Guerra das Falklands/Malvinas: jatos Nimrod MR.2 da RAF com mísseis AIM-9L para enfrentar os Boeing 707 da FAA
Durante a Guerra das Falklands/Malvinas de 1982, a Real Força Aérea Britânica (RAF) destacou seus jatos de patrulha marítima Nimrod MR.2 para operações essenciais no Atlântico Sul. Esses aviões desempenharam um papel vital na guerra, realizando missões de reconhecimento, patrulha marítima e busca e salvamento.
Os Nimrod MR.2 eram originalmente projetados para funções de vigilância e guerra antissubmarino, equipados com sensores avançados e capacidade de detectar e monitorar submarinos inimigos.
No contexto da Guerra das Falklands/Malvinas, sua missão primária era tentar encontrar o submarino argentino ARA San Luis, mas logo suas missões foram ampliadas para incluir a interdição de aeronaves argentinas, particularmente os Boeing 707 da Força Aérea Argentina, que realizavam missões de reconhecimento sobre as forças britânicas.
Para aumentar sua capacidade defensiva e ofensiva, os Nimrod MR.2 foram adaptados de maneira incomum para um avião de patrulha marítima: receberam mísseis ar-ar AIM-9L Sidewinder. Esses mísseis, normalmente usados por caças para combate aéreo, foram integrados aos Nimrods para que eles pudessem engajar aeronaves inimigas, caso encontrassem os Boeing 707 argentinos durante suas operações.
Essa adaptação foi uma medida pragmática diante das circunstâncias da guerra, demonstrando a flexibilidade e a inovação das forças britânicas. Os Nimrods, com os Sidewinders a bordo, patrulhavam extensas áreas do Atlântico Sul, garantindo a segurança das forças navais britânicas e tentando interceptar qualquer tentativa argentina de monitorar ou atacar as operações britânicas.
Embora não haja registro de um Nimrod ter disparado um Sidewinder durante o conflito, a presença desses mísseis aumentou significativamente a capacidade de defesa dos Nimrods, proporcionando uma camada adicional de segurança contra possíveis ameaças aéreas. A operação dos Nimrod MR.2 na Guerra das Falklands/Malvinas exemplifica a capacidade de adaptação e a eficiência operacional da RAF em situações de conflito.
Os Boeing 707 da Força Aérea Argentina receberam equipamentos específicos ou foram usados utilizando equipamentos normais de voo e/ou contato visual?
Os 707 da FAA possuíam equipamentos MAGE (Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica), para levantamento e gravação de sinais. Não sei se à época do conflito já os possuíam. Nos anos 90 vinham aqui nos incomodar, levantando as frequências dos nossos radares do CINDACTA 2. Foi interceptado pelos nossos F-5, do 1°/14° e do 1° GAVCa, em algumas oportunidades. Inclusive, dentro do nosso espaço aéreo.
“Levantar frequencia” quer dizer procurar por elas?
Saber quais eram. Com qual frequência o radar opera, e qual a FRP e largura de pulso.
Cel. aproveitando o contexto das ultimas frases, li um comentário – só não lembro onde – que em exercícios d revo e vindos das Malvinas, os Typhoon ingleses, vez ou outra, testam nossa defesa aérea no sul, com o pessoal do 14 tendo de fazer surtidas é “vero”? Tens conhecimento?
Sérgio, não tenho conhecimento sobre esse comentário, mas se olhar o mapa que foi publicado na matéria sobre o possível ataque dos Buccaneers, vai ver que as Falklands ficam bem longe do território Brasileiro. Acredito que bem além do alcance mesmo dos Typhoon. É possível que sejam reabastecidos no ar, claro, mas fazer toda essa operação só para testar nossa defesa? Não me parece fazer muito sentido.
Eu vi um documentario ma vez que depois da querra e nos ultimos anos as Falklands se fortificaram muito e tem tudo que se imagina em matéria de armamento de pronto emprego e os militares britanicos todos fazem rotacão por la. Algo similar ocorre na Guiana francesa em menor escala.
Imediatamente após a Guerra, o aeroporto/base aérea em Port Stanley recebeu melhorias e foi transformado em uma base grande, com pista maior, pronta para receber aeronaves maiores mesmo.
Mas a rotação de militares nas ilhas ocorria desde antes da Guerra, só que agora em escala maior. Há uma presença, acho que permanente, de pelo menos 4 aeronaves de combate lá. Antes eram Phantoms, mas agora são Typhoons. Acho que Tornados já passaram por lá também, mas não tenho certeza.
As Falklands eram defendidas por um destacamento de 11 homens.
Por coincidência de datas, os argentinos conseguiram os atacar na época da troca da guarda, ou seja, tinham 22 Royal Marines na ilha.
Eles derrubaram e danificaram helicópteros e por muito, muito pouco, não deram um enorme prejuízo em uma corveta (se não me falha a memória).
Um tiro de Carl Gustaf que pegaria na linha d’água, acertou uma onda e subiu, ficando entalado entre 2 Exocet.
Há pouco tempo, a guarnição na ilha era de 4 caças e 1.000 RM.
