Submarinos Scorpène: um marco para a defesa nacional
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Submarino Humaitá - S41
*Por Naval Group
Os submarinos da classe Scorpène® representam um avanço significativo para as Marinhas do Brasil e do mundo, incorporando tecnologias modernas de propulsão, furtividade e capacidade de ataque. Equipados com sistemas de combate avançados, sensores de última geração e capacidade de operação em diferentes profundidades, esses submarinos são essenciais para monitoramento, dissuasão e resposta rápida a ameaças marítimas. O sucesso internacional comprova sua eficácia, sendo utilizado pelas Marinhas do Brasil, Chile, Índia e Malásia, principalmente pelas suas características de discrição, facilidade de uso, adaptabilidade aos requisitos das Marinhas, capacidade de modernização e automação.
A soberania marítima do Brasil é um pilar essencial para a defesa nacional e o desenvolvimento econômico. Com uma zona econômica de aproximadamente 5,7 milhões de km², conhecida como Amazônia Azul, o país possui vastas reservas de recursos naturais, rotas comerciais estratégicas e ecossistemas marinhos de grande relevância. Nesse contexto, os submarinos da classe Scorpène® auxiliam na proteção e vigilância das águas brasileiras, ajudando a garantir a segurança e a soberania nacional.
A Amazônia Azul abriga riquezas naturais estratégicas, como reservas de petróleo e gás, além de ser fundamental para a pesca, o transporte marítimo e a biodiversidade. A presença de submarinos modernos nessa região é essencial para ajudar a garantir a proteção desses recursos contra ameaças externas, como atividades ilegais, exploração predatória e possíveis disputas internacionais.
Os submarinos da classe Scorpène® possibilitam uma presença discreta e eficaz na vastidão do território marítimo brasileiro, atuando na patrulha, no monitoramento de embarcações e na dissuasão de ações que possam comprometer a segurança nacional. Sua capacidade de operar de maneira furtiva confere ao Brasil um elemento estratégico de defesa que não só fortalece a proteção de sua zona econômica exclusiva, mas também posiciona o país como um protagonista no cenário geopolítico global, onde a segurança das rotas marítimas e o equilíbrio de forças têm implicações diretas nas relações internacionais.

O desenvolvimento da autonomia estratégica das Marinhas é um dos pilares dessa cooperação. Por meio da ToT e do compartilhamento de conhecimento técnico, as nações parceiras também adquirem a capacidade de projetar, construir e manter suas próprias embarcações no longo prazo. Isso permite que as Marinhas reduzam sua dependência externa, ampliem sua capacidade de dissuasão e fortaleçam sua defesa marítima com meios próprios e sustentáveis.

Além disso, o impacto econômico local gerado por esse modelo de parceria é expressivo, promovendo o desenvolvimento da Base Industrial e Tecnológica de Defesa. A nacionalização de processos produtivos e a capacitação de fornecedores locais impulsionam a economia, criando oportunidades para empresas do setor e incentivando a inovação tecnológica.
No Brasil, a construção de submarinos pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) é um exemplo deste impacto. Esse projeto não apenas fortalece a indústria de defesa nacional, mas também gera empregos qualificados e fomenta o desenvolvimento de novas tecnologias. A transferência de tecnologia tem sido fundamental para esse avanço, permitindo que engenheiros e técnicos brasileiros se especializem e contribuam para a autonomia operacional da Marinha do Brasil.
Desde o seu início em 2008, o PROSUB já resultou na construção e entrega de dois submarinos convencionais da classe, o Riachuelo e o Humaitá, além dos recentes exercícios de comissionamento com o Tonelero e a fase avançada de construção do Almirante Karam, ampliando significativamente a capacidade naval do Brasil. O programa também viabilizou a construção do Complexo Naval de Itaguaí, onde são realizados processos de montagem e testes avançados. Atualmente, o Programa avança na construção do primeiro submarino com propulsão nuclear do Brasil, reforçando a autonomia estratégica do país.
