Marinha dos EUA planeja gastar US$ 1 trilhão em 30 anos para fortalecer frota
A Marinha dos Estados Unidos planeja gastar US$ 1 trilhão nos próximos 30 anos para expandir e modernizar sua frota, buscando manter sua superioridade global no mar diante do avanço da China e de outras potências. De acordo com um relatório do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), a necessidade de um aumento substancial da frota é essencial para enfrentar as crescentes ameaças navais, especialmente de China e Rússia, que continuam expandindo suas capacidades militares.
A competição naval entre os Estados Unidos e a China já está sendo chamada de “Corrida das Frotas” e deverá ser um dos principais fatores da geopolítica global nas próximas décadas. Atualmente, a China conta com aproximadamente 234 navios de guerra, incluindo cerca de 50 fragatas e o mesmo número de destróieres, além de duas operando e uma terceira em testes no mar. Além disso, a China possui uma poderosa guarda costeira, projetando força muito além do Mar do Sul da China, com presença já registrada no Mediterrâneo e no Caribe.
Apesar do número crescente de embarcações chinesas, simulações de guerra recentes sugerem que, em um conflito direto, a China perderia mais navios do que os EUA. No entanto, a capacidade chinesa de repor essas perdas rapidamente continua sendo uma preocupação estratégica para os militares americanos. A Marinha dos EUA, por sua vez, opera 11 porta-aviões de propulsão nuclear, mas enfrenta dificuldades para expandir sua frota no ritmo necessário para manter sua vantagem estratégica.
O relatório do CBO, divulgado no último mês, avaliou o plano da Marinha para 2025, submetido durante a administração Biden, e concluiu que a nova estratégia busca redistribuir o poder de fogo entre um número maior de navios. Essa abordagem exigirá um orçamento significativamente maior do que nos anos anteriores, com um aumento de 46% no financiamento anual para construção naval em relação à média dos últimos cinco anos. Estima-se que o custo anual de construção de novos navios será de cerca de US$ 40 bilhões em dólares ajustados para 2024 ao longo das próximas três décadas.
Incluindo despesas com manutenção da frota, novas aeronaves, armamentos e o financiamento do Corpo de Fuzileiros Navais, o orçamento total da Marinha precisará crescer dos atuais US$ 255 bilhões para US$ 340 bilhões até 2054. O objetivo é aumentar o número de embarcações de combate de 295 em 2025 para 390 até 2054. No entanto, antes da expansão, a frota deve encolher temporariamente para 283 navios em 2027 devido ao cronograma de aposentadoria de embarcações mais antigas.
O plano prevê a aquisição de 364 novos navios de combate e suporte logístico ao longo das três próximas décadas. A estratégia da Marinha inclui a compra de um maior número de navios de menor porte e modelos de geração atual, em comparação com as projeções anteriores. Nos primeiros dez anos da implementação, a frota verá uma redução momentânea no seu poder de fogo, que será restaurado e ampliado à medida que mais embarcações entrarem em operação.
Os desafios para atingir essas metas são significativos. Relatórios indicam que a indústria naval dos EUA enfrenta dificuldades devido à escassez de mão de obra qualificada, mudanças frequentes nas prioridades de defesa e atrasos nos projetos. De acordo com o especialista Eric Labs, do CBO, o setor naval americano está em uma das piores condições dos últimos 25 anos. Além disso, a capacidade dos estaleiros americanos precisa aumentar consideravelmente para atender às demandas de construção de navios da Marinha.
A produção de submarinos nucleares, em particular, precisará crescer substancialmente, pois esses navios desempenham um papel essencial na estratégia de dissuasão e operações clandestinas. Se os Estados Unidos não conseguirem acelerar a produção naval, o diferencial numérico da China poderá continuar aumentando, representando um grande desafio estratégico para a Marinha americana.
Com um investimento sem precedentes, a expansão e modernização da frota americana não apenas reforçam sua presença militar global, mas também servem como um alerta para aliados e adversários de que os Estados Unidos pretendem manter sua posição como a principal potência naval do mundo.
01 Trilhão que virará 02 trilhões facilmente…não tenho dúvidas e se não construírem novos e modernos estaleiros, os 30 anos virarão 40…Os EEUU ainda não entenderam que a China passou 50 anos planejando com muito cuidado o que começou a executar em meados de 2002, após se prepararem muito em termos de infraestrutura, sem contar o fato de que são uma “ditadura” extremamente organizada e resiliente, que não presta muita conta do que faz e faz com muita eficácia…
Bem isso.
Democraticamente, não vejo como os Estados Unidos igualar o ritmo de construção naval militar chinês.
A não ser que Trump transforme isso no objetivo principal da marinha americana e resolva investir o que for necessário para alcançar esse objetivo, independentemente dos custos. Os estaleiros americanos iriam agradecer eternamente.
Resta saber quanto desse valor realmente será investido pq boa parte certamente vai se perder no superfaturamento dos projetos americanos.
O tal do lobby lá é legalizado, por aí já dá pra se ter uma ideia de como a banda toca.
Atualmente a indústria naval chinesa em particular, e a indústria como um todo, são mais eficientes que as norte-americanas, principalmente nos custos. É só acompanhar aqui na Trilogia, não passa uma semana sem uma “novidade” chinesa. Se produzir nos EUA fosse mais barato que na China, nenhuma indústria norte-americana se instalaria por lá (Apple, Tesla, etc.). A China tem mão-de-obra farta, de baixo custo e qualificada. De resto, o que não falta ao governo chinês é dinheiro. Dinheiro compra tudo: tecnologias avançadas, treinamento e adoção de boas práticas de produção e de gestão. Não há melhor exemplo do que a… Read more »
Há tempos perdeu a supremacia marítima, basta olhar para os números da China.
Trilhão no Brasil é só um trilho muito grande mesmo.
“A Marinha dos Estados Unidos planeja gastar US$ 1 trilhão nos próximos 30 anos para expandir e modernizar sua frota, buscando manter sua superioridade global no mar diante do avanço da China e de outras potências …”
E mais uma vez digo: ceteris paribus … Especialmente em um horizonte de 30 anos e sem as verborragias estúpidas do trumpismo, ao menos as originais … Esse tipo de declaração só serve para preencher pauta de mídias navais, nada mais.
Ahh, viva a China
Abaixo o neofascismo.
O mais duro, é ver brasileiro morando
nos states opinando como se fossem
americanos.
Coisa feia senhor editor,
onde está a liberdade de
escrever o que quer
escrever, e não ataquei
ninguém.
Apenas relatei uma experiência
vivida.
Depois falam em liberdade entre
outras coisas.
Nota da moderação:
Obrigado por compartilhar conosco os seus sonhos.
Mas somos da opinião que não é necessário nos presentear mais de uma vêz.
Uma vêz é suficiente….sonho é coisa para se guardar!!
Vamos focar no tema da matéria que difere bastante dos seus sonhos.
Gratos pela compreensão.
US$ 1 trilhão é igual a:
3 anos de exportações de armas (US$ 317 bi em 2024).
2,5 anos de exportações de petróleo e gás e derivados (US$ 400 bi por ano)