A BAE Systems Australia iniciou a construção das primeiras fragatas antissubmarino da classe Hunter no Estaleiro Naval de Osborne, na Austrália do Sul, em 21 de junho. Junto com isso, a empresa assinou um contrato de produção com a Commonwealth da Austrália para o primeiro lote de três navios. A cerimônia de corte do aço contou com a presença do Premier da Austrália do Sul, Peter Maklinauskas, e marcou o início da estruturação do sistema de freio do eixo do propulsor de bombordo.

O primeiro navio, HMAS Hunter, está previsto para ser concluído em 2032 e se tornar totalmente operacional até 2034. Segundo Ben Hudson, CEO da BAE Systems Australia, o Hunter será um dos navios de guerra antissubmarino mais tecnologicamente avançados do mundo, com uma baía de missão modular que permite uma ampla gama de missões. O projeto inicial previa nove navios, mas uma revisão do governo australiano reduziu esse número para seis.

Essa revisão, conduzida pelo ex-vice-almirante da Marinha dos EUA, William Hilarides, destacou a inadequação dos 32 sistemas de lançamento vertical (VLS) inicialmente previstos no design das fragatas Hunter. Em resposta, a BAE Systems Australia propôs uma variante com 96 células VLS, sacrificando equipamentos antissubmarino de alto nível. No entanto, a recomendação final do governo foi reduzir o número de fragatas Hunter e complementar a frota com 11 novas fragatas de uso geral para substituir os navios da classe Anzac.

O Vice-Almirante Mark Hammond explicou que a decisão de adquirir navios menores e cancelar a atualização dos Anzac deve-se ao tempo reduzido de aviso estratégico que a Austrália enfrenta. Ele destacou a necessidade de priorizar a velocidade na obtenção de novas capacidades e evitar prolongar a vida da atual frota de fragatas. Substituir os navios da classe Anzac por fragatas de uso geral permitirá uma força de trabalho de fragatas mais eficiente até a década de 2040.

Hammond também mencionou que a futura frota incluirá 11 fragatas de uso geral e nove navios de guerra de primeira linha, que consistirão em seis fragatas Hunter e três destróieres da classe Hobart. Esta configuração proporcionará uma capacidade ofensiva e defensiva melhorada, permitindo à Austrália manter sua conectividade econômica global e segurança marítima.

Craig Lockhart, diretor administrativo da divisão marítima da BAE Systems Australia, afirmou que a empresa está preparada para um trabalho significativo com a construção de seis navios, garantindo décadas de produção em Osborne. Ele ressaltou o desenvolvimento contínuo da força de trabalho, a base de habilidades e conhecimentos e a cadeia de suprimentos local para sustentar a construção de navios de guerra complexos no país.

A construção das fragatas da classe Hunter representa um investimento histórico na modernização da frota de superfície da Marinha Real Australiana. Com tecnologia de ponta, esses navios fortalecerão significativamente as capacidades navais da Austrália, tanto em defesa antissubmarino quanto em operações de combate geral, garantindo a proteção e a soberania marítima do país nas próximas décadas.

FONTE: Defense News

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Wagner Figueiredo

8 anos pra conclusão?!?! Eita…mas são lindos!!! Já já nego falando pra MB comprar os navios usados deles…rsrsrs

Dalton

Mês passado foi retirada de serviço a “Anzac” com 28 anos, para 2026 está prevista a baixa da “Arunta” e possivelmente uma terceira a “Warramunga” dará baixa antes da primeira das 11 fragatas de uso geral entrar em serviço ou seja à marinha australiana terá sua força de combatentes de superfície reduzida a 8 unidades para gradualmente retornar a 11 unidades e então superar essa marca ao longo da próxima década.

Augusto José de Souza

ANZAC já saiu de serviço? Não fiquei sabendo.

Dalton

Daí o motivo de ter incluído a baixa dela em meu comentário, fica difícil acompanhar tudo o que sai na mídia até por conta de todos termos outros interesses também.

Augusto José de Souza

Será que é possível a MB pegar usado ou acabou a era dos navios tampões?

paulop

11 fragatas de emprego geral
9 navios de linha(fragatas e contratorpedeiros) de alta capacidade.
Parabéns Austrália. Brevemente terá uma frota nova e equilibrada.
Associados aos 2 LHD e aos futuros SubNucl, talvez será a Marinha melhor armada do hemisfério sul.
Abraço.

Augusto José de Souza

A MB pode defender essa posição comprando mais fragatas Tamandaré e submarinos Riachuelo e provavelmente submarinos nucleares já que o nosso está bem mais adiantado.

ChinEs

No nosso programa só falta as fragatas do PROSUPER, já temos quase os mesmos componentes da Austália, temos em mente 21 submarinos ( 6 SSN Alvaro Alberto + 15 SSK Riachuelo), 30 Navios de Superfice (12 Fragatas Pesadas de 7000 Toneladas + 18 Fragatas Leves da classe Tamandaré) , 2 NAEs de 50000 Toneladas, 4 NAM de 24500 Toneladas (Talvez a classe Mistral da França), além de dominarmos todo o ciclo do combústivel nuclear, a Austrália depende inteiramente dos EUA e Reino Unido no acordo do AUKUS, o Brasil é bem mais independente.

Dalton

Não há problema algum da Austrália ser mais dependente quanto a submarinos
de propulsão nuclear, o Brasil sim, precisa dessa ” independência ” mas de resto acho que você está sendo muito otimista.

Samuel

Ou seja, falta tudo.

Wellington R. Soares

Acorda pra vida meu amigo, 21 submarinos, 30 fragatas, 2 NAE e 4 NAM ?
Você tem dimensão dessa força?

Na boa, conhecendo a MB, não vamos passar de 8 Tamandarés, vamos ficar nos 4 Scorpenes e teremos apenas um SubNuc.

Mal conseguimos tirar do papel uma dúzia de patrulhas 500Tons e o cidadão vem falar que teremos uma marinha superior a do Japão, Reino Unido, França, etc..

Bom começar a semana com humor, mas não precisa exagerar tanto na piada =)

Last edited 16 horas atrás by Wellington R. Soares
Dalton

Não é bem assim Augusto, à Austrália já tem 3 combatentes da classe Hobart que são otimizados para defesa AA de área, terão o sistema Aegis atualizado que os capacitará inclusive para defesa contra mísseis balísticos e as novas 6 fragatas deslocarão mais que o dobro de uma “Tamandaré” com as restantes menores mas ainda assim com deslocamento igual ou ligeiramente superior. . Quanto a submarinos de propulsão nuclear o Brasil não pode depender de “outros” mas para à Austrália que encontra-se em um nível de parceria com os EUA e R.U. em um patamar muito mais elevado não há… Read more »

Samuel

Talvez? Já é.

Fabio

O primeiro em 2032, e ainda reclamam da Tamandaré, 5 anos desde a assinatura do contrato.