Concepção do DDG(X)

O programa DDG(X) da Marinha dos EUA visa desenvolver uma nova classe de destróieres guiados para substituir os cruzadores Ticonderoga (CG-47) e os destróieres mais antigos da classe Arleigh Burke (DDG-51).

A primeira embarcação está planejada para ser adquirida no ano fiscal de 2032, com a pesquisa e o desenvolvimento recebendo um pedido de orçamento de US$ 102,8 milhões para o ano fiscal de 2025. O projeto busca atender às futuras demandas da frota e aumentar a capacidade de combate da Marinha.

Objetivo e Contexto da Força de Grandes Combatentes de Superfície (LSC)
Os cruzadores e destróieres da U.S. Navy, conhecidos como Grandes Combatentes de Superfície (LSCs), compõem uma parte crucial do plano de força da Marinha, que prevê entre 72 e 96 LSCs no futuro. A nova classe DDG(X) promete substituir as embarcações da classe CG-47, atualmente em fase de aposentadoria, e a versão Flight I da classe DDG-51, modernizando a frota.

Características do Design do DDG(X)
O DDG(X) apresenta melhorias substanciais em comparação ao DDG-51 Flight III, incluindo maior capacidade de peso e espaço, sistemas de energia integrados e redução de assinaturas infravermelhas e acústicas. A embarcação contará com 96 células de lançamento vertical padrão, além da possibilidade de incorporar células de lançamento de mísseis maiores e sistemas de armas de energia dirigida.

Relação Custo-Benefício e Desafios de Desenvolvimento
O custo estimado para o DDG(X) varia entre US$ 3,2 bilhões e US$ 3,5 bilhões por navio, cerca de 33% a 40% maior que o estimado pela Marinha. Essa discrepância levanta questões sobre a precisão das projeções de custo e a viabilidade de produção em massa, destacando a necessidade de amadurecer tecnologias e mitigar riscos no cronograma e no orçamento.

Transição e Impacto na Base Industrial Naval
O planejamento para transição do DDG-51 para o DDG(X) prevê um período de sobreposição de três anos. A produção contínua é essencial para preservar a base industrial de construção naval e garantir a capacidade de atender às necessidades futuras da frota.

Questões Estratégicas para o Congresso
Entre os temas levantados pelo Congresso estão a compatibilidade do DDG(X) com uma frota mais distribuída e o custo-benefício em comparação com versões alongadas do DDG-51. Também é debatido se o orçamento da Marinha permitirá a aquisição do número desejado de DDG(X) sem comprometer outras prioridades.

Financiamento e Desenvolvimento Tecnológico
O orçamento de 2025 destina US$ 28,3 milhões para o desenvolvimento conceitual do DDG(X) e US$ 74,5 milhões para a mitigação de riscos nos sistemas de propulsão elétrica. Este financiamento é crucial para assegurar que o programa avance de forma eficiente e atenda aos requisitos operacionais estabelecidos.

Integração de Tecnologias Avançadas
O DDG(X) será projetado para incorporar sensores e armas mais avançados, além de sistemas de energia que permitam maior alcance e menor dependência logística. Este foco em flexibilidade e sustentabilidade destaca o compromisso da Marinha em antecipar as necessidades de guerra naval do futuro.

Planejamento de Força e Impacto no Combate
Com um deslocamento de 13.500 toneladas, o DDG(X) representa uma evolução significativa em tamanho e capacidade em relação aos destróieres atuais, oferecendo maior poder de fogo e suporte operacional. Esses avanços são essenciais para manter a superioridade naval em cenários globais de alta intensidade.

Perspectivas para o Programa DDG(X)
O sucesso do programa dependerá de uma transição cuidadosa, controles de custo rigorosos e integração eficiente de novas tecnologias. Como o programa DDG(X) busca definir o próximo padrão em guerra naval, ele também enfrentará desafios de financiamento, execução técnica e adaptação às necessidades estratégicas dos EUA. Para baixar o relatório em inglês, clique aqui.

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Ozawa

O custo estimado para o DDG(X) varia entre US$ 3,2 bilhões e US$ 3,5 bilhões por navio, cerca de 33% a 40% maior que o estimado pela Marinha (…). Com um estudo orçamentário da USN com uma margem tão larga de subestimativa, após corrigido, é simplesmente impossível afirmar que este seja o custo final por unidade, especialmente para um horizonte de 8 anos! Isso não é orçamentação, mas especulação! E se vamos especular: Sinceramente, em 2032, pelo andar da carruagem chinesa, e considerando o custo declarado atual dos tipo 055 da PLAN, poderemos até ver sua versão com canhões eletromagnéticos,… Read more »

Fernando Vieira

Pode apostar que quando o primeiro da classe for pra água esse custo já terá dobrado.

