O USS Gyatt (DD-712/DDG-1) tem um lugar especial na história naval dos Estados Unidos, sendo reconhecido como o primeiro destróier de mísseis guiados da U.S. Navy. O USS Gyatt representa um marco significativo na evolução da guerra naval moderna. Lançado em 1944, o destróier da classe “Gearing” foi comissionado em 1945 e não chegou a combater na Segunda Guerra Mundial.

Conversão para DDG

O Gyatt entrou no Estaleiro Naval de Boston em 26 de setembro de 1955 e foi descomissionado em 31 de outubro para ser convertido no primeiro destróier de mísseis guiados do mundo. Além dos lançadores duplos de mísseis guiados Terrier, ele foi equipado com o primeiro sistema de estabilização Denny-Brown da Marinha.

O sistema consistia em duas aletas retráteis de 4 metros quadrados que se estendiam do meio do navio, abaixo da linha d’água, ajudando a equilibrar o navio após os lançamentos de mísseis.

O Convair RIM-2 Terrier era um míssil naval superfície-ar (SAM) de médio alcance, de dois estágios, e um dos primeiros SAMs a equipar navios da Marinha dos Estados Unidos. Ele passou por atualizações significativas durante seu serviço, começando com um sistema de orientação por feixe com um alcance de 10 milhas náuticas (19 km) e uma velocidade de Mach 1.8, e terminando como um sistema de radar semiativo (SARH) com um alcance de 40 milhas náuticas (74 km) a velocidades de até Mach 3. Ele foi substituído em serviço pelo RIM-67 Standard ER (SM-1ER).

Seu indicativo visual foi alterado para DDG-712 em 1º de dezembro de 1956. O Gyatt foi recomissionado dois dias depois.

O novo navio de mísseis guiados passou quase 3 anos em trabalhos de avaliação e desenvolvimento ao longo da costa atlântica. Em 23 de maio de 1957, seu indicativo visual foi alterado para DDG-1 em reconhecimento à sua posição inovadora. Ele partiu para se juntar à 6ª Frota em 28 de janeiro de 1960, tornando-se o primeiro destróier de mísseis guiados a ser destacado para uma frota no exterior. Quando retornou a Charleston, seu novo porto base, em 31 de agosto, o Gyatt já havia participado de operações de prontidão e treinamento de frota em todo o Mediterrâneo.

Conversão para DD

O Gyatt entrou no Estaleiro Naval de Charleston em 29 de junho de 1962 para ser reequipado para serviço com a Força de Teste e Avaliação Operacional. Seus sistemas de mísseis foram removidos, e equipamentos que precisavam de testes a bordo foram instalados. Sua classificação foi alterada de DDG-1 de volta para o indicativo visual de destróier convencional DD-712 em 1º de outubro de 1962.

O trabalho foi concluído em 1º de janeiro de 1963, quando o Gyatt chegou a Norfolk para operar com sua nova força. Nos anos seguintes, ele operou a partir do porto testando “novos equipamentos e ajudando a melhorar a eficiência e modernidade da Marinha” ao longo da Costa Leste dos EUA e do Caribe. Além de seu trabalho experimental, ele também auxiliou outros navios em missões de patrulha e guerra antissubmarino.

O USS Gyatt (DD-712) em 1966, atuando como navio de testes

Afundamento

O Gyatt foi transferido para a frota de reserva e mudou seu porto base para Washington, D.C., em 1968. Após ser retirado de serviço em 22 de outubro de 1969, o Gyatt foi afundado como alvo ao largo da costa da Virgínia em 11 de junho de 1970.

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Alex Barreto Cypriano

Que barato! Olha só: demorou aproximadamente dez anos pra se tornar DDG-1 (não 10 ou 100 ou 1000, mas simplesmente 1) e mais uns quinze (dos quais apenas cinco anos como DDG-1) pra ser despachado às profundezas, uns vinte e cinco anos de vida útil. Sinal da dinâmica da Guerra Fria. Hoje, tomam por certo que navio tem que durar 30-50 anos. Dirão que é porque ficaram mais complexos e caros; ou será que ficaram mais complexos e caros pra poderem durar mais?… Houve um tempo no fim do XX que se buscou por navios simples e baratos pra fazer… Read more »

Dalton

Muitos outros navios da “Guerra Fria” duraram mais que 25 anos Alex e não fosse pelo fim da URSS teriam durado ainda mais a serviço da US Navy, não é de agora que lá navios devem servir por 30 anos ou mais. . O “Gyatt” , um classe Gearing projetado durante a II Guerra não atendia os desafios representados pela URSS e funcionou mais como um navio experimental enquanto outros Gearing notadamente os 2 que serviram à marinha brasileira duraram mais de 50 anos. . E pela enésima vez, o “LCS” foi desenvolvido em uma época que os EUA não… Read more »