Um novo patamar para a defesa brasileira
A adoção dos submarinos da classe Scorpène® pela Marinha do Brasil representa um avanço significativo na modernização das Forças Armadas e no fortalecimento das capacidades de defesa do país. Esses submarinos não apenas reforçam a proteção territorial, mas também desempenham um papel fundamental na intensificação da cooperação internacional em segurança marítima, contribuindo para a estabilidade regional. Com tecnologias avançadas e capacidades operacionais aprimoradas, os submarinos da classe Scorpène® ajudam a garantir a proteção das vastas fronteiras marítimas do Brasil, consolidando sua posição estratégica no Atlântico Sul.
O Scorpène® atende às necessidades da Marinha do Brasil ao oferecer alta discrição, autonomia operacional e tecnologia de ponta, essenciais para a defesa da Amazônia Azul. Sua capacidade de operar em águas profundas e litorâneas garante vigilância eficaz e dissuasão estratégica. No âmbito do PROSUB, a adaptação do projeto para integrar sistemas nacionais fortalece a soberania tecnológica do país.
Combinando tecnologia de ponta, desenvolvimento industrial e fortalecimento da soberania, os submarinos Scorpène® consolidam-se como um investimento estratégico para o futuro do Brasil. A garantia da proteção da Amazônia Azul e a defesa dos interesses nacionais dependem da capacidade do país de vigiar e proteger suas águas — e os Scorpène® cumprem esse papel com excelência.
Daqui a 30 anos saberemos o que terá sido feito com toda essa tecnologia.
Se desenvolvida pela MB, ou, se escanteada, como já aconteceu, para a aquisição de uma nova tecnologia por valores absurdos juntamente com o velho discurso de falta de recursos.
Infelizmente não precisamos esperar 30 anos para saber!
A tendência é que nada seja feito, daqui 30/40 anos vamos comprar novos subs fora, pagando caro e gerando emprego e conhecimento em outros países…como tantos outros projetos desperdiçados…
Espero mesmo estar errado! Daqui 30 anos estarei com 80, não sei se estarei vivo para vir aqui comemorar estar errado rs
Desta forma todos ganham um dinheirinho. kkk
Concordo integralmente com o comentário. Acho ainda que após a construção dessas quatro unidades com a dita ” transferência de tecnologia” poderíamos já além de adquirir ao menos mais duas unidades da atual classe, iniciarmos um projeto nacional baseado no aprendizado da construção e transferência de tecnologias adquiridas da França. Lógico que existem componentes que compõem esse equipamento que não fabricamos e talvez não tenhamos tecnologia ainda para fabricarmos, exemplo disso são os tubos de torpedos e os próprios torpedos. Mas a estrutura ou casco e outros componentes internos do equipamento, poderíamos já ter um projeto nosso, e diminuirmos a… Read more »
Exatamente isso. Mas os recursos para que isso aconteça serão tragados pelo submarino nuclear.
Acredito que se não fosse isso, esse dinheiro poderia ser utilizado para a aquisição de mais “Riachuelos” e desenvolvimento de um submarino 100% nacional.
Não é bem assim.
Não produzimos baterias, motor elétrico principal, geradores e máquinas diesel, conjuntos de mira (alças, periscópio), sonares, calotas de aço, tintas, sistemas de navegação e combate, armas…
Em momento algum afirmaram que existiu ToT para os Scorpenes. O que há é o aprendizado da construção e o treinamento da mão de obra como soldadores na França.
Um projeto nosso de submarino litorâneo de ataque…antes de 30 anos é impossível. O Mansup, um míssil anti-navio, já leva isso.
Franceses produzem submarinos desde os anos 1800…assim como russos, norte-americanos, britânicos.
