JS Izumo

Pelo 11º ano consecutivo, o Japão atingiu um novo recorde em gastos nacionais de defesa ao aprovar um orçamento de 8,7 trilhões de ienes (US$ 55,1 bilhões) para o ano fiscal de 2025, que começa em abril.

O aumento de 9,4%, equivalente a US$ 4,8 bilhões em relação ao ano anterior, reflete o esforço contínuo de Tóquio para acelerar seu programa de fortalecimento militar diante de crescentes ameaças de três vizinhos com armas nucleares: China, Coreia do Norte e Rússia. A aprovação foi feita pelo gabinete do Primeiro-Ministro Ishiba Shigeru em 27 de dezembro, em meio ao que o governo japonês descreve como “o ambiente de segurança mais severo e complexo desde o fim da Segunda Guerra Mundial.”

O plano orçamentário para 2025 marca o terceiro ano do Programa de Fortalecimento da Defesa, que prevê US$ 273 bilhões em gastos militares até o ano fiscal de 2027. Entre os pilares destacados no orçamento estão o desenvolvimento de mísseis de longo alcance, defesa aérea integrada, capacidades não tripuladas e melhorias nas operações em múltiplos domínios, como espaço, ciberespaço e guerra eletromagnética. Cerca de US$ 5,95 bilhões foram destinados à produção de mísseis de longo alcance, enquanto US$ 1,8 bilhão financiarão a criação de uma constelação de satélites para rastreamento de alvos, parte das novas capacidades de contra-ataque.

JS Mogami (FFM-1)

A Força Marítima de Autodefesa (JMSDF) receberá investimentos para modernização de equipamentos e novas embarcações. Entre os destaques estão três novas fragatas multimissão (Nova FFM), com custo de US$ 2 bilhões, melhoramento da classe Mogami, e a continuação da modificação dos porta-helicópteros Izumo e Kaga para operações com caças F-35B. Também foram alocados US$ 25,4 milhões para a compra de seis drones V-BAT da empresa americana Shield AI, que serão instalados em navios de patrulha.

A Força Aérea de Autodefesa (JASDF) adquiriu recursos para expandir sua frota de caças F-35, com US$ 879 milhões destinados à compra de oito F-35A e US$ 421 milhões para três F-35B. Além disso, US$ 689 milhões foram alocados para o desenvolvimento de um caça de próxima geração em parceria com Reino Unido e Itália, parte do programa GCAP (Global Combat Air Program).

No âmbito terrestre, a Força Terrestre de Autodefesa (JGSDF) priorizou a segurança nas ilhas Nansei e áreas próximas à China, com US$ 57,7 milhões destinados a veículos táticos de combate. O Ministério da Defesa também recebeu US$ 2,6 bilhões para melhorar as condições de trabalho das Forças de Autodefesa, abordando a escassez de candidatos e buscando fortalecer sua capacidade de resposta a emergências.

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Carlos Campos

Classe Mogami <3

No One

Filé! Entre as novas fragatas leve, de concepção recente, é a minha preferida…

Logo depois da Mogami, a Thaon di Revel ( PPA).

Akivrx

Eles planejaram o orçamento em 2022 quando o iene estava na faixa de 120 ienes por 1 dólar, hoje o cambio esta na casa de 157 por 1 dólar, mesmo quase dobrando o orçamento em ienes o orçamento em dólares não cresceu quase nada. Grandes aumentos salariais nas forças de defesa foram engavetados para o próximo plano de 5 anos de 2027, como os gastos tem previsão de aumentarem na medida que o Gcap também progride acho que no próximo plano o orçamento vai ser ampliado para casa de 2.5 a 3% do PIB. https://www3.nhk.or.jp/news/html/20241211/k10014664871000.html O novo imposto para cobrir… Read more »

Marcelo

Para fazer frente as chineses terá que aumentar muito esse orçamento de defesa.

