Foram realizadas 270 operações de busca e salvamento no mar e em rios

A Marinha do Brasil (MB) resgatou, em 2024, 458 pessoas com vida, vítimas de acidentes no mar e em rios. O Serviço de Busca e Salvamento (SAR) da Força foi acionado 270 vezes no ano passado, número inferior se comparado ao ano de 2023, que registrou 295 ocorrências. Um dos motivos para a redução de tragédias são as campanhas de conscientização sobre navegação segura, desenvolvidas pelas Capitanias, Delegacias e Agências da Marinha no País, de acordo com o Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz).

Situações de “Homem ao mar” foi o pedido de socorro mais solicitado, com 73 casos. Já os naufrágios foram responsáveis por 67 atendimentos. Embarcações à deriva correspondem a 47 pedidos de ajuda. Outro dado relevante refere-se à evacuação médica, com 44 assistências.

Funcionamento

O SAR, conhecido internacionalmente como Search and Rescue, é uma operação que ocorre em situações de emergência envolvendo embarcações, aeronaves e seus ocupantes. No Brasil, a responsabilidade pelo Serviço é atribuída à Marinha e pode contar com o apoio mútuo de diversos órgãos estaduais e municipais, como o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.

A organização militar da MB responsável pelo sistema de informações de navios na área SAR brasileira e do Salvamar Brasil é o COMPAAz, que coordena e executa as missões de resgate em toda extensão marítima e em águas interiores sob sua competência, o que corresponde a uma área de quase 14,5 milhões de quilômetros quadrados, incluindo a “Amazônia Azul”.

O Salvamar Brasil está localizado na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Devido ao grande tamanho da área de cobertura do SAR, foi necessário dividi-la em regiões menores, conforme o mapa abaixo.

Ao ser notificado sobre algum incidente SAR, o Salvamar Brasil aciona o Salvamar Regional do local onde ocorreu o evento, que inicia as primeiras ações. Após a avaliação, inicia-se o planejamento das operações de socorro, definindo os meios (navios, embarcações e/ou aeronaves da Marinha) que serão empregados e a forma como serão realizadas as buscas, bem como o resgate dos sobreviventes.

Não só no mar, mas também no ar: equipe aérea especializada para socorro 

A MB capacita militares para atuarem como Tripulantes Aéreos de Resgate (TAR), a fim de serem empregados, prioritariamente, em incidentes SAR, visando à salvaguarda da vida humana em qualquer ambiente operacional, a partir de uma aeronave. Esses militares estão distribuídos pelo Brasil, de acordo com os Distritos Navais, e também na sede do Comando da Força Aeronaval, em São Pedro da Aldeia (RJ).

Um exemplo prático dos TAR ocorreu em setembro de 2024, quando militares resgataram um tripulante do Navio-Tanque “Elba Leblon”, de bandeira liberiana, localizado a 18 quilômetros do litoral de Angra dos Reis (RJ). A vítima, com ferimento na cabeça, foi socorrida por uma aeronave da Marinha, que decolou da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (RJ), pousando diretamente no navio. A bordo do helicóptero, estavam uma equipe médica e os TAR-SAR, que garantiram a segurança e a estabilização do enfermo.

Drone amplia serviços de busca e salvamento marítimo

Além de contar com o emprego de navios e aeronaves, o Salvamar Brasil ganhou o reforço da aeronave remotamente pilotada (ARP) NAURU 500C, rebatizada de “RQ-2”, para estender o alcance do campo visual de busca e aumentar a eficiência das operações de resgate realizadas no litoral brasileiro e em águas interiores. A “RQ-2” é capaz de se distanciar até 60 quilômetros de seu ponto de controle, operando pousos e decolagens verticais a partir de conveses de navios ou em terra, com autonomia para realizar sobrevoos por quatro horas.

Equipado com câmeras de alta resolução, com transmissão de dados e imagens em tempo real, a expectativa é que o drone auxilie nas buscas a náufragos e pessoas em situação de perigo no mar. O equipamento foi desenvolvido com tecnologia 100% nacional de hardware, software e design.

Como pedir socorro?