Exatamente, sem firulas, direto ao ponto, muito marketing neste capacidade de independência, continuamos com os mesmos erros, persiste, os projetos de um lado compra de prateleira, do outro uma megalomania de projeto de absorção de tecnologia que são no quesito orçamento como tecnológico uma brutal deficiência nossa, inviabilizando a promessa, ou os compromissos que a MB diz ter e apresenta a sociedade civil. Sem querer tirar o mérito da importância do projeto para nosso país, qualquer análise mais séria sobre o projeto, sabem muito bem que irá se perder ao longo das intrigas orçamentárias e ausência de investimentos na criação… Read more »
Esteves: “Em momento algum afirmaram que existiu ToT para os Scorpenes. O que há é o aprendizado da construção e o treinamento da mão de obra como soldadores na França.” Não é bem assim. E não é o que diz o site da Marinha do Brasil. Ou Esteves sabe mais do que a Marinha? Trechinho retirado do texto que se encontra no link mais abaixo: “Por meio de um processo de transferência de tecnologia, a construção dos S-BR está sendo realizada por mão de obra brasileira (engenheiros e técnicos) contando com a assistência técnica de franceses da empresa Naval Group. O… Read more »
As baterias é um componente importante para ser nacionalizado porque é algo que precisa ser trocado periodicamente. O motor principal é uma peça adquirida na construção do submarino e nunca mais é trocado… faz sentido compra-lo.
O sistema de combate é principalmente um software. O hardware é eletrônica comercial.
Já dominamos a tecnologia de fazer as partilhas do sonar. Isto foi desenvolvido na década de 90.
O Submarino Tamoio (S-31), construído no estaleiro Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, lançado ao mar em 18 de novembro de 1993, há 32 anos atrás ainda no governo Itamar Franco, esse sim, um marco um marco para a defesa nacional.
Tudo muito bacana.
Porem, sem a encomenda de pelo menos 1 novo submarino e começar a pensar no projeto de uma nova classe, que eventualmente vai substituir os Scorpene no futuro, todo recurso investido será em vão (mais uma vez).
Exatamente isso. Agrega-se a isso o fato que no Brasil qualquer projeto leva anos e anos para sair do papel e anos e anos para se ter recursos quando tem para por em prática o projeto. Já teríamos que estar pensando em projeto para daqui 15 ou 20 anos no mínimo, execução do mesmo mais uns 10 no mínimo.
O PMG dos Tupis foram feitos no Brasil no AMRJ. Onde eram feitos os PMG daqueles submarinos fornecedidos pelos EUA (Acho que eram Guppy) e dos Oberon fabricados na Inglaterra?
AMRJ.
Os Tupis tenho certeza.. tenho dúvidas sobre os anteriores
AMRJ.
Camargoer quantos anos são necessários para construir 1 submarino convencional como os Scorpène ?
A partir de um projeto consolidado como o Scorpene é o que fazemos.
Base primeiro. Estaleiro depois. Construção inicial em seguida. É só visitar o site da ICN e acompanhar.
Oi…. depende de muita coisa… são equipamentos complexos e caros… supondo que tudo esteja dando certo,.. recursos orçamentários disponíveis e o fornecimento de dispositivos garantido, uns 7 anos desde o batimento da quilha, construção, lançamento, testes e entrega. Pode ser mais.. o Tikuna deve ter demorado 9 anos… acho que o S43, o mais novo da classe de Scorpenes. vai ser mais rápido que os antecessores…
como são equipamentos feitos praticamente de modo artesanal.. cortando cada peça uma a uma, o tempo para construir cada submarino pode ser diferentes até mesmo dentro de uma mesma classe
Esteves está correto 🙂
.
Na verdade todos os submarinos que a marinha já teve foram reparados e
passaram por manutenção no “AMRJ”
valeu
Ok, textinho bacana e bonitinho da Naval Group, até aí, ok.
Tô mais interessado é na continuidade desse programa, se teremos +2 subs convencionais, ou se tudo isso terá o mesmo destino do programa Tupi.
Boa tarde Wilber;
Acredito que terminando os convencionais deverá ser iniciado o SNBR Álvaro Alberto.
Salvo se o orçamento permitir 🤷♂️
Auto elogio.
Saberemos mais quando esses submarinos forem à exercícios e missões.
Estaleiro parado é desperdício de recursos. E conhecimento.
