Marinha Chinesa realiza pela primeira vez exercícios com dois porta-aviões no Mar do Sul da China
Pela primeira vez, a Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLA Navy) realizou exercícios no Mar da China Meridional com dois porta-aviões, o Liaoning e o Shandong, operando juntos.
A China opera dois porta-aviões do tipo STOBAR (Short Take-Off But Arrested Recovery), o Liaoning e o Shandong, ambos com configuração de decolagem assistida por rampa. Esses navios representam um avanço estratégico para a PLA Navy, permitindo ao país desenvolver experiência em operações com porta-aviões e expandir sua presença no mar.
O Liaoning, primeiro porta-aviões chinês, foi comissionado em 2012. Originalmente construído pela União Soviética como Varyag, foi comprado inacabado pela China em 1998 e passou por reformas no estaleiro de Dalian. Ele serve principalmente como plataforma de treinamento, permitindo à PLAN aperfeiçoar práticas de operações navais.
Equipado com cerca de 36 aeronaves, o Liaoning utiliza principalmente caças J-15, uma versão adaptada do caça russo Su-33. Embora poderoso, o J-15 enfrenta limitações devido ao peso e à configuração STOBAR, que exige maior impulso para decolar, impactando o alcance e a carga útil em relação a aeronaves lançadas por catapultas.
VÍDEO: Porta-aviões Liaoning e Shandong operam juntos pela primeira vez
O Shandong, o primeiro porta-aviões inteiramente construído na China, foi comissionado em 2019 e é uma versão aprimorada do Liaoning. Com algumas melhorias estruturais e operacionais, o Shandong possui mais espaço e eficiência em operações de voo, permitindo que opere mais aeronaves e tenha um desempenho aprimorado em comparação ao seu predecessor.
Apesar de suas capacidades, ambos os porta-aviões são limitados pelo sistema STOBAR, que restringe o peso das aeronaves na decolagem, reduzindo o alcance e a carga máxima dos J-15. Essas limitações impulsionaram a China a desenvolver um terceiro porta-aviões, o Fujian, que contará com um sistema CATOBAR com catapultas eletromagnéticas para maior flexibilidade.
A importância estratégica desses porta-aviões está ligada à capacidade de projeção de poder da China, especialmente em regiões como o Mar do Sul da China, onde disputas territoriais se intensificam. Esses navios ampliam a presença da PLA Navy e permitem o desenvolvimento de doutrinas navais essenciais para as ambições globais chinesas.
O Liaoning e o Shandong são fundamentais para o estágio atual da marinha chinesa, oferecendo uma plataforma para aprendizado e treinamento em operações de porta-aviões. Além disso, essas embarcações representam um sinal do compromisso da China com a modernização de sua força naval e a defesa de seus interesses estratégicos.
Em conjunto com o desenvolvimento do porta-aviões Fujian, o Liaoning e o Shandong mostram o esforço contínuo da China para aumentar sua capacidade de defesa e expandir sua influência marítima, ao mesmo tempo em que investe em tecnologias avançadas para tornar sua marinha uma das mais poderosas do mundo.