Burgos

Corretíssimo Dalton;
Atentar também que esse USS Gyatt não passou pela modernização como os que vieram para MB (não me lembro da sigla em inglês dessa modernização ) e foi muito usado para testes como desenvolvimento do projeto de lançadores e misseis.
Então o seu ciclo operacional se encerrou mais cedo.
Obs: Servi como MN e CB no D 26 “O Bruxo” CT Mariz e Barros, no qual vai dar nome a ultimas da FCTs, no total de 6A e 10M

Alex Barreto Cypriano

Mestre Burgos, sem entrar no seu julgamento sobre o curto tempo de vida útil do DD-712, que me parece, de resto, corretíssimo, aponto que a brevidade do significativo vaso disparou minha imaginação a inverter o fundamento do produto, da prolongada permanência com ciclos de manutenção/atualização pra uma permanência curta sem manutenções/atualizações, como vemos em todos os produtos industrializados – a obsolescência programada. Claro que o produto navio precisaria ser inteiramente repensado (usando outros materiais com novas técnicas) pra atingir este novo modo de consumação que garante mais encomendas ao estaleiro e aos fornecedores (dos sistemas básicos -como propulsão, elétrica, hidráulica,… Read more »

Dalton

A sigla é “FRAM” Burgos para Reabilitação e Modernização da Frota, os 2
“Gearing” incluindo o seu “Bruxo” passaram pelo FRAM I mais complexo enquanto os Allen M Sumner como o “Sergipe” que tive oportunidade de
visitar passaram pelo menos complexo FRAM II.

Burgos

Isso 👏
Inclusive essa FRAM I aumentou os Gearing em alguns metros, não tinha Hangar e convoo e paiol do Asroc e foi para poder Instalar o Lançador do Asroc entre os chaminés da B#1 e B#3.
Como também a retirada da T 52 e instalação de lançadores MK 32 de torpedos e mais um CME logo atrás do chaminé da B#3.
Talvez foi a modernização mais radical digamos assim de um Classe P na época.
SDs

Dalton

Será que você não confundiu o fato do “Gearing” ser alguns metros mais comprido que um “Sumner”, porque não houve aumento no comprimento após o “FRAM”.
.
Ambos FRAM I e II introduziram o hangar e um pequeno convés de voo, no caso do “Bruxo” justamente o comprimento maior permitiu a instalação do lançador “ASRoc” , já os “Sumner” como o “Sergipe”
não foram assim equipados.
.
Abs

Burgos

Pode ser 🤔
Talvez eu tenha me confundido com a outra classe Allan T. Summer 👍
Mandei um link com uma foto do D 26 pra vcs verem a diferença

Last edited 3 meses atrás by Burgos
Dalton

Bela foto Burgos e não devia ser fácil pousar um “Wasp” – apesar de pequeno – naquele espaço.

Burgos

Tenho a foto do Wasp espotado no cônvoo do D 26 preciso achar e gerar um link e postar aí pra vcs.
Obs: É o 16, a mesma que tá “espetada” lá no museu do Baenspa em São Pedro da Aldeia 👍

Alex Barreto Cypriano

Mestre Dalton, não desconheço as particularidades da gênese dos LCSs e DDGs1000 as quais você se referiu com acerto e precisão indiscutíveis. Os navios foram pagos e construídos e entregues e aceitos, a USN haveria de usá-los de alguma maneira, como testemunhamos. Eu mesmo já os ‘defendi’, e ainda ‘defendo’, apesar de reconhecer seus ‘defeitos’. Mas meu ponto é outro, talvez ainda mal apreciado, mas que me parece, agora, evidente e urgente.

Dalton

E a US Navy os está usando Alex só para você ter uma ideia caso não saiba
os da versão “Independence” estão sendo desdobrados por mais de 12 meses com trocas de tripulações e os da versão “Freedom” especula-se agora que um número menor deles será retirado precocemente de serviço.
.
Em breve se terá apenas uma tripulação para cada, os da versão Independence serão otimizados para guerra de minas, mantendo boa capacidade contra alvos de superfície também, mas, não há lugar para todos nem pessoal suficiente assim mais alguns serão retirados de serviço para melhor emprego de recursos.

Piassarollo

Agora tá explicado porque a classe Charles F Adams começava com o DDG 2

GUPPY

“O Gusttavo foi transferido para a frota de reserva e mudou seu porto base para Washington, D.C., em 1968.”

Porto em Washington, D.C.?

Dalton

Sim caro Guppy, o “Washington Nayy Yard”, foi onde tive oportunidade de visitar o ex-USS Barry da classe Forrest Sherman muitos anos antes dele ir para o desmanche.

GUPPY

Obrigado, prezado Dalton.

Fui pesquisar e vi que Washington, D.C., pode ser alcançada pelo rio Potomac.

GUPPY

Gustavo, não.
Gyatt, sim.

Foi o corretor.