Ruas

Na minha opinião a Armada Japonesa é a terceira mais forte do Mundo hoje, só atrás dos EUA e da China e com a Índia um pouco atrás. Não possui submarinos nucleares, por razões óbvias, mas opera 28 submarinos convencionais modernos e de grande tonelagem. Na frota de superfície eles operam 48 Fragatas/Destroyers, com alguns, como a classe Kongo, Atago e Maya, levando cerca de 10 mil toneladas e operando SM-2/SM-3/Harpoon. Colocando o Brasil na jogada, eu vejo a Classe Murasame como uma boa alternativa de compra de oportunidade, caso pinte no mercado, para completar a frota com as futuras… Read more »

Wagner Figueiredo

Concordo..são ótimos navios…tem as do Canadá e da Austrália..mas creio que vai demorar o descomissionamento…as murasame são top

Last edited 1 mês atrás by Wagner Figueiredo
Dalton

Também acho, os japoneses estão mantendo em serviço seus navios por mais de 30 anos, há casos de 35 anos ou mais e o “Murasame” ainda fará 29 anos então não me surpreenderia se assim como os EUA pretendem fazer com seus “Arleigh Burkes” eles busquem 39/40 anos de serviço também. . A marinha brasileira nunca adquiriu combatentes de superfície com mais de 30 anos de uso e em mais de uma ocasião já manifestou-se sobre isso no passado então apesar de não ser impossível acho pouco provável a não ser que se queira usa-los por apenas outros 10 anos,… Read more »

Dalton

Ruas, até 2016 a marinha japonesa tinha como meta 16 submarinos mais 2 usados exclusivamente para treinamento. A partir daí resolveu-se ampliar o número para 22 mais 2 “treinamento/testes” o que foi conseguido estendendo-se a vida dos submarinos que costumavam ser retirados de serviço com “apenas” 20 anos. . Por enquanto essa meta de (22 + 2) não mudou, você talvez tenha incluído os que estão em construção para chegar aos “28”, mas, estes mantendo-se a meta atual substituirão os que forem retirados de serviço ao longo dos próximos anos. . Quanto às razões do Japão não ter submarinos nucleares… Read more »

Akivrx

Um dos subs da nova classe Taigei SS-513 foi transferido para uma nova divisao de desenvolvimento, teste e avaliacao de tecnologias ou seja virou bancada de teste o sub foi rebatizado de SSE-6201.
Por enquando a meta foi ampliada para 22+2+1.

Dalton

Um dos 2 usados para “treinamento” conforme li tempos atrás estava para dar baixa então é possível que outro da “ativa” tenha tomado seu lugar, normalmente
o mais antigo, por essa razão escrevi 2 usados para treinamento/testes, pode
ser também (21+2+1) ao menos por enquanto.

Ruas

O Japão possui 24 submarinos na verdade. A razão óbvia são os inúmeros tratados pós segunda guerra mundial, fora a constituição do país. Sub nuclear é visto como algo para ataques fora do seu perímetro e não para defesa. E os submarinos não precisam ficar saindo de suas bases. Não há guerra para isso.

Ruas

Dalton, o Japão poderia ter muito mais submarinos nucleares que Reino Unido e França, a economia deles permite isso tranquilamente. O Japão tem um PIB PPC maior que ambos em quase us$3 trilhões. É a terceira maior indústria do Mundo em valores arrecadados. Só a Alemanha na Europa chega perto do valor industrial japonês. E discordo de você que as Murasame aqui “só seriam utilizadas 10 anos”, esses navios poderiam ser utilizados tranquilamente 20 anos. Desde que haja vasos novos na frota, ter vasos antigos e bons como a classe Murasame não seria nenhum problema. Manutenção a MB dá um… Read more »

Last edited 1 mês atrás by Ruas
Dalton

Ruas não fosse pelos “SSNs” e “SSBNs” Reino Unido e França também poderiam ter mais unidades de superfície, orçamentos são limitados e a menos que mudem-se Leis nesses países e outros programas de governo sejam afetados não adianta muito basear-se no PIB de cada um. . Quanto ao “Murasame” no caso dele ser retirado de serviço com 35 anos, bem usado e adquirido pela marinha brasileira – o que seria inédito e ela já expôs no passado que não quer “escoltas” com mais de 30 anos – teria que se investir muito para durar outros 20 anos para ainda ser… Read more »

