Marinha realiza Operação ‘MINEX 2024 Salvador’
Participaram do exercício navios, sistemas marítimos não tripulados e mergulhadores de artefatos explosivos subaquáticos
Realizar exercício de caráter estritamente militar, concernente às tarefas básicas do Poder Naval, por meio de Operações de Minagem e de Contramedidas de Minagem (CMM) do tipo caça-minas e varreduras mecânicas, a fim de aprimorar o adestramento das unidades participantes, bem como apoiar os testes operacionais de Sistemas Marítimos Não Tripulados (SMNT) em desenvolvimento na Marinha do Brasil (MB). Essa foi a missão constante da Operação “MINEX 2024 Salvador” realizada entre os dias 7 e 11 de outubro na Baía de Todos-os-Santos.Diversas Organizações Militares (OM) da Marinha participaram do exercício sob a coordenação do Comando do 2º Distrito Naval (Com2ºDN), que é a Organização Militar Orientadora Técnica na área de conhecimento de operações de Minagem e Contramedidas de Minagem, sob o qual estão subordinados o Comando da Força de Minagem e Varredura e os meios de Contramedidas de Minagem da MB: os Navios-Varredores “Aratu”, “Atalaia” e “Araçatuba”.
Nesse ambiente operacional, cabe ao Grupo de Avaliação e Adestramento de Guerra de Minas (GAAGueM) a tarefa de produzir informações operacionais de guerra de minas. O GAAGueM do Com2oDN contribui diretamente para o desenvolvimento, consolidação, disseminação e atualização de doutrina, procedimentos táticos e emprego dos sistemas e equipamentos, inclusive veículos não tripulados.
Exercícios
A “MINEX Salvador 2024” reuniu, direta ou indiretamente, representantes de 17 OM sediadas em Salvador e no Rio de Janeiro e dos navios subordinados ao Com2oDN. Além da Corveta “Caboclo”, também participaram os Navios-Varredores “Atalaia” e “Araçatuba”, o Navio Hidrográfico Balizador “Tenente Boanerges”, o Aviso de Patrulha “Dourado” e lanchas da Capitania dos Portos da Bahia.
Entre os exercícios operativos realizados podem ser citados: Operação de Minagem com o lançamento e recolhimento de minas de exercício e simulacros; Operação de Contramedidas de Minagem na forma de varredura mecânica; Imageamento da área de operação pré e pós minagem; emprego de SMNT; busca, classificação, identificação e neutralização das minas de exercícios e simulacros.
O Comandante da Força de Minagem e Varredura, Capitão de Fragata Rodrigo Bouças, atuou como Comandante do Grupo-Tarefa e destacou a missão da Força de Minagem. “Nossa Organização Militar é o componente operativo da MB responsável pelas operações de Contramedidas de Minagem, destinadas a manter livres da ameaça de minas as linhas do tráfego marítimo ao longo do nosso litoral, as áreas marítimas adjacentes aos portos, terminais e plataformas nacionais, bem como as possíveis áreas de operações das nossas Forças Navais. Temos visto muitos exemplos pelo mundo sobre a importância estratégica de uma Marinha possuir essa capacidade operativa.
”O Comandante do 2º Distrito Naval, Vice-Almirante Antonio Carlos Cambra, afirmou que os militares participantes se prepararam de modo a buscar o maior realismo possível. “Fizemos o lançamento real de minas marítimas sem cargas explosivas pela Corveta ‘Caboclo’. Realizamos operações de mergulho e de desativação de minas navais pelo Grupo de Desativação de Explosivos do Grupamento de Mergulhadores de Combate. Atuamos com um Veículo de Superfície Não Tripulado (VSNT), operado pelo CASNAV e com um veículo submarino autônomo tipo Light Autonomus Underwater Vehicle (LAUV), operado pelo Instituto de Pesquisa da Marinha (IPqM). Nossos navios do Com2oDN foram empregados nas Operações de Minagem, Varredura mecânica, reflutuação de minas e no imageamento da área de operação. Ou seja, foram cinco dias de intensas atividades operativas que contribuíram para a independência e desenvolvimento tecnológicos e para o fortalecimento do Poder Naval do nosso País”.
Sistemas Marítimos Não Tripulados (SMNT)
Assim como em 2023, foram utilizados Sistemas Marítimos Não Tripulados. O Diretor do CASNAV, Capitão de Mar e Guerra Fabio Kenji Arakaki, destacou que é o segundo ano consecutivo que a OM de ciência e tecnologia participa do exercício, sendo mais uma oportunidade de realizar testes operacionais com o VSNT.
