Novas imagens divulgadas mostram pela primeira vez os quatro grandes tubos de lançamento instalados no USS Zumwalt (DDG-1000) para disparo de mísseis hipersônicos Intermediate-Range Conventional Prompt Strike (IRCPS). As outras duas embarcações da classe Zumwalt, USS Michael Monsoor e USS Lyndon B. Johnson, também receberão essas modificações, que envolvem a remoção dos canhões avançados Advanced Gun Systems (AGS), anteriormente planejados para esses destróieres furtivos.

As fotos foram apresentadas pelo Capitão Clint Lawler, gerente do programa da classe Zumwalt, durante o simpósio da Surface Navy Association. O USS Zumwalt passou por essas modificações desde agosto de 2023 no estaleiro da HII, em Pascagoula, Mississippi, retornando à água em dezembro, após meses em doca seca. O processo envolveu a remoção da torre frontal de 155mm do AGS, concluída em março de 2024, e a instalação dos novos tubos em outubro do mesmo ano.

Cada um dos quatro tubos de lançamento mede 7,25 pés (87 polegadas) de diâmetro. Os mísseis IRCPS serão armazenados em canisters Advanced Payload Module (APM) de três unidades por tubo, permitindo que o Zumwalt carregue até 12 mísseis hipersônicos. Esses mísseis utilizam um veículo planador hipersônico e estão sendo desenvolvidos em conjunto com o Exército dos EUA, que os utiliza na versão terrestre Dark Eagle (LRHW – Long Range Hypersonic Weapon).

O plano da Marinha é realizar os primeiros testes de disparo real do IRCPS no USS Zumwalt até o final de 2025. O Exército já realizou múltiplos testes com o Dark Eagle, incluindo o primeiro lançamento bem-sucedido de um míssil operacional em dezembro de 2024, após dois anos de falhas atribuídas ao lançador terrestre e não ao próprio míssil.

Embora os lançadores tenham sido projetados para os IRCPS, há indícios de que possam ser adaptados para outros tipos de armamento. Durante o simpósio, um conceito exibido pela Marinha mostrava canisters de sete mísseis dentro dos tubos, sugerindo que eles poderiam ser usados para disparar mísseis Tomahawk ou outros armamentos. O mesmo princípio já é empregado nos submarinos classe Ohio e Virginia Block IV, que utilizam lançadores múltiplos para disparar Tomahawks.

Ainda não está claro o destino do segundo canhão AGS que permanece instalado nos navios da classe Zumwalt. O USS Zumwalt mantém um deles, e há a possibilidade de reutilização do espaço para outros armamentos ou de se encontrar uma alternativa mais acessível para a munição guiada LRLAP (Long Range Land Attack Projectile), cujo custo de US$ 800 mil por unidade inviabilizou sua produção. Alternativas mais modernas, como munições de 155mm com propulsão ramjet e projéteis manobráveis de longo alcance, estão sendo exploradas.

O USS Lyndon B. Johnson, terceiro navio da classe, será o próximo a passar pela modificação para os novos lançadores. A conversão está ocorrendo durante os dois anos extras de integração de sistemas de combate, enquanto a instalação da tecnologia CPS (Conventional Prompt Strike) foi formalizada em contrato em agosto de 2024. Já o USS Michael Monsoor será o último da classe a ser modificado.

Destróier de mísseis guiados USS Zumwalt (DDG 1000)
Destróier de mísseis guiados USS Zumwalt (DDG 1000)

A expectativa é que o USS Zumwalt esteja operacional com os IRCPS em 2026, consolidando uma nova capacidade estratégica de ataques hipersônicos de longo alcance contra alvos de alto valor, como bases militares e infraestruturas estratégicas. Isso reforça o papel da classe Zumwalt, que sofreu redução significativa de suas capacidades originais e teve seu propósito questionado ao longo dos anos.

Com o primeiro disparo de um míssil hipersônico do USS Zumwalt previsto para 2025, o próximo ano será crucial para o futuro desses destróieres furtivos.

FONTE: The War Zone

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Dalton

” O mesmo princípio já é empregado nos submarinos classe Ohio e Virginia Block IV, que utilizam lançadores múltiplos para disparar Tomahawks.”
.
Os 8 Virginia Block III é que inauguraram essa capacidade com 2 grandes silos capazes de acomodar 6 “Tomahawks” cada um o que foi repetido nos Block IV.

