Royal Navy nos anos 1960, excetuando-se os porta-aviões da frota

A Redução da Royal Navy: De uma Frota Imperial à Força Moderna

A Royal Navy, que nos anos 1960 ainda se configurava como uma força de projeção global, sofreu uma drástica redução ao longo das décadas seguintes, refletindo as mudanças nas prioridades estratégicas e econômicas do Reino Unido. Durante o auge do Império Britânico, a Marinha era projetada para ser onipresente, capaz de patrulhar e proteger os interesses britânicos em todos os teatros de operação. No entanto, com o colapso do sistema imperial e a aceleração do desmantelamento das responsabilidades ultramarinas a partir de 1964, sob o governo de Harold Wilson, a Royal Navy perdeu seu papel global.

A virada política “a leste de Suez”, simbolizada pela retirada do Golfo Pérsico em 1968, trouxe profundas consequências. O Defence White Paper de 1966 deu início a cortes significativos, cancelando o ambicioso projeto de porta-aviões CVA-01 e prometendo reduzir a frota existente. Com isso, a Marinha passou a se concentrar no Atlântico Norte em cooperação com a OTAN, priorizando interesses econômicos e estratégicos mais próximos do Reino Unido. Nos anos 1970, a frota de porta-aviões e escoltas começou a definhar: a classe Audacious, com seus últimos representantes, Eagle e Ark Royal, foi aposentada, enquanto outros porta-aviões assumiram papéis secundários, como transporte de aeronaves ou manutenção.

Nos anos 1980, a situação se agravou. O Defence White Paper de 1981, conhecido como Nott Review, reduziu ainda mais a frota, com foco exclusivo no Atlântico Norte. No entanto, a Guerra das Malvinas em 1982 revelou a importância de manter uma força capaz de projeção além do Atlântico. O conflito demonstrou que uma frota menor poderia cumprir esse papel, desde que tivesse capacidade de operar de forma independente e eficaz. O governo Thatcher, percebendo o erro, preservou os três porta-aviões da classe Invincible e manteve os navios anfíbios da classe Fearless como parte de uma força mínima de resposta.

A tendência de declínio continuou nas décadas seguintes, refletindo a redução das ambições globais do Reino Unido. Embora o Defence White Paper de 1982 tenha prometido manter cerca de 50 escoltas, esse número caiu rapidamente. Essa redução não foi um ponto de partida, mas a continuação de um processo iniciado nos anos 1960, adaptando a frota ao novo papel de proteger interesses econômicos e de segurança nas áreas próximas e projetar poder ocasionalmente em zonas de crise.

Em suma, a redução da Royal Navy reflete a transformação do Reino Unido de uma potência imperial para um estado focado em prioridades regionais e na manutenção de um núcleo estratégico mínimo.

Atualmente, o número estimado de Combatentes de Superfície com os navios projetados e em construção Type 26, Type 31 e Type 32 é de 24 unidades, sem contar os navios patrulha oceânicos da classe River.

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