No evento especial para o porta-aviões francês, fizeram um "lançamento de sabre": o oficial responsável não usou uma bandeira, mas um sabre! É uma tradição na Marinha Francesa usada para o lançamento da última aeronave de seu tipo, mas também para o último lançamento de um piloto da Marinha que irá para a reforma

Em 16 de março de 2016, o porta-aviões nuclear francês Charles de Gaulle testemunhou um momento histórico: a última catapultagem de um jato de ataque Super Étendard, encerrando uma era significativa na aviação naval francesa. O Super Étendard, em operação desde 1978, foi um dos principais caças da Marinha Francesa, desempenhando um papel vital em missões de ataque ao solo, reconhecimento e combate naval durante décadas. Sua aposentadoria marcou o fim de um ciclo de quase 40 anos de serviço exemplar nas forças armadas francesas.

A última decolagem, realizada no Golfo Pérsico durante a operação Chammal – a contribuição francesa para a coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico –, simbolizou o desfecho de uma longa carreira de combate e destacamento operacional em diversas partes do mundo. Ao longo dos anos, o Super Étendard se destacou em conflitos importantes, como a Guerra das Malvinas, quando foi utilizado pela Aviação Naval Argentina, e nas missões da OTAN na ex-Iugoslávia, além das operações no Afeganistão e na Líbia.

Equipado com sistemas de ataque de precisão e com capacidade de transporte de mísseis ar-superfície Exocet, o Super Étendard consolidou sua reputação como uma aeronave robusta e eficiente, capaz de cumprir missões de grande complexidade. A bordo do Charles de Gaulle, ele foi parte essencial das forças de projeção de poder da França, tanto em operações de defesa como de ataque estratégico. Sua versatilidade e resistência fizeram com que o avião fosse altamente valorizado pelos pilotos e pela Marinha Francesa.

A aposentadoria do Super Étendard abriu caminho para a total substituição pelo mais moderno e avançado caça multifuncional Dassault Rafale M, que já estava em operação na marinha desde os anos 2000. O Rafale trouxe uma nova geração de capacidades, com maior alcance e capacidade de transportar uma variedade maior de armas, assegurando que a aviação naval francesa permanecesse à vanguarda tecnológica e estratégica.

VÍDEO: A última catapultagem do Super Étendard

O dia 16 de março de 2016 será sempre lembrado como um marco na aviação naval francesa. A última catapultagem de um Super Étendard não representou apenas o fim de uma aeronave, mas também o encerramento de uma era em que o avião contribuiu de forma decisiva para as capacidades navais e aéreas da França. Sua história de serviço deixa um legado de excelência e dedicação, tanto nas operações de combate quanto no fortalecimento da presença militar francesa ao redor do mundo.

PA Foch
PA Foch (depois NAe São Paulo na MB) sobrevoado por seus jatos Super Étendard
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Emmanuel

Na última foto pode-se ver a maior bomba que a MB já teve em seu arsenal, a famosa PA Foch/Nae São Paulo.

Willber Rodrigues

Até hoje eu lembro da novela mexicana que foi seu desarmamento, descomissionamento, ida pro desmanche, imbróglio judicial, volta pro Brasil, ficar “de molho” na costa do Nordeste, e seu afundamento no meio do Atlântico.

Willber Rodrigues

A última catapultagem e a última vez que um Super Etandart levantou voo, pois desde que eles chegaram na Argentina, eles nunca mais saíram do chão.

Clésio Luiz

A intenção era adquirir o Jaguar Marine. Aí o marketing da Dassault garantiu que produzir um sucessor do Etendard baseado no mesmo sairia mais barato. O resultado foi que saiu mais caro (ou tanto quanto) e menos capaz que o modelo binacional.

Eu imagino a alegria do pessoal da Breguet, quando eles descobriram que a Dassault estava comprando a empresa durante o projeto do Jaguar.

Leandro Costa

Mas há que se dizer que o Jaguar era mesmo submotorizado e assim o foi até o fim de sua operação.

Clésio Luiz

Tinha a piada de que o segundo motor não evitava a queda, apenas deixava o local mais distante…

Mas eu me pergunto se esse comentário de ser submotorizado não tinha a mesma fonte da do AMX, ou seja, pilotos de caça que foram parar no ataque, e não gostaram que a montaria tinha uma relação peso/potência inferior a um caça de combate aéreo. Afinal, uma aeronave que possui velocidade máxima equivalente a um F-5E ou mesmo um F-35, não pode ser tão fraca assim.

Clésio Luiz

E a relação potência/peso do Jaguar (pelo menos a versão terrestre), era melhor que a do Super Etendard.

Embora o ganho de peso de uma versão naval venha logo à mente, há de se lembrar que o Jaguar já tinha trem de pouso reforçado, capaz de realizar pousos “navais”, então algum ganho de peso dificilmente mudaria a vantagem do Jaguar frente ao rival da Dassault.

Leandro Costa

No caso a minha fonte foi piloto de Jaguar da RAF mesmo, mas o cara não era piloto de caça antes. Foi direto para o ataque após o Shorts Tucano (na opinião dele, o avião mais gostoso de se voar).

Leandro Costa

E eu gosto muito do Jaguar. Foi um dos aviões ‘diferentes do F-14 e F-5’ que eu ‘conheci’ primeiro quando era criança. Sempre adorei os mísseis em cima da asa. Mas realmente fiquei decepcionado de não ver a versão embarcada emplacar. Se tivesse um motor um pouco mais potente, em retrospecto, seria melhor ainda, mas ainda acho um avião fantástico.

Quando chegou no MUSAL eu fiquei surpreso pelo tamanho do avião. Bem maior do que eu imaginava.

Rodrigo LD

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