Marcelo

Nesse custo tem que ter espaço para todos congressistas que faz lobby (comissão $$) para construção do navio.

Last edited 1 mês atrás by Marcelo
Fernando Vieira

Esse lobby causa coisas engraçadas: A NASA quando vai construir um foguete fica sujeita a todo tipo de lobby e acaba que os componentes são fabricados em praticamente todos os estados dos EUA porque cada congressista quer puxar a brasa para sua sardinha.

Aí chega uma SpaceX que não tem problema com isso e faz foguetes melhores e muito baratos. E em menos tempo porque eles não precisam fazer reuniões para planejar as reuniões.

Camargoer.

Ola Ozawa… assumindo um valor de US$ 3 bilhões e um deslocamento de 13 mil ton, isso dá US$ 230 mil por tonelada… extremamente caro, mas serve de parâmetro para estimativas daqui para frente… As FCT estão com um custo da ordem de US$ 150 por ton. O custo inicla estimado da Constellation era de US$ 160 por ton, mas isso já ficou para trás.. acho que vai ser algo como US$ 200 mil/ton.. ou algo em torno de US$ 1,5 bilhão por navio.. Voltando o problema para o Brasil.. há anos defendo um reorganização dos gastos miitares… o EB… Read more »

Ozawa

Olá, Camargo,

“Voltando o problema para o Brasil.. há anos defendo um reorganização dos gastos miitares (…)”

Isso só irá acontecer quando tivermos um Ministério da Defesa e uma Comissão de Defesa no Congresso. Hoje essas instituições são apenas caixas de ressonância de interesses corporativos militares travestidos de defesa nacional.

Estaremos por aqui se, e quando, o ideal acontecer? Tenho dúvidas, mesmo quando não estivermos mais por aqui. Abç.

Burgos

Taí outro que poderia ser classificado como CG mas vão de super DD – DDG (X)
Se souberem “tocar” o projeto de repente sai a quantidade planejada.
Se der errado vai ficar somente em 1 dúzia dessa belonave 👍

Ricardo Machado

Então serão “Super Destroyers”…
Talvez o Senador Palpatine possa “Influenciar” na Aprovação…😁

Emmanuel

Por isso a China corre a passos largos.
Um navio por 3 bilhões de dólares beira ao delírio.

Dalton

Admito minha ignorância então pergunto: isso é exclusividade dos EUA ?. . Lembro que quando a França ofereceu projeto de submarino aos australianos – que não iria satisfaze-los completamente já que necessitam de “nuclear” por conta da grande distância até o “Teatro de Operações”, logo começaram as reclamações do aumento dos investimentos que seriam necessários e também os prazos de entrega. . Será que salários relativamente bons e a tal da democracia não seriam fatores que pesam nos preços ? Comparações com a China são complicadas, lá o governo dá bem menos satisfações com o que faz com os recursos.… Read more »

Camargoer.

Olá Dalton. Creio que o custo tecnológico dos navios e aviões de combate subiram muito.

O armamento principal dos navios hoje são mísseis.. é preciso um aparato tecnológico de comunicação e sensoriamento muito sofisticado.

Claro que os custos da mão-de-obra e outros encargos nos países ocidentais e democráticos é maior.. bem estar social demanda gastos sociais que por sua vez demanda receita tributária que impacta nos custos industriais.. esta geringonça econômica funciona assim… isso considerando que exista uma situação de baixa desigualdade social.. quando a sociedade começa a seguir uma direção de concentração de renda, a conta fica pio.

Kayron

Não é exclusividade dos EUA, mas simplesmente não dá para achar normal, um punhado de projetos sempre sofrendo enormes reajustes (alguns sempre acima de 25%) que, acaba impactando todo o comprometimento orçamentário para o projeto em vigor, teremos um problema de aceitação da realidade aqui. O fator determinador de comparar com a China não é se um é democrático ou se o trabalhador americano ganha mais que o chinês, mas a competência para planejar, desenvolver e executar os projetos, seja dentro ou fora do prazo, a China está demonstrando claramente que, independente de não publicar o quanto gasta e com… Read more »

Dalton

Além do que o Camargo escreveu Kayron, a China encontra-se no momento em uma condição “mais confortável” de ater-se ao seu “quintal” enquanto os EUA precisam pensar em escala mundial e isso requer navios mais capazes, daí, por exemplo desde o início ser reconhecido que a fragata italiana precisaria passar por modificações que bem lá no início seriam de apenas 15%. . E a China também não precisou “adaptar-se” ao fim de uma Guerra Fria, onde os EUA ficaram um tanto que “perdidos” investindo-se em “LCSs”, “Zumwalts” submarinos que passaram a ser encomendados na taxa de apenas 1 por ano… Read more »