Comandante chileno que resgatou tripulação de Shackleton é homenageado por marinheiros do HMS Protector

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O comandante do navio que resgatou os marinheiros da expedição de Ernest Shackleton, após o naufrágio do Endurance, foi reconhecido pelo Reino Unido durante a parada do quebra-gelo HMS Protector no Chile.

O piloto naval chileno Luis Pardo liderou o resgate heroico dos homens de Shackleton, que ficaram presos por meses na Ilha Elefante, após perderem seu navio no gelo do Mar de Weddell, durante a Expedição Imperial Transantártica. Para salvar os britânicos, Pardo e sua tripulação, a bordo do cutter Yelcho, enfrentaram riscos extremos.

Em reconhecimento ao feito, um monumento com uma estátua de Pardo e uma parte de sua embarcação foi erguido na orla do porto de Punta Arenas. Durante a passagem do HMS Protector, a Ministra britânica para a América Latina e Caribe, Baronesa Jenny Chapman, acompanhada por marinheiros do navio e pela Embaixadora Britânica no Chile, Louise De Sousa, inaugurou uma nova placa comemorativa, marcando os 108 anos do resgate.

O HMS Protector, quebra-gelo da Marinha Real, serviu de cenário simbólico para a cerimônia, realizada próximo ao antigo píer da cidade, onde o Yelcho retornou com os sobreviventes da expedição de Shackleton em 3 de setembro de 1916. O navio britânico fez escala em Punta Arenas para manutenção antes de iniciar a segunda fase de sua missão na Antártica, após concluir operações científicas e de levantamento na região.

“Foi excelente conversar com a Marinha chilena para lembrar um verdadeiro herói do Chile, Luis Pardo”, disse a Baronesa Chapman. “No Reino Unido, todos conhecem Ernest Shackleton, mas poucas pessoas sabem o que Luis Pardo fez. Ele é um herói de verdade. Muitos não teriam tido sua bravura.”

O evento contou com a presença de acadêmicos, cientistas, diplomatas, governadores regionais e membros das forças de defesa e segurança. Os convidados também tiveram a oportunidade de visitar o HMS Protector, fortalecendo os laços entre Chile e Reino Unido.

A missão de resgate liderada por Pardo começou em 25 de agosto de 1916, quando o Yelcho deixou Punta Arenas, passando pelos canais a oeste da Terra do Fogo, abastecendo-se de carvão na Ilha Picton antes de atravessar a Passagem de Drake.

Após cinco dias de navegação, em 30 de agosto de 1916, o Yelcho chegou à Ilha Elefante, uma ilha montanhosa coberta de gelo na extremidade das Ilhas Shetland do Sul, no Oceano Antártico. Apesar da densa neblina, o tempo melhorou ao meio-dia, permitindo o resgate da tripulação de Shackleton. De volta a Punta Arenas, os sobreviventes foram recebidos com uma celebração histórica.

FONTE: Royal Navy

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Santamariense

A expedição fracassada de Shackleton e sua tripulação, a bordo do Endurance, transformou-se numa epopéia histórica que já rendeu livros, documentários, programas televisivos, etc. Já li duas vezes o livro “Endurance – A lendária expedição de Shackleton à Antártida”. O livro tem dezenas de fotos feitas pelo fotógrafo da expedição, Frank Hurley. Depois de quase 2 anos (1 ano e 10 meses), Shackleton e os 27 membros de sua tripulação foram salvos. Mesmo com as situações extremas de frio, fome e exaustão, não ocorreu nenhuma morte. Somente lendo o livro para se ter a dimensão do desafio que esses homens… Read more »

Leandro Costa

Tenho certeza que a expedição de Franklin para encontrar a passagem de Noroeste nunca esteve longe da mente de Shackleton.

Achei a homenagem justíssima.

Mas não poderia deixar de colocar o avião batizado em homenagem à Shackleton.

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Zé Rato

A expedição fracassada do Shackleton acabou por ser um pequeno milagre por nenhum integrante dela ter falecido. Mais a navegação épica de Shackleton num pequeno bote desde a Ilha do Elefante até à Geórgia do Sul, em busca de ajuda nas colónias de baleeiros que lá trabalhavam.

Contudo, alguns membros dessa expedição, que sobreviveram dois anos na Antártida em condições terríveis, regressaram são e salvos à Europa e faleceram pouco tempo depois… nos combates da Primeira Guerra Mundial. Triste…

E o Mar de Weddell, onde o navio da expedição ficou preso no gelo,… hoje já quase nem tem gelo.