China realiza exercícios militares em Scarborough Shoal enquanto EUA e Filipinas treinam juntos
O Exército de Libertação Popular da China (PLA) conduziu exercícios navais e aéreos conjuntos ao redor de Scarborough Shoal no último sábado, enquanto forças dos Estados Unidos e das Filipinas realizavam manobras militares em uma das áreas mais sensíveis do Mar do Sul da China, dentro da zona econômica exclusiva (ZEE) das Filipinas. Esta é a segunda vez em dois meses que a China realiza tais exercícios simultâneos com atividades militares multilateralistas filipinas.
Horas antes dos exercícios, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu aos EUA que não “criem problemas” no Mar do Sul da China, em reunião com seu homólogo americano, Antony Blinken, em Nova York. Blinken acusou Pequim de realizar ações “perigosas e desestabilizadoras” nas águas disputadas.
Os exercícios do PLA incluíram reconhecimento, alerta antecipado e patrulhas marítimas e aéreas ao redor da Ilha Huangyan, nome chinês para Scarborough Shoal, e foram descritos como atividades de rotina para defender a soberania e segurança nacional da China. Por outro lado, as Filipinas e os EUA, junto com forças da Austrália, Japão e Nova Zelândia, realizaram exercícios cooperativos que visam reforçar a interoperabilidade e a cooperação regional.
Scarborough Shoal, reivindicada por China e Filipinas, é uma área estratégica dentro da ZEE filipina. A China controla efetivamente o território desde 2012, apesar de uma decisão favorável às Filipinas em um tribunal internacional em 2016, que Pequim rejeitou.
Nos últimos meses, tensões entre China e Filipinas têm aumentado, com várias confrontações aéreas e marítimas, incluindo um incidente recente em que um jato chinês disparou sinalizadores perigosamente próximos de uma aeronave filipina. Essas tensões aumentam o risco de envolver os EUA, aliado das Filipinas por tratado.
A intensificação das parcerias de defesa das Filipinas com os EUA e outros aliados, como Japão e Vietnã, tem provocado a ira de Pequim, que vê Washington como o principal apoio por trás das ações filipinas no Mar do Sul da China.