Iwo Jima: 80 anos de coragem e sacrifício
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No dia 19 de fevereiro de 1945, os fuzileiros navais dos Estados Unidos desembarcaram na pequena e estratégica ilha de Iwo Jima, no coração do Pacífico, dando início a uma das batalhas mais sangrentas e emblemáticas da Segunda Guerra Mundial. Hoje, 80 anos depois, autoridades, veteranos e familiares se reúnem para homenagear os heróis que lutaram com bravura para conquistar a ilha – um símbolo eterno de sacrifício e determinação.
A operação anfíbia, denominada “Operação Detachment”, envolveu cerca de 70 mil Marines e uma frota composta por mais de 450 navios, reunindo uma força sem precedentes. O objetivo era claro: capturar os três aeródromos da ilha, que permitiriam aos americanos lançar ataques aéreos decisivos contra o Japão e, ao mesmo tempo, oferecer um ponto de apoio para aeronaves danificadas.
Durante os intensos 36 dias de combate, a batalha revelou o cenário de um verdadeiro inferno. Os marines enfrentaram um inimigo que, mesmo em número reduzido – aproximadamente 21 mil soldados –, lutava com uma tenacidade que transformou Iwo Jima num labirinto de túneis, bunkers e crateras. O terreno vulcânico, com sua areia negra e escorregadia, dificultou os desembarques e o avanço das tropas, enquanto a preparação defensiva japonesa, liderada pelo general Tadamichi Kuribayashi, forçou os invasores a uma luta corpo a corpo em condições extremas.
Um dos momentos mais icônicos da batalha ocorreu em 23 de fevereiro, quando seis marines ergueram a bandeira dos Estados Unidos no topo do Monte Suribachi – imagem que, imortalizada pelo fotógrafo Joe Rosenthal, se tornaria um símbolo mundial da vitória e do sacrifício. No entanto, essa vitória teve um custo altíssimo: dos mais de 25 mil baixas registradas entre mortos e feridos pelos americanos, quase 7 mil perderam a vida, enquanto os defensores japoneses, em uma resistência que beirou o suicídio, tiveram perdas três vezes maiores.
Hoje, os veteranos relembram com orgulho e emoção aquele dia decisivo. “A lembrança de Iwo Jima é um lembrete permanente de que a liberdade tem um preço imenso”, afirma um dos sobreviventes, emocionado ao revisitar a ilha. Cerimônias de homenagem, depoimentos e exposições históricas marcam o 80º aniversário, reafirmando a importância de preservar a memória desse capítulo crucial da história mundial.
VÍDEOS: O apoio de fogo naval e o desembarque em Iwo Jima
Além de servir como lição estratégica – os sacrifícios em Iwo Jima influenciaram as operações seguintes, como a de Okinawa e os planos para uma eventual invasão do Japão – o desembarque simboliza a coragem inabalável dos que lutaram em condições adversas, desafiando a morte em nome de um ideal maior.
Sobre esse fato histórico, recomendo o filme “Cartas de Iwo Jima” , com direção de Clint Eastwood. Surpreendentemente imparcial, para um filme de Hollywood.
Aquele documentário “A Guerra do Pacífico em cores” é muito bom e esclarecedor também. Recomendo.
Obrigado pela dica.
Na verdade foram dois filmes de Clint Eastwood, lançados praticamente ao mesmo tempo: “A Conquista da Honra”, que mostra a Batalha de Iwo Jima pela ótica estadunidense; e “Cartas de Iwo Jima”, que mostra o ponto de vista japonês.
Verdade. Assisti os dois. Excelentes. Citei “Cartas de Iwo Jima” em razão de o filme ter sido feito em Hollywood, por ser bem isento tanto quanto uma produção holiwoodiana pode ser e por ser bem feito.
Eu preferi o Cartas!
Fica também a dica do livro “Picture Letters From The Commander in Chief”, que traz as cartas escritas pelo Gen. Tadamichi Kuribayashi para sua família. Não sei se saiu edição traduzida para o português, mas a versão em inglês (que eu li) é fácil de importar.
Obrigado pela dica.
Sobre a foto, entao o melhor filme e “a conquista da honra”, que é a versão americana desse filme que tu citou, e conta exatamente a história dessa foto.
Apoio de fogo pesadíssimo, mas que não surtiu o efeito desejado, a eliminação dos japoneses.
Não sabiam os norte americanos que eles estavam entrincheirados em quase 18km de túneis.
Além dos americanos, máximo respeito aos soldados japoneses que lá combateram, se mostraram soldados extremamente corajosos e inteligentes, venderam muitíssimo caro a ilha.
