Sistema de armas Typhon dos EUA nas Filipinas preocupa China
A China expressou sérias preocupações com o posicionamento do Sistema de Armas Typhon pelos Estados Unidos nas Filipinas, que ocorreu durante exercícios militares conjuntos no mês passado. Esse movimento vem em um momento de tensões escaladas no Mar do Sul da China, uma região onde as Filipinas e a China tiveram várias confrontações recentes. O posicionamento marca a primeira instância de tal tecnologia militar avançada sendo estacionada nas Filipinas pelos EUA, especialmente significativa considerando as capacidades do sistema, que incluem o lançamento de mísseis de cruzeiro Tomahawk e mísseis antiaéreos SM-6.
Durante discussões em Jacarta com nações do Sudeste Asiático, o Vice-Ministro das Relações Exteriores da China, Sun Weidong, expressou fortes objeções ao posicionamento, rotulando-o como uma ameaça significativa à segurança e estabilidade regional. Sun destacou que esse ato poderia potencialmente levar a confrontos militares aumentados, reminiscentes das tensões da Guerra Fria. Ele também criticou o potencial papel das nações regionais sendo reduzidas a ferramentas de hegemonia estrangeira, apontando especificamente para as influências dos EUA.
As implicações estratégicas do posicionamento são profundas, dado a proximidade das Filipinas com regiões críticas. O Sistema de Armas Typhon, projetado pela Lockheed Martin e introduzido pela primeira vez pelo Exército dos EUA em 2017, inclui capacidades que são preocupantes para a China. Os mísseis SM-6 do sistema têm alcance de até 370 km, enquanto os mísseis de cruzeiro podem alcançar até 2.500 km, colocando efetivamente interesses significativos da China dentro da distância potencial de ataque.
Notavelmente, o posicionamento das forças dos EUA inclui locais que estão aproximadamente a 500 km de Taiwan, um ponto importante de controvérsia e potencial ponto de conflito nas relações EUA-China. Essa proximidade fornece aos EUA uma vantagem estratégica em termos de capacidade de resposta rápida no caso de conflitos regionais ou escalada envolvendo Taiwan.
O contexto geopolítico desse posicionamento é sublinhado pela estratégia mais ampla dos EUA de reforçar sua posição na Ásia por meio de alianças e parcerias militares. Isso inclui a expansão do acesso a bases militares filipinas, o que não apenas facilita uma presença militar americana maior, mas também serve como contrapeso às manobras assertivas da China no Mar do Sul da China, particularmente ao redor do disputado arquipélago de Spratly.
Essa escalada ocorre em um momento em que os EUA se retiraram do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, uma movimentação que permitiu que desenvolvessem e posicionassem sistemas de mísseis como o Typhon mais livremente na região do Indo-Pacífico. O tratado, originalmente assinado com a União Soviética, havia proibido o desenvolvimento e posicionamento de mísseis de alcance intermediário e curto, limitando anteriormente a capacidade dos EUA de estacionar tais sistemas de armas perto da China.
Em resposta a esses desenvolvimentos, a China e a ASEAN concordaram em fortalecer a cooperação em várias questões não militares, refletindo um desejo de manter a estabilidade regional apesar das tensões militares. Essas discussões também enfatizam a crescente influência econômica da China no Sudeste Asiático, como destacado pelas negociações em andamento para atualizar o acordo de livre-comércio China-ASEAN.
FONTE: South China Morning Post / MAPA: @Rybar