FREMM Alsace

Durante uma entrevista à BFMTV, o Ministro das Forças Armadas da França, Sébastien Lecornu, admitiu que o número de navios de “primeira linha” na Marinha Francesa está “um pouco baixo” diante do contexto internacional. Atualmente, a frota inclui quinze fragatas, das quais cinco do tipo La Fayette, que antes não eram classificadas como de primeira linha.

Apesar da alta demanda operacional, a Marinha não conseguiu aumentar seu efetivo nas Leis de Programação Militar (LPM) aprovadas em 2018 e 2023. O contrato operacional oficial da frota ainda segue as diretrizes do Livro Branco de 2013, já defasadas diante dos desafios atuais.

Em 2017, o então Chefe do Estado-Maior da Marinha, Almirante Christophe Prazuck, já alertava que a Marinha deveria manter duas missões permanentes, mas, na prática, operava em cinco teatros distintos. Ele destacava que a frota encolheria para quinze fragatas até 2030, enquanto as exigências operacionais só aumentavam.

O Almirante Prazuck defendia um formato de dezoito fragatas de primeira linha, citando a Guerra das Malvinas como exemplo, quando catorze navios britânicos foram atingidos. Segundo ele, o ritmo acelerado das operações estava desgastando perigosamente os equipamentos.

Após anos de reivindicações, as preocupações da Marinha finalmente foram ouvidas. Com o aumento do esforço de defesa previsto para os próximos anos, Lecornu detalhou, em entrevista ao jornal Le Parisien, a necessidade de expandir a frota.

Ele declarou que, para cobrir várias áreas marítimas simultaneamente, o número ideal de fragatas deveria ser de dezoito. Além disso, a Força Aérea e Espacial precisaria de 20 a 30 caças Rafale adicionais, enquanto o Exército deveria investir mais em drones e guerra eletrônica.

Lecornu também mencionou que havia proposto um orçamento de 422 bilhões de euros para a LPM 2024-30, mas as restrições interministeriais reduziram o valor para 413 bilhões. Esse corte pode impactar a capacidade de expansão militar desejada.

Resta saber como a Marinha Francesa conseguirá atingir a meta de dezoito navios de primeira linha rapidamente, visto que, pelo cronograma atual, sua última fragata de defesa e intervenção (FDI) só será entregue em 2032.

FONTE: opex360.com

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737-800RJ

Países pequenos como França e Itália, que operam mais meios que o Brasil, querendo mais fragatas…

Jadson S. Cabral

Acho que a MB está preocupada com outra coisa. Quem tem acompanhando as últimas notícias sabe do que estou falando

Jadson S. Cabral

Ontem saiu uma matéria no fantástico sobre a quebra de sigilo telefônico do pessoal envolvido vocês sabem onde. E o que oficiais falavam é que a MB foi a única força que apoiava o movimento, que, para nossa sorte e elegeria, só não aconteceu porque o alto comando do EB e da FAB não aceitaram, e a MB disse que não ia assumir isso sozinha (e nem conseguiria).

Ricardo

EDITADO
COMENTARISTA BLOQUEADO.

Dalton

A França faz parte da OTAN e opera mundialmente. No momento o NAe Charles de Gaulle
encontra-se no Pacífico – onde inclusive há territórios franceses – com duas das quinze fragatas/combatentes de superfície e essa “modesta” escolta é ditada pelo fato de outros estarem em manutenção ou cumprindo outras missões.
.
Independente de eventualmente poder contar com navios aliados, aumentar de 15 para 18
unidades poderá inclusive permitir uma maior disponibilidade de navios franceses para reforçar o único Grupo de Ataque baseado em NAe.
.

André Macedo

Lendo sem processar quase achei o valor do corte pequeno, mas realmente é significativo

Jadson S. Cabral

18 fragatas, por melhores armadas que sejam, para o contexto europeu em que a França se encontra não dá nem para o começo. Muito menos para uma potência que interfere e para recusa manter territórios além mar, no Pacífico, na África e na América do Sul. Sejamos honestos, para Guerra de verdade, só os EUA, a China e talvez (só talvez) a Rússia tenham quantidades necessárias de material, tanto de meios navais, quanto aéreos e terrestres. Todos sabemos a quantidade absurda de navio que existia durante a segunda guerra mundial, e estamos vendo agrião na Rússia como material militar, por… Read more »

Alexandre Galante

Sim, o que o Brasil tem são pequenos núcleos de modernidade para manter o pessoal atualizado, mas numericamente não são suficientes para uma guerra de alta intensidade.

Jadson S. Cabral

Sim. Quem vê e não pensa no que pode ocorrer, pode até pensar que não estamos tão mal, e que estamos no caminho certo. Afinal, estamos recebendo Gripens… a FAB tem modernos AEW&C, tem os KC-390… a MB tem os Scorpenes, helicópteros ASW modernos e está construindo às FCT… o EB talvez seja a única forças que ainda não está modernizando sua espinha dorsal, mas ainda assim tem os Guaranis, tem o contrato do Centauro II assinado… Como você diz, são pequenos centros de modernidade, mas que na prática, se um dia precisarmos de verdade, não nos salvará, porque nem… Read more »

Willber Rodrigues

É capaz da Marinha francesa ser, num futuro a curto e médio prazo, mais equipada e numericamente superior que a RN.

Dalton

Não se de fato os planos da Royal Navy – já avançados – forem todos implementados que é voltar ao patamar de 19 combatentes de superfície de “primeira linha”, 6 T-45, 8 T-26 e 5 T-31 enquanto que a França quer aumentar de 15 para 18. . Ambas marinhas irão manter o mesmo número atual de “SSBNs” que é 4 enquanto a Royal Navy tem como requisito 7 “SSNs” classe Astute que deslocam mais de 7.000 toneladas submersos e podem acomodar até 38 armas enquanto a França terá 6 “Suffren” de pouco mais de 5.000 toneladas e 24 armas como… Read more »

José 001

Se levar em conta a Regra dos Três, as obrigações com a OTAN e os territórios ultramarinos, o “mínimo desejável” seria o dobro deste defendido, além de outros meios navais e aéreos.

Mas ter dinheiro pra isso é outro assunto.