“Este ano, o CASNAV realizou a demonstração operacional de dois projetos em desenvolvimento, sendo um deles o VSNT. Nele, trouxemos vários avanços em termos de projeto, como um novo casco amagnético cedido pela empresa DGS, novas interfaces de controle e manobra e maior precisão na navegação semiautônoma em altas velocidades”.
No dia 8, por exemplo, o foco do VSNT foi contribuir nas ações de Contramedidas de Minagem da MINEX. Operando a partir da Corveta “Caboclo” e de terra, o veículo realizou busca e localização de minas e simulacros com um sonar sidescan da Base de Hidrografia da Marinha em Niterói. Os dados iniciais foram transmitidos à equipe do IPqM, responsável pela operação do LAUV, que identificou os objetos encontrados pelo VSNT, confirmando sua classificação.
Também utilizado na operação, o LAUV foi adquirido como parte do Projeto do Veículo Submarino Autônomo (VSA), do IPqM, que tem o objetivo de desenvolver veículos autônomos em apoio às operações de Contramedidas de Minagem.
“Uma vez lançado, o LAUV opera de maneira autônoma, seguindo um plano de missão pré-programado (derrota, profundidade, velocidade e pontos de interesse) pois utiliza sistemas de navegação (GPS e inercial) para ajustar sua posição enquanto submerso. A comunicação é feita por modem acústico, permitindo receber atualizações sobre o estado do veículo”, explicou o Capitão de Corveta (Engenheiro Naval) Emerson Coelho Mendonça, Encarregado da Divisão de Eletrônica e Computação do IPqM.
Na MINEX-24, o VSNT do CASNAV realizou a primeira varredura da área, localizando as possíveis minas. Em seguida, o LAUV foi programado para se deslocar até tais coordenadas e, utilizando seu sonar e câmera, pôde mapear e confirmar a existência de minas submersas, cujos dados são relevantes para neutralização das minas.
“O emprego desse veículo representa um marco no desenvolvimento de capacidades autônomas de defesa submarina para a Marinha. Além de ser a primeira vez que o veículo foi utilizado no País nesse tipo de missão. O sucesso do exercício MINEX-24 demonstra o potencial de operações futuras com sistemas marítimos não tripulados em missões de alta complexidade”, afirmou o Comandante Emerson.
A MINEX também foi uma oportunidade do CASNAV apresentar o Console de Imagens Táticas em Realidade Aumentada (CITRA). Para a sua utilização, foram instaladas câmeras de alta resolução cedidas pela empresa Intelbras em pontos da área marítima e no VSNT, no entorno do Com2oDN.
“Com a integração do CITRA-VSNT, demonstramos uma capacidade de monitorar espaços marítimos de interesse, trazendo os dados de AIS nas imagens das câmeras do CITRA, aumentando a consciência situacional marítima e agilizando a tomada de decisão. Além disso, pôde-se acompanhar as ações do VSNT na interceptação de contatos de interesse demandados pelo Centro de Controle Naval de Área (CCNA) do Com2ºDN”, concluiu o Diretor do CASNAV.
O Diretor do Centro Tecnológico da Marinha no Rio de Janeiro, Contra-Almirante (Engenheiro Naval) Alexandre de Vasconcelos Siciliano, esteve presente em Salvador e reforçou que o exercício foi muito proveitoso para a realização das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação científica e tecnológica conduzidas pela Marinha do Brasil.
“O CTMRJ atua na coordenação estratégica e na centralização das atividades de gestão de ativos e processos de Ciência, Tecnologia e Inovação não nucleares. Nesta edição da MINEX, conseguimos testar e operar dois sistemas não tripulados, um de Superfície e outro submarino, em uma atividade de alta complexidade e, guardada as devidas proporções, próximo do cenário operativo real. Tal feito, para nós, demonstra que os projetos avançam de forma satisfatória e, também, a clara sinergia entre eles, evidenciando a importância das duas Instituições de Ciência e Tecnologia trabalharem em conjunto.”
A coordenação dessas atividades confirma que os projetos do Setor de Ciência e Tecnologia vão ao encontro das necessidades do Setor Operativo, especialmente voltadas à Guerra de Minas e no aumento da consciência situacional marítima. “Os resultados dessas demonstrações vão orientar nossas equipes de desenvolvimento na contínua melhoria dos projetos para que seu emprego atenda às necessidades da Marinha”, concluiu o Diretor do CTMRJ.
FONTE: Agência Marinha de Notícias
que desgosto ver essas corvetinhas ainda em uso.
Só tem uma “corvetinha” nas imagens e na operação, a Caboclo, última da classe Imperial Marinheiro.