Uma pequena correção João. As Georgias do Sul é que foram defendidas por 22 homens, nas Falklands havia 68 fuzileiros navais
de resto você está certo, havia no total um número maior de fuzileiros
pela “troca de guarda”.
Desconheço.
Cel.
lembrei onde ouvi o relato, mas teria q ouvir todos – menos o do Sr. já descartado kkk – no ” Fox 3 kill podcast ” em um dos vários relatos históricos registrado pelo JP. Pesquisando ainda.
Obrigado coronel, por mais informações de bastidores que só ficamos sabendo por meio de personagens que participaram e viveram os eventos.
Já ouvi falar que de vez em quando também nos perdíamos em território argentino
Nunca houve isso.
Diferentemente de 2 de abril de 1982, quando a ditadura argentina ordenou a invasão das Ilhas Malvinas, hoje há forte presença militar britânica no arquipélago. O número exato de militares na Base de Mount Pleasant, onde fica o aeroporto internacional, não é revelado oficialmente. Mas moradores dizem que igualaria o da população civil e ficaria em torno de 3.500, alguns falam em 5.000. É mais fácil ver militares do que civis pelas estradas e à noite eles marcam presença nos poucos pubs e restaurantes. 60 nacionalidades: Falklands, Malvinas para os argentinos, viram paraíso gelado de prosperidade quatro décadas após guerra… Read more »
Materia de 2009 quando a Argentina falou em trocar suas aeronaves! Ministério da Defesa britânico pretende instalar nas Falklands um novo sistema de gerenciamento de combate, incluindo dispositivos de comando, controle, comunicações e novos mísseis e radares. Hoje, as forças britânicas nas ilhas contam com aproximadamente 1.200 soldados, 4 caças Typhoon Eurofighters nas Ilhas Falkland desde 2009, baterias antiaéreas equipadas com mísseis Rapier e barcos de patrulha. No último ano fiscal, Londres gastou 63 milhões de libras para a sua manutenção. Londres estaria também, estudando a possibilidade de instalar os elementos do FLAADS (L), sucessor do Rapier, nas Falklands. Um… Read more »
Após a guerra de 1982, o principal investimento britânico na área foi a construção da Base Aérea de Mount Pleasant, operacional desde 1985. Em geral, o contingente estacionado ali inclui quatro caças Eurofighter Typhoon FGR4, um reabastecedor Voyager KC2 e um A400M Atlas, além de helicópteros para missões utilitárias e de busca e salvamento. Também há uma companhia de infantaria do Exército e, quase sempre, pelo menos um navio de patrulha da Royal Navy.
Eu não sei se em 1982 os 707 já tinham equipamentos ELINT instalados. Mas em meados da década de 80, possuíam equipamentos de guerra eletrônica fornecidos por Israel, e fizeram alguns voos em território brasileiro para coleta de informações dos radares do CINDACTA.
Postei sobre isso mas está preso.
AVISO DOS EDITORES: O COMENTÁRIO JÁ FOI LIBERADO.
Eu acho o Nimrod uma aeronave bonita, assim como seus “compatriotas” Handley Page Victor e Sea Vixen…
Eu acho o Sea Vixen bonito pra cacete. Obrigado por postar a foto!
Sobre este caça, se me permitem? :
https://forcaaerea.com.br/adeus-ao-ultimo-sea-vixen-em-condicoes-de-voo/
Aguardando o novo pau que vão tomar caso o maluco do Milei tente tomar a ilha.
Milei é um falastrão, mas não vai entrar em conflito pois as forças de segurança militares da Argentina atuais estão muito abaixo do Reino Unido, decairam muito em relação ao ano de 1982.
Mais uma “novidade” dos britânicos em matéria de engenho e arte militar – se a informação for verdadeira… Realmente, não tem como subestimar a expertise que eles possuem, mesmo já passado tanto tempo de seus dias de glória.
Os EUA forneceram esse modelo de Sidewinder L durante a guerra, das Malvinas para os Ingleses, incrivelmente nenhum país sul americano foi permitido operar esse modelo até os dias atuais! Americanos “muy amigos “
Aham, claro…
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Corta para a Argentina, voando caça armado com AIM-9L/M a mais de duas décadas.
Jonathan, “até os dias atuais” é um exagero.
A própria Argentina recebeu, há uns 20 anos, mísseis AIM-9L/M para seus jatos A-4AR.
Os A-4 da MB recebidos do Kuwait, tinham no seu pacote mísseis AIM-9L, porém estes já não se encontram operacionais.
No FX-2, foi disponibilizado o AIM-9M para o Super Hornet, e o míssil BVR era o AIM-120 C7, na época a variante mais avançado no mercado.
O papel desta aeronave foi fundamental durante a guerra; discuto isso em meu livro “A Guerra das Ilhas Falklands/Malvinas – Quatro décadas de um conflito que ainda não chegou ao fim” lançado ano passado pela Dialética.
Experiência em combate, essa é o principal diferença em uma força especializada em paradas militares versus uma força especializada em guerra real