Quem estiver em situação de perigo ou testemunhar um acidente no mar ou rio, deve ligar para a central 185. Militares do Salvamar Brasil estão preparados 24 horas por dia, todos os dias, para prestar auxílio, atendendo aos pedidos de socorro. A ligação é gratuita e disponível em todo o território nacional. É importante fornecer informações claras e precisas sobre a situação, incluindo a localização e a natureza da emergência, para que a autoridade marítima possa responder de forma ágil e eficaz.

O Salvamar Brasil ainda responde a ocorrências sinalizadas pelo Sistema Marítimo Global de Socorro e Segurança (GMDSS), que emprega tecnologia de satélites para emitir alertas de socorro. A utilização desse sistema é obrigatória para navios que realizam viagens internacionais ou navegam em mar aberto, com carga de 300 toneladas ou mais, além daqueles que transportam mais de 12 passageiros.

Condutores, tripulantes e passageiros são responsáveis pela segurança

Para os condutores de embarcações — seja de turismo, pesca ou carga —, a MB desenvolveu, em parceria com o Ministério do Turismo, o aplicativo “NAVSEG”. Com ele, a Força Naval tem a capacidade de monitorar o trajeto das embarcações, desde a partida até o destino final, garantindo um acompanhamento eficaz do percurso de navegação. O aplicativo é gratuito e está disponível para download nas lojas de aplicativos para dispositivos Android e iOS. Saiba mais, clicando aqui.

FONTE: Agência Marinha de Notícias

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Marcelo Andrade

BRAVO ZULU!!!!!

Augusto José de Souza

A MB poderia usar a base aérea de santos para instalar um salvamar na região para o 8DN,o litoral paulista possui bastante ocorrências de afogamentos e naufrágios e no Paraná também ocorrem naufrágios,um esquadrão de SH-16 e Super cougar para resgate em santos e alguns helicópteros esquilo em São Sebastião seriam úteis para a atuação da MB na região e no nordeste também um esquadrão pode ser instalado no Recife.

naval762

Que falta faz uma guarda costeira.

Nativo

E um bom serviço, mesmo com o pouco dinheiro que sobra para comprar material, depois de gastos tudo com pessoal.

Agora espero quando teremos mais vigilância e socorro nos rios do norte do país.

Cristiano GR

Eu, como gaúcho, faço questão de frisar que esse número deve ser bem real mesmo e é um fiasco. O desastre que assolou o Rio Grande do Sul foi uma coisa sem precedentes na história do Brasil e o que se viu foi uma atuação muito fraca da Marinha do Brasil e das outras forças. Houve uns quantos dias no início das operações de resgate e salvamento que os helicópteros das Forças Armadas ficaram pousados esperando o tempo limpar, sendo que as chuvas haviam parado e o céu continuava nublado, sendo que se paga fortunas para adquirir equipamentos que permitem… Read more »

Sulamericano

O brasileiro pode ter muitos defeitos, mas na solidariedade somos imbatíveis.

De qualquer forma, realmente a atuação do governo federal e das FAs, foi no mínimo, vergonhosa.

Last edited 1 mês atrás by Sulamericano
Joao

A operação foi uma cooperação e coordenação com agências e voluntários e não uma competição de quem dava mais. Foi um trabalho brilhante e sem precedentes. Vi soldados remando sendo hostilizados, pq “na guerra” estariam ferrados por remar, quando a utilização do remo era óbvio, pois os motores estavam arrebentando nas cercas entre as casas e as ruas. A chefe de um grupo de jetski se queixou pessoalmente comigo, pq perdeu 1/2 dos seus em 2 hrs, por causa dos detritos e cercas, e se não fossem os pontões de metal do EB, já era. Aeronaves voaram full time. Com… Read more »

Joao

Falácia.

Dezenas de milhares de militares atuaram desde a primeira hora.
Em 15 dias, já não haviam voluntários em um monte de lugar, enquanto as FFAA continuaram full time.
Esse afã de falar mal das FFAA supera a capacidade de ver e enfrentar a verdade.
As aeronaves das as FFAA voaram sem cessar, e os meios foram empregados sem “pudor” de perdê-los.
Testemunhei e participei desde o primeiro momento disso.

Antonio Palhares

A industria da desinformação que imbeciliza grande parte do nosso povo. A coisa mais dificil que existe é mudar preconceitos e paradigmas.

curisco

Deus os abençoe!