É ótimo ver que a Caboclo está sendo cuidada para ficar em condições de ativa.
Mas ver que ela ainda está sendo utilizada com este status diz muito sobre as condições da MB.
No quesito orgulho. Não eficiência.
Prezado. Qual seria o segundo navio mais antigo da marinha?
Adiantando-me ao Nunão, a “Caboclo” é o segundo navio mais antigo, o primeiro é o Monitor Parnaíba ( U 17) incorporado em março de 1938 e o terceiro é o
Potengi (G 17) Navio de Apoio Logístico Fluvial incorporado em junho de 1938
ambos pequenos e operando no Pantanal que já passaram por diversas modificações e melhorias ao longo de mais de 85 anos de bons serviços.
Corrigindo: o segundo é o “Potengi” a “caboclo” é o terceiro mais antigo.
Parece um barracão flutuante.
Obrigado. Aparentemente foram bons investimentos
É. Quem não tem cão…
Olha que navio bonito, é novo ?
hehehe
Sem querer julgar, mas já julgando… Esses barcos parecem de filmes da segunda guerra mundial….
Realmente Leonardo, principalmente se considerar que a corveta caboclo é dos anos 50.
É necessário repensar o que nossos governantes querem das forças armadas, ou são ou não são. Não existe meio termo !
Ou a prioridade dos nossos militares, filha solteiras, mais benesses, eventos ou ser armar…dinheiro tem, mas militar gasta muito mal, pior que o governo federal
Eis ai uma boa idéia. A MB poderia até arcar uma grana alugando seus meio para Hollywood…
caro @leonardo >> são de antes da IIWW , isso que é o pior
É de cortar o coração saber que nosso Cisne Branco está extremamente velho, quase partindo dessa vida.
A Marinha faz milagres com esses navios.
Você faz parecer que a MB é vítima nessa situação.
Marinha culpada! Não a culpa é nossa como eleitores que elegemos políticos interessados em seus interesses
Olá! Eu não quis dizer que a MB é “vítima” da situação. Eu quis dizer que o fato da MB continuar operando esses navios é um milagre do ponto de vista técnico. É uma constatação, não é um juízo de valor. Se tal situação é resultado de má administração ou capacidade de superação ou ambas, fica a critério.
Abraço!
Entendido agora. Mas como você havia feito a primeira frase de forma muito sucinta acabou deixando espaço para interpretações.
Abraço e um bom dia.
errado meu caro, a Marinha é mal administrada.. fato
Esse canhão da corvetinha ainda funciona?
Primeira vez que vejo a MB usar drones pra isso, legal!
Que venham para ficar, tecnologia é sempre bem-vinda
Já faz um tempo que li sobre a Tidewise por aqui, alguém sabe como estão os projetos ❔
Por um instante eu imaginei que poderia ser o mesmo barco…
https://youtu.be/KnG8vnV1Dx0?si=0GHASoHaXpTmRyYJ
Operação Geriatrex…
Muita maldade ķkkkkk
Não deveriam permitir a foto dessa Imperial Marinheiro. Ficar exibindo equipamento “state of the art” de ponta assim pode desencadeiar uma corrida armamentista na América Latina…
Parabéns aos combatentes de Salvador, triste ver protótipo vant usando casco emprestado da dgs. MB 80 mil homens sem meios, a quem interessa. Nossos caça minas vivem da persistencia e pericia deste pessoal.
Jesus, Caboclo tem mais idade que meu pai, tá na hora de trocar isso, compra alguma coisa baratinha da China fica menos feio
A matéria apresentou vários drones marítimos, incluindo uma lancha de fabricação brasileira. Além disso tem um drone moderníssimo fabricado em portugal, único em uso na América Latina.
O foco do pessoal foi os navios da década de 50. Ora pois, estão funcionando, é o que importa. A tecnologia moderna encontra a antiga, tudo operacional.
A MB já poderia há muito tempo ter navios caça-minas novos, seja com suecos, russos ou chineses, mas acho que o comodismo e o medo de não desagradar os “parceiros” impedem isso… Compramos essas velharias há décadas e não conseguimos extrair nada, nem uma tecnologia reversa ,oque poderia ser melhorada com um upgrade tecnológico. O caça-minas da classe Type 082 é conhecido também como classe “Wusao” (designação da OTAN: classe Wosao), abreviação de barco de varredura de minas armadas. Ele desloca 400 toneladas e é sucessor dos navios de contramedidas de minagem Type 058 e Type 7102. A maioria das… Read more »
Nossa dissuasão… agora vai