Míssil Zircon saindo do lançador

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou grandes manobras navais no Mediterrâneo Oriental, próximo à costa da Síria, utilizando armamento hipersônico. Participam cerca de mil soldados, dez navios de guerra equipados com mísseis Zircon, de alcance de 1.000 quilômetros, e 24 aviões, incluindo caças MiG-31 armados com mísseis Kinzhal e sistemas de mísseis costeiros Bastión.

As fragatas “Almirante Flota de la URSS Gorshkov” e “Almirante Golovko” realizaram testes de disparo com mísseis Zircon, enquanto o submarino “Novorossiisk” lançou mísseis de cruzeiro Kalibr, amplamente usados na guerra na Ucrânia. Os exercícios, iniciados no domingo, estão sendo liderados pelo comandante da frota russa, Alexandr Moiséev, e seguem normas internacionais para evitar incidentes em águas internacionais.

Simultaneamente, o contingente russo na Síria confirmou bombardeios coordenados com o Exército sírio contra posições inimigas nas províncias de Idlib, Hama e Alepo. Tanto fontes oficiais quanto o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, relataram intensos ataques da aviação russa na região nos últimos dias.

VÍDEOS: Rússia em exercícios navais no Mediterrâneo Oriental

Em meio às operações militares, os presidentes Vladimir Putin e Masud Pezeshkian, do Irã, reafirmaram em uma conversa telefônica seu apoio “incondicional” ao regime de Bashar al-Assad. Ambos destacaram a necessidade de restabelecer a ordem constitucional e a integridade territorial da Síria diante das ofensivas de grupos islamistas.

Putin e Pezeshkian discutiram a escalada de ataques de grupos terroristas, considerados tentativas de desestabilizar a soberania e a estabilidade política e econômica da Síria. O Kremlin reiterou sua posição de defesa do governo sírio frente às ameaças.

Desde 2015, quando Putin ordenou uma operação militar para evitar a queda de Assad, a Rússia mantém uma presença significativa na Síria, apesar de estar atualmente focada na campanha militar em andamento na Ucrânia.

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Léo Neves

Interessante…
A foto do zircon saindo do tubo de lançamento da pra ter uma noção do formato dele que claramente não é um míssil Brahmos modificado atualizado.
Será que o vídeo dos impactos são do zircon? Pois tem uma bela explosão sinalizando uma boa ogiva

Bosco

Não vejo essa diferença toda não. Para mim são muito parecidos.

Marcelo

O míssil Brahmos na verdade é um Copia do Míssil P-800 onix vendido para os indianos .

Bosco

Marcelo,
É mais uma parceria entre russos e indianos que uma cópia. Há algumas diferenças entre eles mas são sim similares.

Heinz

não duvido nada que a Rússia num breve futuro venda o Zircon para o Irã, se não me engano os primeiros SU-35 já estão chegando em Teerã.

Adriano madureira

Espero que sim! Acho que mais que nunca os russos botam fé naquele ditado: “O inimigo do meu inimigo é meu amigo”…

Bosco

Claro que os russos não irão informar mas seria interessante sabermos se o impacto no alvo foi de um Zircon e em sendo como eles conseguiram resolver a questão do seeker em velocidade hipersônica ou se o míssil tem que desacelerar antes para menos de Mach 5 para então fazer funcionar o seeker. Será que uma baixa velocidade hipersônica (tipo próximo de Mach 5) é compatível com um seeker radar ativou ou IIR, contra alvos na superfície? Só de curiosidade os americanos estão desenvolvendo um míssil antinavio hipersônico (HALO) mas já avisaram que pode não ser hipersônico. rsss Alguns hipersônicos… Read more »

Last edited 5 horas atrás by joseboscojr
Groosp

Uma coisa interessante é que a SpaceX Starship transmitiu durante toda a reentrada não havendo o blackout que se via em todas as outras naves. A SpaceX usa a Starlink para a transmissão de dados. Fico imaginando os engenheiros dos mísseis vendo a reentrada e tendo idéias.