Eu tenho zero respeito por soldados Japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Para mim, todo militar japonês na Segunda Guerra Mundial é tão baixo e vil quanto um SS totenkopf ou membro de einzatsgruppe. Lutaram com tenacidade fanática? Corajosos? Sim, com certeza. Mereceram tudo de ruim e muito mais que lhes aconteceu.
Essa tua visão excessivamente pró-americana às vezes dá vontade de rir. Japoneses e alemães cometeram atrocidades? Sim. Americanos não? Bombardear cidades alemãs para arrancar o telhados das casas e depois passar jogando combustível com aviões para atear fogo nos civis alemães não é uma atrocidade? A USAF fez isso.
Tal fato nunca ocorreu, o que se viu foi o uso de bombas incendiárias
Bombas incendiárias de fósforo branco? É, melhorou deveras.
Ocorreu sim, pesquise sobre o Bombardeio de Dresden
Não. Não ocorreu. Aliás, acho que a USAAF nem jogou bombas incendiárias sobre Dresden. Só os Ingleses. Acho que a USAAF só jogou HE mesmo. Vou até tentar ver isso depois.
Mas enfim, Dresden era alvo válido, apesar do que foi propagado no pós-Guerra.
Visão pró-Americana? Você é maluco? Pode ser visão pró-Chinesa, pode ser pró-Malaia, pode ser pró-Britânica, Australiana, Tailandesa, Vietnamita, Filipina, Polinésios, Neozelandesa, Birmanesa, pode ser pró um monte de coisa. Vamos encurtar isso para pró-Humana? Esse papo de ‘arrancar telhados de casas para depois jogar combustível e botar fogo’ é algo que realmente nunca aconteceu. Jogava-se bombas de alto teor explosivo e bombas incendiárias. Os ingleses que foram mestres em fazer isso. Os Americanos fizeram mais no Japão, com melhor efeito devido às características das cidades Japonesas. E olha só, todo Mundo fazia a mesma coisa. Napalm não era muito utilizado… Read more »
Exatamente. Todo mundo fez a mesma coisa: alemães, japoneses, soviéticos, quiçá até brasileiros. Acontece que há uma indignação seletiva por parte de alguns. Quando fala-se das atrocidades dos países do Eixo há uma indignação “mais forte” , digamos assim, do que quando se trata dos Aliados. Pra mim quem cometeu atrocidades na guerra é criminoso. Ponto. Não importa a nacionalidade. Ocorre , porém que a História é escrita pelos vencedores, daí a ausência de apuração das atrocidades dos Aliados. Afinal de contas, venceu-se a guerra e é o que importa. E mais uma coisa: USAF ou USAAF, do ponto de… Read more »
Pois é. A diferença é quando confundem crimes de guerra com o modo de guerrear da época. Guerra é horrível, pessoas morrem, vidas são destruídas. Quando se precisa matar civis para se atingir um objetivo, eu ainda consigo engolir. Engulo com dificuldade, mas consigo. Agora quando se mata pessoas de maneira sistemática porque não as quer ali, não quer problema, ou os consideram inferiores, como Alemães e Japoneses faziam de forma sistemática e brutal, aí não dá para engolir. Aliados cometeram atrocidades? Sim. E muitos foram presos e condenados por isso. Mas nunca foi política de Estado ou algo cultural.… Read more »
Todo mundo fez…mas…não com a mesma intensidade que alemães e japoneses fizeram, acho importante ressaltar isso, porque senão fica parecendo que os vitoriosos cometeram tantos ou mais crimes e é bem provável que os perdedores, caso vitoriosos, não teriam dado à mesma oportunidade de defesa como ocorreu em Nurembergue e Tóquio.
Só para deixar claro: não estou “passando pano” para as políticas e práticas racistas do Império do Japão e para o III Reich na 2a. GM. A reportagem fala especificamente de Iwo Jima e de como soldados, americanos e japoneses, enfrentando risco de morte quase certa, tentavam cumprir seu dever. Isso que merece respeito sim e a todos: o ser humano diante do dilema entre optar pela auto-preservação e pela necessidade de cumprir seu dever, do qual se incumbiram voluntariamente. Se você acha que, pelo fato dos países desses soldados terem incentivado a prática de atrocidades, tais soldados não merecem… Read more »
Sequim, você ainda não entendeu como os Japoneses funcionavam. Eles não lutaram até o fim porque optavam pela auto-preservação ou pelo cumprimento do dever. Eles optavam por morrer em combate ou morrer devido ao combate. Não existia outra opção. A outra opção era impensável, que era se render. Se o Japonês se rendia, ele deixava de ser gente. Ele perdia a honra, e de acordo com a interpretação da época do código do Bushido, ele não era nada, era muito além de desprezível, indigno do ar que respira. Boa parte, senão a maioria, dos prisioneiros Japoneses na Guerra, foram aprisionados… Read more »
Amigo Leandro essa é uma questão delicada que foi colocada de lado em nome de uma reconciliação entre americanos e japoneses, principalmente pelo interesse maior da Guerra Fria, mas que deixou de lado outros povos que sofreram terrivelmente nas mãos dos militares japoneses, principalmente chineses e coreanos. O fanatismo de boa parte das tropas japonesas que aplicava uma brutalidade, uma crueldade, um total desrespeito ao inimigo fosse militar ou civil (não importando se eram mulheres, crianças ou idosos) só tem similaridade atualmente ao comportamento dos terroristas islâmicos. Todo fanatismo deve ser combatido, ele bloqueia o senso dos limites de ação… Read more »
Luciano, pra variar concordo com você. E houveram sim, muitos veteranos japoneses que entenderam o que aconteceu e o que fizeram. As entrevistas deles são de dar nó no estômago. Carregavam um fardo pesado nas costas.