Abner

A HII parece construir quase tudo da Marinha. Fazem LPD, modificações do Zumwalt, Arleigh burke, até submarinos eu acho.

Parece tudo concentrado sabe explicar o motivo?

Dalton

Submarinos com certeza não, mas, de fato são responsáveis por muitos projetos por conta de ser um grande e capaz estaleiro inclusive as modificações na classe Zumwalt já que o estaleiro que os construiu não tinha pessoal nem espaço para isso e os Arleigh Burkes construídos lá estão sofrendo atrasos no cronograma de entrega.
.

Franz A. Neeracher

Grande Almirante!

Creio que vc se esqueceu que a HII produz sim submarinos.

A “Newport News Shipbuilding”, sub-divisão da HII produz CVN e SSN.

A outra sub-divisão, a Ingalls Shipbuilding é que produz somente combatentes de superfície…..apesar de já ter produzido submarinos no passado.

Abner

Os Virginia e Ohio usam apenas “Tomahawks” ou operam outros mísseis?

Dalton

Apenas o “Tomahawk”. O terceiro Virginia da versão Block V em construção será capaz de acomodar os mísseis maiores em 4 silos localizados em uma seção extra
atrás da vela mantendo os 2 silos menores adiante dela para 6 “Tomahawks” cada.
.
Em 2021 a US Navy anunciou que pretende trazer de volta o “Sub Harpoon” para seus submarinos lançados por tubos para torpedos após um teste efetuado poucos anos antes pelo então USS Olympia, mas, ainda não foram entregues.

Last edited 5 horas atrás by daltonl
Gustavão

Essa Classe Zumwalt e um navio caro, a cada unidade saiu por 3,5 bilhões, e pesquisa e desenvolvimento 9,6 bilhões.
Enquanto a China produzindo type 55 900 milhões.

Bosco

Um empregado do estaleiro americano chega de pick-up e tem casa com piscina , já o chinês chega de lembreta e mora num apto de 20 m2.
Não dá pra comparar economias diferentes e nem vamos entrar no mérito da qualidade e inovação.

No One

Kkkkkk, boa.

Jmgboston

Bosco, você está certíssimo quanto ao padrão de vida americano, exceto que quase não usamos picina por aqui. O clima não ajuda.

Jmgboston

Pergunta fora do tópico Bosco; Quantos caças no mundo tem capacidade de abater um balão como o F22 fez naquela altitude? Acredito que poucos.

Bosco

O balão estava a quase 20 km de altura e traz algumas dificuldades e uma delas é detectar o dito cujo a partir do chão ou de uma aeronave tendo em vista a sua maioria ser de material transparente ao radar e ter reduzida assinatura térmica, além de estar a baixa velocidade. Radares de vigilância aérea não são em geral regulados para velocidades tão baixas e tais contatos são desprezados pelo processador do radar que não os consideram ameaças. Para atingi-lo com um míssil guiado por calo também não é muito simples porque há de se saber se a assinatura… Read more »

Jmgboston

Valeu a aula. Obrigado.

MMerlin

Mas aí são vários fatores que influenciam Bosco.

Vai desde o tempo de industrialização americana, a economia americana continua sendo maior, a China tem muito mais bocas para alimentar (o que exige uma distribuição maior de trabalhos dividindo a renda) e, por fim, as metas de construção do setor militar (que exige um maior número de colaboradores).

Claro que está bem simplificado. Existem questões sociais também envolvidas mas a China tem evoluído bastante. Mas ainda tem muito chão para os trabalhadores chineses chegarem no padrão americano. Se é que um dia querem chegar.

André Macedo

Interessante como fizeram um navio pensando na guerra marítima do futuro, mas provou-se uma previsão errada e a guerra no mar não mudou tanto assim.

Diogo de Araujo

Isso foi feito por alienígenas não é possível. Mas lembro quando eles lançaram o f-22 tbm, não havia páreo até os dias de hj, porém parece que os chineses estão batendo a porta. Porém, navio com um design desses só os americanos por enquanto sem chance.

Iran

Star Destroyer do Star Wars