirido mais Exocet’s.
Mas enfim, como dizem, o resto é história…
Hoje sabemos que a Argentina cometeu muitos erros, a maioria por incompetência. Faltou planejamento e coordenação. Faltou preparação e treinamento.
Foi uma operação improvisada que resultou em um enorme prejuízo em vidas, diplomacia e recursos
A única coisa que a Argentina aproveitou foi o fim do regime militar, que de tão desastroso, permitiu o julgamento e a prisão de generais criminosos.
“Hoje sabemos que a Argentina cometeu muitos erros, a maioria por incompetência”
Os argentinos invadiram as Falkland’s baseados em premissas totalmente erradas e totalmente deslocadas da realidade e época daquele conflito.
Todo o resto foi apenas consequência e efeito cascata disso.
A junta militar argentina conseguiu, sem querer, escrever um manual do que NÃO deve ser feito….
PY3to, na época dessa guerra o Supe emendar operava a partir de terra, só veio a operar no 26 de Mayo tempos depois, porque o navio não estava preparado para operar com ele.
Correção Sepe etendar.
Correção 25 de Mayo.
Na internet tem uma entrevista com o comandante da época do NAer. Essa história do vento ele nega, falou que é lenda. Não havia ordem para fazer o ataque e ele respeito. Naquela noite era possível, no dia seguinte tudo tinha mudado, palavras dele. Procurem na internet.
Vale até mentir afirmando que o vento naquela latitude era quase zero só pra não cumprir a missão de ataque a frota britânica na guerra das Malvinas! O Capitão do Ara 25 de Mayo deveria ser preso pelo Oficial Imediato que devia assumir o comando e cumprir a missão!! Muito foi sacrificado pra deixar um capitão covarde estragar tudo, aliás como estragou né!!
Bom, pra dizer se a história do vento é mentira, precisaríamos de alguém lá com um anemômetro. Os que tinham estavam a bordo do navio.
Interessante que o relato dele contradiz de forma total ao relato do coleguinha acima hehehehe
Vai saber qual dos dois está certo, ou mesmo se ambos estão? Eu não vi a tal entrevista com o CO do 25 de Mayo, então não posso dizer.
Achei interessante a pintura diferente em um dos S-2’s na primeira foto.
Fiquei curioso e o que encontrei foi:
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misiones de exploración en aguas restringidas, control de tráfico marítimo y reconocimiento armado de zona. Para estas operaciones fue pintado con esquema de camuflaje marrón con manchas irregulares verdes, con marcas de identificación mínimas.
Interessante, pela descrição parece um esquema parecido com o SEA.
Nunca tinha visto um S-2 em esquema assim. Cheguei até à ver Intruders da USN assim, mas nunca um S-2 e muito menos Argentino.
Obrigado pela info, Dalton
Se os A-4 tivessem conseguido descolar e voar a rasar o mar, teriam sido descobertos pelos radares da frota britânica a uns 60-80 km de distância. Em mar aberto, não teriam obstáculos para os esconder dos radares, como por exemplo na Baía de San Carlos, onde atacavam praticamente de surpresa.
Isso daria vários minutos de tempo de reação aos britânicos, para disparar os Sea Dart, Sea Wolf e Sea Cat à medida que os A-4 estivessem no seu alcance. Provavelmente a maior parte dos A-4 teriam sido abatidos antes de poderem atacar.
Interessante este argumento dos obstaculos naturais que atrapalham o rastreio dos radares. Agora em alguns ataques contra a frota, não havia nada que atrapalhasse os radares que por sua vez lograram exito. 1-ocorreu um ataque, só que o navio do lado estava realizando comunicação com outro e isto o impossibilitou de se defender( desculpa mas estou escrevendo de cabeça não lembro os nomes dos navios nem que tipo ou com quem o navio estava em contato). 2-Um par de navios, uma type 22 e uma type 44 estavam navegando próximas e na hora que uma foi lançar o míssil a… Read more »
Na ocasião 1 foi o HMS Sheffield, atacado por Super Etendards com Exocet. Na ocasião 2 foram as HMS Coventry e HMS Broadsword. Ambas foram atacadas por dois pares de A-4’s com bombas burras. A Broadsword era responsável pela interceptação mais próxima com os Sea Wolf, mas perdeu o lock radar no ground clutter das ilhas atrás dos A-4 e foi atingida por uma bomba que bateu na água, passou por dentro do navio saindo pelo convôo, destruindo o nariz de um Lynx que estava pousado e foi explodir na água do outro lado do navio. A Broadsword passou então… Read more »
Abaixo do horizonte radar….o horizonte radar é de 38 km mais ou menos….
Britânicos não tinham AEW….o ataque chegaria em poucos minutos….cerca de 90 segundos a 3 minutos apenas de tempo de reação….
Belas imagens do 25 de Mayo. Para um argentino, o sentimento deve ser o mesmo que de um brasileiro relação ao seu Minas Gerais.