Mas até mesmo para funções de ocupação e reconstrução do Japão, era uma questão que precisava ser deixada de lado. Até mesmo em relação à crimes de Guerra e Julgamentos, temos bem menos visibilidade do que Nuremberg, por exemplo.
Foram tempos sombrios, para tudo quanto é lado.
Já comentei isso antes aqui… a população japonesa, foi inclemente com
os altos oficiais das forças armadas por considera-los responsáveis pela tragédia que abateu-se sobre à nação, a viúva do comandante do “Shinano” por exemplo, para conseguir emprego e/ou não ter sua casa apedrejada, ocultou durante anos com quem fora casada.
.
Muitos nazistas absolvidos nos julgamentos de Nurembergue foram julgados novamente pelos próprios alemães e sentenciados à penas de prisão.
Isso sem falar no mal que fizeram à própria população civil japonesa que em 1945 estava altamente subnutrida pois a produção insuficiente de alimentos era distribuída prioritariamente p/ as forças armadas, sem falar da falta de assistência médica (faltavam remédios, médicos, enfermeiros e em cidades bombardeadas também hospitais) e mesmo assim eram distribuídos folhetos p/ os civis ensinando a resistirem a uma invasão americana armados c/ lanças de bambu, já que não havia armas e balas suficientes nem p/ todos os soldados. Tem que se diferenciar atrocidades cometidas por decisões de Estado das cometidas por indivíduos que cara a cara… Read more »
Ainda bem que o Imperador aceitou que estava acabado e rendeu o Japão, fato que quase lhe custou a vida
A vida do imperado jamais foi ameaçada, mesmo durante a tentativa de golpe pelos oficiais juniores. O intuito era impedir o anúncio da rendição ao sequestrar o Imperador para tirá-lo de perto da influência de civis derrotistas. A vida do Imperador jamais esteve na balança.
Amigo, não fale isso.
Iwo Jima é uma ilha + ou – medindo 5 km x 6 km e relativamente plana com pouca elevação, com exceção do monte rochoso…estas dimensões e topografia dificultam sua defesa.
Você percebe o quão renhida foi a luta pelo fato de terem de empenhar TRÊS DIVISÕES completas de marines numa ilha minúscula.
Isso deve ter sido uma força maior do que o USMC tem operacional hoje e várias vezes maior que o nosso CFN.
As 3 Divisões reuniram cerca de 70.000 fuzileiros conforme o texto, inclusive reservas
pessoal da retaguarda, etc e nunca foram todos comprometidos em combate ao mesmo tempo, mas, o “USMC” hoje é formado por 180.000 pessoas na ativa, algo em torno de 10 vezes mais que o nosso “CFN”.
Sim, mas muito desse pessoal é da administração, ensino etc. Quanto disso é combatente? Isso que eu quis dizer.
Duas das três divisões tinham por volta de 25 mil homens lá; será que o USMC hoje com a força disponível atualmente seria capaz de desdobrar algo similar hoje?
A Guerra de apoio de fogo naval de pesadíssimos canhões, tomada de kbeça de praia, luta corpo a corpo na época a Guerra se definia assim.
Hoje é apenas ao toque de botão e a distância, e na base de canetada dizendo qual País tá certo e qual tal errado.
Politizaram a Guerra, daqui a pouco vão agregar a cultura “woke” também.
Aguardemos 🤔
A ultima guerra que os EUA venceram com DIGNIDADE o restante foi só para roubar petróleo.
E você aí roubando o oxigênio que pode ser usado por uma pessoa que pensa… tsk, tsk, tsk..
😂😂😂😂😂😂
hahahahahaha
O fato é que Kuribayashi é um dos grandes nome da História. Pessoalmente eu não acredito que um general daquele calibre tirou as divisas no fim da invasão. Baseado em nada, só palpite.
Se bobear acabou no interior de SP criando “garinha”.