Last edited 1 mês atrás by daltonl
Ruas

Meu argumento econômico foi com base na sua afirmação: “o Japão teria poucos submarinos nucleares”. Não! pois com base econômica, o Japão poderia operar mais de 10 unidades de submarinos nucleares também. As leis já estão mudando lá por causa do crescimento militar chinês. Então não seria nenhum grande esforço pro Japão, com base em seu orçamento governamental, sustentar unidades de submarinos nucleares similares ao que a França e UK sustentam. O Japão gasta menos de 2% do PIB, enquanto aqueles gastam mais de 2%, então um aumento nominal do Japão para 2% significa muito mais recursos em comparação com… Read more »

Rui Mendes

Se não se contar com os SSBN, claro.
Porque só um SSBN leva 16 mísseis com cada míssil a levar 10 ou 12 ogivas nucleares, cada ogiva nucleares, mais potente que as bombas atómicas, lançadas no Japão.
E também fora porta-aviões.

Gilson Elano

Melhor opção para o Japão é investir em ssns e slm, além de investir também em mísseis subsônicos, supersônico e hipersônicos, além é claro, das famigeradas armas nucleares.

Kayron

Exatamente. A parte mais importante é esta aqui:

Cerca de US$ 5,95 bilhões foram destinados à produção de mísseis de longo alcance, enquanto US$ 1,8 bilhão financiarão a criação de uma constelação de satélites para rastreamento de alvos, parte das novas capacidades de contra-ataque.



Tutor

A causa é a China, mas, isso aí é efeito Trump.

Dalton

O Japão vem gradualmente aumentando seus investimentos com defesa ano após ano
e não apenas por conta da China, Rússia e Coreia do Norte também preocupam, então
Trump não tem muito o que reclamar do Japão.

No One

Ele pode reclamar o quanto ele quiser, mas essas mudanças acontecem por causas estruturais, não porque um presidente americano reclama. É a percepção de ameaça, a desconfiança, a preocupação, a elaboração e análises feitas pelos órgãos de estado ( o que os sujeitos
chamas de “Deep State ” ) japoneses que fazem acontecer essas mudanças… Se eles não sentissem e não percebecem essa situação como instável e potencialmente perigosa, nada se moveria…

Dalton

Só espero No One que ele – Trump – não volte com aquela estorinha do Japão ter que pagar mais para “bancar” a presença militar dos EUA no Japão porque da parte dos Japoneses, eles estão seguindo os próprios instintos quando trata-se de aumentar os investimentos no setor de militar.

Kayron

A depender de suas nomeações, o Japão terá que aumentar ainda mais o orçamento:
https://www.japantimes.co.jp/news/2024/12/23/japan/politics/elbridge-colby-pentagon-japan/

Akivrx

Os japoneses estão investindo na renovação de infra estrutura militar com novas bases, somente para este fim esta sendo gasto quase 1,5 trilhão de ienes por ano = 10 Bi de dólares. O governo americano pensa que se o orçamento for ampliado eles vão vender mais armamentos para os japoneses porem eles estão investindo mais em armas nacionais do que em comprar material americano. A única arma que o Eua tem que pode interessar os japoneses seria algum SNA os misseis de cruzeiro e hipersônicos de ataque vão ser misseis nacionais, os 400 tomahawk foram adquiridos apenas como um tapa… Read more »

Kayron

Precisa falar isso para quem estará assessorando a nova administração em Washington.

No One

percebessem*

Helio Eduardo

Não devo ler essas coisas…. fui dar uma olhada na Classe Murasame. Ah, como seria bom….

adriano Madureira

Quando se tem um inimigo ao lado é outra coisa…

O japão se prevenindo contra hipotéticos conflitos, aqui no Brasil só se faz algo depois que o ladrão arromba a casa,rouba e brinca com sua “mulher e filhas”…