Deveriam vender os Tupi´s enquanto ainda valem alguma coisa e construir ao menos mais um scorpéne.
Não valem mais nada… Tem um cortado no AMRJ que não voltara mais… Tem dois encostados que precisariam cortar para navegar mais 10 anos… E tem o Tikuna mais novo e teria como navegar mais 20 anos…
A MB teve uma janela para transferir 2 Tupis para a Argentina.. podia mas não “doeu” agora virou sucata. Quem sabe colocar em uma área para visitação… Aproveita o que está cortado e monta em.uma praca
O Ticuna será que irão transferir para Itaguaí junto com o Guilhobel,para assim formarem a força de submarinos toda em Itaguaí e o Mocangue fica só com os meios de superfície?
Eu acho que vai tudo para Itaguaí mesmo ainda que demore um pouco porque está indo por partes
Então a base do Mocangue vai ser desativada pelo menos para os submarinos,será que futuramente a esquadra de superfície também será transferida para outro local como no nordeste? Mocangue está muito exposto,da para ver tudo.
Não sei qual será o destino da base após os submarinos serem transferidos para Itaguaí. Creio que a MB usará o local para sediar as FCT.
Por que os Tupis “mais novos” foram descomissionados e o Tupi mais antigo não?
É difícil saber exatamente… eram 5 submarinos… dois deles chegaram no momento de fazer o PMG. É um procedimento caro e demorado.. coisa de US$ 30~35 milhões.. tem que cortar o casco e trocar tudo.. A MB escolheu suspender as manutenções de dois Tupis, que foram colocados em reserva. Um terceiro submarino entrou em PMG e, pelo que ficamos sabendo, foi encontrado um problema complexo que ficaria caro para arrumar (ainda que provavelmente fosse possível).. dai o PMG parou no meio…. sobraram o Tupi e o Tikuna… o Tupi já fez dois PMG.. provavelmente ele nem vai entrar em PMG..… Read more »
Obrigado.
Unidades mais antigas serão submetidas à modernização antes das mais novas – há uma fila – e se as mais novas não o forem seja por quaisquer razões, estarão em situação de inferioridade material. . O “Tupi” após o segundo “PMG” encerrado em dezembro de 2015 ganhou uma sobrevida de uns 9 anos enquanto os demais que estavam na “fila” como o Camargo escreveu não passaram por essa crucial modernização, nem mesmo estavam mais certificados para mergulhar, foram deixados de lado até oficialmente retirados de serviço em 2023. . A modernização do “Tikuna” encerrada em fins de 2020 garante a… Read more »
Obrigado.
Seria uma boa transferir para Aratu para assim ter mais possibilidade de aumentar os meios de superfície e deixa a BNRJ para os meios distritais do 1DN,Aratu é bem estratégico e ainda é perto de uma ferrovia.
eu não sei… acho que faz pouco diferença colocar a esquadra (os navios de combate) no RJ, Ba ou outro local.. a esquadra é pequena e o seu emprego é sempre localizado em torno de uma crise… se a crise for na foz do Rio Amazonas, a esquadra vai navegar até lá… se a crise for na foz do Prata, a esquadra vai para lá… Uma crise que demande o envolvimento da esquadra resulta de meses de uma escalada de uma crise… hoje, é impossível acontecer um ataque surpresa. Perceba que falo de uma crise militar que é bem diferente… Read more »
Tomara que pelo menos assinem um contrato de intensão de submarinos adicionais e segundo lote e depois do quarto submarino sendo lançado que pelo menos seja afinando a extensão para mais dois scorpenes.
Não será.
Não há. Não há grana. Não. Serão os 4 + o esforço do Álvaro Alberto.
E ponto.
Toda esses comentários, me faz lembrar de um título de filme “Você sabe os que seus Senadores, Deputados e Presidentes em que vc votou fizeram no verão passado”. No nosso caso o terror é maior é o ano todo.
“Os circuitos de consagração social serão tanto mais eficazes quanto maior a distância social do objeto consagrado.” Pierre Bourdie