HMS Spartan - S105

27 de abril de 1982. Relatório da Inteligência indica que o submarino ARA San Luis da Armada Argentina ruma à área MARIA, ao norte das Ilhas Falklands/Malvinas.

Durante a guerra, as comunicações da Armada Argentina eram interceptadas e decodificadas regularmente pela inteligência britânica no GCHQ – Government Communications Headquarters, pois as máquinas Crypto AG empregadas pelos militares argentinos não eram seguras. Os britânicos conseguiram quebrar as chaves de criptografia da Argentina com a ajuda da National Security Agency (NSA) dos EUA.

O GCHQ sabia da movimentação dos submarinos argentinos no teatro de operações, inclusive os nomes das áreas em que o submarino ARA San Luis operava. O submarino nuclear e posteriormente fragatas e helicópteros, foram enviados para caçar e destruir o submarino argentino.

ARA San Luis

Apesar da boa inteligência inicial, o Spartan não conseguiu encontrar o pequeno e silencioso submarino argentino Type 209/1200. O sistema de sonar do submarino nuclear britânico tinha sido projetado para enfrentar os ruidosos submarinos nucleares soviéticos, mas não os modernos submarinos convencionais de projeto alemão.

A busca infrutífera

O objetivo era interceptar o submarino argentino, antes de sua chegada na área MARIA, que apresentava profundidade inadequada para a operação segura de um grande submarino nuclear como o HMS Spartan.

Bem cedo, no dia 28 de abril, o submarino britânico estava em patrulha antissubmarino (ASW), procurando ao longo da provável rota inimiga com o dedo no gatilho. O estado do mar do sonar era 4, o que dava cobertura ao ruído irradiado do Spartan, mas reduzia o provável alcance de detecção inicial. Sem contato.

Com base nos registros da movimentação do ARA San Luis e do HMS Spartan, verifica-se que eles passaram bem próximos um do outro

O submarino argentino passou perto do Spartan por volta do meio-dia. Ambas as equipes de sonar não sabiam que o inimigo estava por perto, mesmo quando o San Luis estava usando o snorkel de 12h35 a 14h10 (cancelando a manobra do submarino argentino quando seu equipamento ESM capturou emissão de radar de banda X).

O alcance de detecção do sonar não era bom para um Type 209 usando motores principais, especialmente considerando que o Spartan não tinha um sonar rebocado “a tentativa de interceptação de um submarino Type 209 foi prejudicada por atividade biológica elevada, apesar de evitar propositalmente a plataforma da ilha… os alcances de detecção previstos eram inferiores a 1.000 jardas”

No dia seguinte, o Spartan continuou a patrulha, avistando dois navios de pesca e um provável navio-fábrica soviético. Mas logo depois foi transferido para lidar com o Carrier Battle Group argentino, encerrando a busca infrutífera pelo San Luis.

Áreas de patrulha do ARA San Luis

A história completa

A história da caçada ao ARA San Luis é contada com detalhes no excelente livro “Go find him and bring me back his hat”, do estudioso argentino Mariano Sciaroni e o britânico Andy Smith. A obra traz informações inéditas sobre as operações para caçar o submarino argentino ARA San Luis durante a Guerra das Malvinas/Falklands em 1982, os equipamentos usados pelos dois lados e relatos de militares envolvidos. Para concluir a obra, os autores tiveram acesso a muitos documentos desclassificados pelos britânicos através da Lei de Liberdade de Informações. Clique na imagem do livro para comprá-lo na Amazon.

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