Bosco

Exato Groosp. No caso da SpaceX tanto o Starship quanto o Crew Dragon não ocorre o bloqueio das comunicações quando da reentrada por conta de que eles utilizam comunicação pelos satélites da Starlink e as antenas das respectivas estão situadas numa posição em que o plasma não atinge. No Space Shuttle também não ocorria o bloqueio por conta dele ser muito grande e uma ampla área na parte superior ficar livre do plasma e haver um satélite fazendo o link. Na época da Apolo é que havia esse bloqueio porque das estações receptoras ficavam na superfície. Um míssil hipersônico também… Read more »

Bosco

Se formos nos basear no conhecimento geral (open source rsss) é plenamente aceitável haver um míssil hipersônico contra alvos fixos ou relocáveis (que recebe atualização da nova posição do alvo durante a trajetória) mas contra alvos em movimento (ex: navios) exige-se um seeker (que fica no nariz do míssil, bem na região em que o plasma é gerado) e este para funcionar é preciso que o míssil ainda que atinja velocidade hipersônica na fase intermediária, dê uma freada na fase terminal. Também não é concebível acreditar que um míssil hipersônico possa manobrar na fase terminal. Se ele fizer isso com… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Meio Off-topic: Muito tempo atrás uma solitária Buyan-M fez uma navegação ao redor da península européia e por breve momento colocou quase toda OTAN ao alcance do Kalibr. Já era um aviso contra o incessante e imprudente avanço desta sobre antigos territórios da esfera soviética. O fim conturbado do tratado INF (1987-2019), que proibia a implantação em terra de mísseis de alcance médio e intermediário (mas não em aeronaves, navios e submarinos), permitiu culminar no surgimento do Oreshnik. O Oreshnik não é nuclear, embora possa até vetorar armas nucleares, ele é convencional, mais precisamente um vetor pra projéteis de hiper… Read more »

Dalton

“…imprudente avanço desta -OTAN – sobre antigos territórios da esfera soviética”
.
Alex, não foi “avanço” sei que você compreende que estes “antigos territórios” buscaram proteção da OTAN, porque cansaram-se de décadas de intimidações soviéticas/russas.
.
E por mais “fantástico” que esse míssil seja, a Rússia não escapará de uma retaliação
seja convencional ou nuclear se usa-lo contra a OTAN e esta não tem o menor interesse
em invadir território russo.

Alex Barreto Cypriano

Sim, mestre Dalton, penso o mesmo. Apenas tomei o ponto de vista deles, sem maior consideração sobre sua correção factual posto que é um viés, no argumento. Obrigado.

Bosco

Meu caro e respeitoso amigo Alex, Sem querer ser chato ou do contra mas só no sentido de nos divertir e aprendermos juntos, há de se saber se a Europa irá tolerar um ataque em massa desses que você descreve sem responder nuclearmente. Como os europeus irão se comportar vendo em suas telas de radar que centenas de mísseis balísticos potencialmente armados nuclearmente , foram lançados da Rússia e se dirigem a alvos no interior da Europa? Você realmente acha isso viável? Eu acho que essa arma irá sim forçar um tratado de algum tipo que a proíba na Europa… Read more »

Last edited 1 hora atrás by joseboscojr
Bosco

E só para constar, em nenhum momento me referi a possibilidade do Oreshnik ser passível de interceptação ou não. Isso não é relevante.

Alex Barreto Cypriano

Grato, mestre Bosco, pela argumentação modelar e pormenorizada, com a qual só posso concordar. Sem me arvorar em advogado ou estratego da causa russa, entretanto, me pergunto se a OTAN é realmente sólida ao ponto de mover um ataque nuclear de retaliação a um ataque ‘retaliatorio’ convencional russo, mesmo que confundido com um nuclear, digamos, aa infraestrutura essencial pra operações aéreas, como pistas de aeroportos, na Alemanha, Itália ou algum outro país, digamos da Escandinávia, sem capacidades nucleares. Ou seja, a OTAN poderia mesmo iniciar uma troca termonuclear, porque esse seria o resultado de um ataque nuclear de quem quer… Read more »

Groosp

O Oreshnik não se mostrou muito preciso e deve custar o mesmo que um ICBM, entre USD 100M à USD 200M cada. Deve ser por isso que o pessoal lá na Rússia não ficou muito feliz quando o Putin resolveu lançar esse míssil. Os russos perderam parte do poder de dissuasão que esta arma tinha por ser desconhecida.

Alex Barreto Cypriano

Caro Grosso, a única vantagem do Oreshnik é que ele está baseado no território russo em TELs e não depende da intermediação de bombardeiros ou fragatas ou submarinos. A Rússia, reportam, está investindo grande fração de seu PIB na guerra e está enfrentando condições econômicas muito desfavoráveis. Talvez ela só pare se falir completamente, o que seria improvável com subsídio chinês… Observemos e aguardemos