O USX-1 Defiant, o primeiro navio totalmente autônomo da DARPA, entrou na fase de testes, marcando um avanço significativo para o programa No Manning Required Ship (NOMARS). Concluído em fevereiro de 2025, o navio de 180 pés e 240 toneladas métricas foi projetado para operar sem intervenção humana por longos períodos. Sua concepção elimina a necessidade de acomodações para tripulação, permitindo uma reformulação da arquitetura naval tradicional e influenciando futuras operações marítimas.

Construído pela Serco no estaleiro de Washington, o Defiant foi projetado especificamente para autonomia total, ao contrário de embarcações anteriores, que eram adaptações de modelos tripulados. Sem beliches, cozinhas ou equipamentos de sobrevivência, o espaço foi otimizado para cargas úteis, reduzindo custos de construção e operação. Sua estrutura prioriza eficiência hidrodinâmica, furtividade operacional e resistência contra ameaças adversárias e condições ambientais extremas.

O programa NOMARS, iniciado em 2020, visa criar um navio médio não tripulado com 90% de confiabilidade ao longo de um ano de implantação. Em 2025, o Defiant passará por avaliações iniciais antes de um teste marítimo de vários meses, verificando sua autonomia de navegação e capacidade de reabastecimento no mar. Em setembro de 2024, um teste anterior com os navios não tripulados Mariner e Ranger demonstrou a capacidade da Serco para reabastecimento autônomo, essencial para operações prolongadas em cenários contestados.

A Serco venceu a concorrência do contrato NOMARS em 2022, superando a Leidos Gibbs & Cox, dentro do esforço do Pentágono para expandir a frota naval autônoma. O interesse por esses sistemas cresceu, especialmente no Pacífico, onde o almirante Samuel Paparo, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, propôs a estratégia “Hellscape”, que prevê o uso de enxames de navios não tripulados para interromper operações militares, especialmente no Estreito de Taiwan.

O Defiant é modular e pode integrar sistemas de armas, incluindo um BAE Adaptable Deck Launcher e contêineres de carga útil. Futuras versões maiores podem contar com até 16 células de lançamento vertical Mark 41, ampliando sua flexibilidade operacional. Além disso, a eliminação da tripulação permite o uso de sistemas automáticos de combate a incêndios, otimizados para plataformas não tripuladas. Se os testes forem bem-sucedidos, essa tecnologia poderá transformar a estratégia marítima dos EUA, introduzindo uma nova geração de embarcações autônomas eficientes e acessíveis.

Subscribe
Notify of
guest

3 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
A C

Em 20 anos a maior parte dos materiais belicos terao mobilidade autonoma. Destes, grande parte de matriz eletrica. Avioes, helis, navios, submarinos e equipamento de infantaria. Por sua vez, estes tambem poderao ter tamanho reduzido pois nao precisarao de espaco fisico para abrigar pessoal mas para armamento, sistemas e baterias.

O que acontecerah com os paises que nao se desenvolverem nessa parte? Lutarao batalhas desproporcionais, com ampla desvantagem.

Alguns paises europeus estao comecando a avancar nessa area mas China, Turquia, Israel, Coreia, dentre outros, tambem estao avancando rapidamente nessa area.

PACRF

A reportagem fala em “reabastecimento em alto mar” e “reabastecimento autônomo”, porém é omissa sobre o combustível, ou seja, qual é a fonte de energia desse artefato?

A C

USX-1 Defiant usa o mesmo combustivel utilizado por navios embarcados.
https://www.darpa.mil/news/2024/nomars-success

Tem video no YT tambem
https://www.youtube.com/watch?v=86mQHA87yFA&t=239s

Last edited 2 horas atrás by A C